A revista Nueva Sociedad é bastante conhecida na América Latina. No Brasil, tem leitores fiéis, especialmente entre os cientistas sociais. Desde 2008 vem publicando, inclusive, um número anual em português, normalmente lançado nas reuniões da ANPOCS.
A revista existe desde 1972 e sai a cada dois meses, com o objetivo de estimular o debate político e democrático no mundo latino-americano. Seu diretor atual é Joachim Knoop e o chefe de redação é José Natanson, que operam a partir de Buenos Aires.
Ao longo desses anos, Nueva Sociedad atingiu um público expressivo, valendo-se tanto de uma edição impressa quanto de uma versão eletrônica, disponibilizada gratuitamente na página web da revista.
A edição nº 222 acaba de sair. Além de artigos sobre as relações do governo Obama com a América Latina, sobre o Panamá e sobre a integração latino-americana, a revista mantém o padrão adotado nos últimos anos e organiza um dossiê especial, que compõe seu corpo principal. Agora, o tema central é Drogas en América Latina. Después de la guerra perdida, ¿qué?. Francisco E. Thoumi, Luiz Eduardo Soares, Ibán de Rementería, Tom Blickman & Martin Jelsma, Anthony R. Henman, Lucía Dammert, Marcelo F. Sain e Omar Rincón analisam a partir de diferentes ângulos os resultados das políticas de combate à droga implementadas até o momento em diferentes países da região.
Partindo da premissa de que a estratégia de enfrentar o narcotráfico mediante o combate ou o controle da oferta não foi eficaz, Nueva Sociedad busca recuperar o debate sobre a descriminalização do consumo de drogas. É viável a descriminalização? Que tipo de desenho normativo é o mais adequado? Que papel cabe ao Estado num empreendimento com essas características? O que se pode aprender com os modelos de descriminalização adotados na Europa?
O debate é atualíssimo e os colaboradores são de alto nível, a começar de Luiz Eduardo Soares. No mínimo por isso, vale muito a pena ler o número e ajudar a divulgá-lo.
A revista "Nueva Sociedad" e as drogas na América Latina
Enquanto isso, no nordeste...
Recebi esta mensagem ontem por email. É notícia, um verdadeiro “eu repórter” de uma militante do MST, mas não foi divulgada aqui. Leiam e façam uma reflexão:
Como já é de conhecimento de todos/as o MST Maranhão ocupou no dia 26 de julho de 2009, a fazenda Por do Sol do Juiz Escravocrata Marcelo Testa Baldochi, Município, Bom Jardim Maranhão. No dia 01 de agosto, as famílias foram despejadas, a liminar estava com prazo de 15 dias para contestação e mesmo assim o despejo foi efetuado na hora. A área ocupada: tem processo por ter sido encontrado trabalho escravo e também por ter fornos de carvão que funcionavam ilegalmente. A fazenda fica em frente ao Assentamento Terra livre, organizado pelo MST, o que possibilitou as famílias se reorganizarem e realizar uma segunda ocupação no dia 04 de agosto de 2009.
Hoje dia 05 de agosto de 2009, as 11:00 da manhã as famílias foram novamente despejadas, sendo esta, uma ação realizada de forma violenta com a participação direta do próprio Juiz. Segundo depoimento tanto das famílias acampadas como das famílias assentadas houve agressão física e verbal por parte da policia na ação de despejo e também com as famílias do assentamento por terem dado apoio e proteção aos acampados. Dois companheiros: Cícero Martins dos Santos e Valmir Soares da Silva foram presos e fisicamente agredidos. Neste Momento as 21:30 do dia 05, a policia retornou ao assentamento Terra Livre, onde as famílias se encontram acampadas e alem de amedrontar a comunidade assentada e os acampados, estão perseguindo incansavelmente alguns companheiros e companheiras que estão identificados por eles como lideres e permanecem na área sem ter como sair. Estes, mesmo estando sendo protegidos pelos assentados, temem por sua segurança e pelas suas próprias vidas. No acampamento se encontram trabalhadores que já foram vitimas do trabalho escravo, ato praticado pelo Juiz Marcelo Testa, nessa mesma fazenda.
Necessitamos urgentemente tornar esta, uma ação pública, articular apoio aos trabalhadores e trabalhadoras que estão em luta pelos seus direitos e defender as vidas dos companheiros e companheiros que estão a mercê da injustiça da Justiça.
Divina - MST-MA
O assunto foi notícia na invasão do dia 26 de julho, o Globo registrou. O juiz Marcelo Testa Baldochi é já bem conhecido da justiça. Em outubro de 2008 descumpriu ordens do TSE sobre a inclusão de três nomes de candidatos camponeses nas urnas eletrônicas. As denúncias sobre a utilização de trabalho escravo em suas terras são abundantes, basta uma pesquisa simples por seu nome no Google.
Enquanto os holofotes da mídia estão voltados para as fanfarronices em Brasília, no Nordeste, de fato, o Brasil real.
Sociólogos não querem prêmio para FHC
Recebi por email hoje. Estou certo que a mídia não dará destaque em suas edições de amanhã:
Sinsesp protesta contra Outorga de prêmio à FHC
O Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo (Sinsesp) vem à público manifestar seu mais profundo desagravo à premiação do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, pela Sociedade Brasileira de Sociologia, com a entrega do Prêmio “Florestan Fernandes”, durante a abertura do XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, realizado entre os dias 28 e 31 de julho na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O Prêmio Florestan Fernandes, instituído no XI Congresso Brasileiro de Sociologia, em 2003, tem o objetivo de homenagear sociólogos que, por seu empenho na produção do conhecimento e liderança institucional, são marcos de referência na história da disciplina no Brasil.
Um dos agraciados com a premiação, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, relegou, em anos recentes, o ensino de Sociologia. Há, portanto, o sentimento de que a premiação reflete o desacordo da atual gestão da Sociedade Brasileira de Sociologia com o tempo histórico.
Ao longo da história da SBS, inúmeros intelectuais e sociólogos que contribuíram de forma expressiva para o progresso das Ciências Sociais no Brasil, já receberam o prêmio “Florestan Fernandes” como Manuel Correia de Andrade, Heraldo Pessoa Souto Maior, Octávio Ianni, Neuma Aguiar, José de Souza Martins, Juarez Rubens Brandão Lopes, Wilma de Mendonça Figueiredo, Francisco de Oliveira, Silke Weber, entre outros. Reconhecimento mais que merecido.
Em 8 de outubro de 2001, o sociólogo e presidente Fernando Henrique Cardoso vetou um a lei que incluía as disciplinas Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias no currículo das escolas de Ensino Médio no país, o que beneficiaria cerca de dez milhões de jovens. Em 1997, já havia sido apresentado e aprovado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL 3.178/97), que alterava a LDB incluindo Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias. Quando enviado à sanção presidencial, porém, o projeto foi vetado integralmente por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que agora foi homenageado pela SBS.
O Sinsesp, cumprindo uma exigência histórica, engajou-se na luta pela redemocratização e pela inclusão de Sociologia no currículo escolar desde sua fundação em 1982. Quando do veto em 2001, este foi considerado por intelectuais e lideres políticos, como bastante grave para a credibilidade da Sociologia e dos Sociólogos, perante a opinião publica. Nesse sentido, o Sinsesp considera a outorga do prêmio ao ex-presidente e sociólogo um ultraje à memória de Florestan Fernandes e a própria história da entidade científica (SBS), sucessora da Sociedade de Sociologia de São Paulo e que sempre foi nossa parceira nessa luta nacional.
Em principio, tal gesto parece representar uma expressão intolerável de reabilitação de um sociólogo que brindou a sociedade brasileira com o famoso “esqueçam o que escrevi”. Não se trata aqui de preconceito e de intolerância, mas de conformação com valores que modelam o espírito critico do mestre Florestan Fernandes. Torna-se bastante pertinente refletir que a disputa de ideias e espaços devem servir não a aceitação social e reabilitação da velha ordem neoliberal, mas ás transformações sociais alcançadas pela sociedade brasileira no atual momento, com o reconhecimento, inclusive, da Sociologia no Ensino Médio.
Entendemos que a comunidade científica e os sociólogos em particular, devem repudiar a posição e o gesto da Sociedade Brasileira de Sociologia. Nesse sentido, o Sinsesp encaminha esta nota à SBS em nome dos sociólogos paulistas e a outras sociedades científicas, mencionando a nossa manifestação de repúdio ao homem político insensível que renegou a Sociologia ao qualificar, na época, o projeto de Sociologia no Ensino Médio como "contrário ao interesse público”.
São Paulo, 5 de agosto de 2009.
Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho
Presidente do Sinsesp e em nome da Diretoria do Sinsesp
Siete puñales en el corazón de América
Quantas lições para o momento atual neste texto do Grande Comandante. É uma aula sobre a América Latina e seus desafios. Algo para ser lido e guardado:
SIETE PUÑALES EN EL CORAZÓN DE AMÉRICA
Leo y releo datos y artículos elaborados por personalidades inteligentes, conocidas o poco conocidas, que escriben en diversos medios y toman la información de fuentes no cuestionadas por nadie.
Los pueblos que habitan el planeta, en todas partes, corren riesgos económicos, ambientales y bélicos, derivados de la política de Estados Unidos, pero en ninguna otra región de la tierra se ven amenazados por tan graves problemas como sus vecinos, los pueblos ubicados en este continente al Sur de ese país hegemónico.
La presencia de tan poderoso imperio, que en todos los continentes y océanos dispone de bases militares, portaaviones y submarinos nucleares, buques de guerra modernos y aviones de combate sofisticados, portadores de todo tipo de armas, cientos de miles de soldados, cuyo gobierno reclama para ellos impunidad absoluta, constituye el más importante dolor de cabeza de cualquier gobierno, sea de izquierda, centro o derecha, aliado o no de Estados Unidos.
El problema, para los que somos vecinos suyos, no es que allí se hable otro idioma y sea una nación diferente. Hay norteamericanos de todos los colores y todos los orígenes. Son personas iguales que nosotros y capaces de cualquier sentimiento en un sentido u otro. Lo dramático es el sistema que allí se ha desarrollado e impuesto a todos. Tal sistema no es nuevo en cuanto al uso de la fuerza y los métodos de dominio que han prevalecido a lo largo de la historia. Lo nuevo es la época que vivimos. Abordar el asunto desde puntos de vista tradicionales es un error y no ayuda a nadie. Leer y conocer lo que piensan los defensores del sistema ilustra mucho, porque significa estar conscientes de la naturaleza de un sistema que se apoya en la constante apelación al egoísmo y los instintos más primarios de las personas.
De no existir la convicción del valor de la conciencia, y su capacidad de prevalecer sobre los instintos, no se podría expresar siquiera la esperanza de cambio en cualquier período de la brevísima historia del hombre. Tampoco podrían comprenderse los terribles obstáculos que se levantan para los diferentes líderes políticos en las naciones latinoamericanas o iberoamericanas del hemisferio. En último término, los pueblos que vivían en esta área del planeta desde hace decenas de miles de años, hasta el famoso descubrimiento de América, no tenían nada de latinos, de ibéricos o de europeos; sus rasgos eran más parecidos a los asiáticos, de donde procedieron sus antepasados. Hoy los vemos en los rostros de los indios de México, Centroamérica, Venezuela, Colombia, Ecuador, Brasil, Perú, Bolivia, Paraguay y Chile, un país donde los araucanos escribieron páginas imborrables. En determinadas zonas de Canadá y en Alaska conservan sus raíces indígenas con toda la pureza posible. Pero en el territorio principal de Estados Unidos, gran parte de los antiguos pobladores fueron exterminados por los conquistadores blancos.
Como conoce todo el mundo, millones de africanos fueron arrancados de sus tierras para trabajar como esclavos en este hemisferio. En algunas naciones como Haití y gran parte de las islas del Caribe, sus descendientes constituyen la mayoría de la población. En otros países forman amplios sectores. En Estados Unidos los descendientes de africanos constituyen decenas de millones de ciudadanos que, como norma, son los más pobres y discriminados.
A lo largo de siglos esa nación reclamó derechos privilegiados sobre nuestro continente. En los años de Martí trató de imponer una moneda única basada en el oro, un metal cuyo valor ha sido el más constante a lo largo de la historia. El comercio internacional, por lo general, se basaba en él. Hoy ni siquiera eso. Desde los años de Nixon, el comercio mundial se instrumentó con el billete de papel impreso por Estados Unidos: el dólar, una divisa que hoy vale alrededor de 27 veces menos que en los inicios de la década del 70, una de las tantas formas de dominar y estafar al resto del mundo. Hoy, sin embargo, otras divisas están sustituyendo al dólar en el comercio internacional y en las reservas de monedas convertibles.
Si por un lado las divisas del imperio se devalúan, en cambio sus reservas de fuerzas militares crecen. La ciencia y la tecnología más moderna, monopolizada por la superpotencia, han sido derivadas en grado considerable hacia el desarrollo de las armas. Actualmente no se habla solo de miles de proyectiles nucleares, o del poder destructivo moderno de las armas convencionales; se habla de aviones sin pilotos, tripulados por autómatas. No se trata de simple fantasía. Ya están siendo usadas algunas naves aéreas de ese tipo en Afganistán y otros puntos. Informes recientes señalan que en un futuro relativamente próximo, en el 2020, mucho antes de que el casquete de la Antártida se derrita, el imperio, entre sus 2 500 aviones de guerra, proyecta disponer de 1 100 aviones de combate F-35 y F-22, en sus versiones de caza y bombarderos de la quinta generación. Para tener una idea de ese potencial, baste decir que los que disponen en la base de Soto Cano, en Honduras, para el entrenamiento de pilotos de ese país son F-5; los que suministraron a las fuerzas aéreas de Venezuela antes de Chávez, a Chile y otros países, eran pequeñas escuadrillas de F-16.
Más importante todavía, el imperio proyecta que en el transcurso de 30 años todos los aviones de combate de Estados Unidos, desde los cazas hasta los bombarderos pesados y los aviones cisterna, serán tripulados por robots.
Ese poderío militar no es una necesidad del mundo, es una necesidad del sistema económico que el imperio le impone al mundo.
Cualquiera puede comprender que si los autómatas pueden sustituir a los pilotos de combate, también pueden sustituir a los obreros en muchas fábricas. Los acuerdos de libre comercio que el imperio trata de imponer a los países de este hemisferio implican que sus trabajadores tendrán que competir con la tecnología avanzada y los robots de la industria yanki.
Los robots no hacen huelgas, son obedientes y disciplinados. Hemos visto por la televisión máquinas que recogen las manzanas y otras frutas. La pregunta cabe hacerla también a los trabajadores norteamericanos ¿Dónde estarán los puestos de trabajo? ¿Cuál es el futuro que el capitalismo sin fronteras, en su fase avanzada del desarrollo, asigna a los ciudadanos?
A la luz de esta y otras realidades, los gobernantes de los países de UNASUR, MERCOSUR, Grupo de Río y otros, no pueden dejar de analizar la justísima pregunta venezolana ¿Qué sentido tienen las bases militares y navales que Estados Unidos quiere establecer alrededor de Venezuela y en el corazón de Suramérica? Recuerdo que hace varios años, cuando entre Colombia y Venezuela, dos naciones hermanadas por la geografía y por la historia, las relaciones se volvieron peligrosamente tensas, Cuba promovió calladamente importantes pasos de paz entre ambos países. Nunca los cubanos estimularemos la guerra entre países hermanos. La experiencia histórica, el destino manifiesto proclamado y aplicado por Estados Unidos, y la endeblez de las acusaciones contra Venezuela de suministrar armas a las FARC, asociadas a las negociaciones con el propósito de conceder siete puntos de su territorio para uso aéreo y naval de las Fuerzas Armadas de Estados Unidos, obligan ineludiblemente a Venezuela a invertir en armas, recursos que podían emplearse en la economía, los programas sociales y la cooperación con otros países del área con menos desarrollo y recursos. No se arma Venezuela contra el pueblo hermano de Colombia, se arma contra el imperio, que intentó destruir ya la Revolución y hoy pretende instalar en las proximidades de la frontera venezolana sus armas sofisticadas.
Sería un error grave pensar que la amenaza es solo contra Venezuela; va dirigida a todos los países del Sur del continente. Ninguno podrá eludir el tema y así lo han declarado varios de ellos.
Las generaciones presentes y futuras juzgarán a sus líderes por la conducta que adopten en este momento. No se trata solo de Estados Unidos, sino de Estados Unidos y el sistema. ¿Qué ofrece? ¿Qué busca?
Ofrece el ALCA, es decir, la ruina anticipada de todos nuestros países, libre tránsito de bienes y de capital, pero no libre tránsito de personas. Experimentan ahora el temor de que la sociedad opulenta y consumista sea inundada de latinos pobres, indios, negros y mulatos o blancos sin empleo en sus propios países. Devuelven a todos los que cometen faltas o sobran. Los matan muchas veces antes de entrar, o los retornan como rebaños cuando no los necesitan; 12 millones de inmigrantes latinoamericanos o caribeños son ilegales en Estados Unidos. Una nueva economía ha surgido en nuestros países, especialmente los más pequeños y pobres: la de las remesas. Cuando hay crisis, ésta golpea sobre todo a los inmigrantes y a sus familiares. Padres e hijos son cruelmente separados a veces para siempre. Si el inmigrante está en edad militar, le otorgan la posibilidad de enrolarse para combatir a miles de kilómetros de distancia, “en nombre de la libertad y la democracia”. Al regreso, si no mueren, les conceden el derecho a ser ciudadanos de Estados Unidos. Como están bien entrenados les ofrecen la posibilidad de contratarlos no como soldados oficiales, pero sí como civiles soldados de las empresas privadas que prestan servicios en las guerras imperiales de conquista.
Existen otros gravísimos peligros. Constantemente llegan noticias de los emigrantes mexicanos y de otros países de nuestra área que mueren intentando cruzar la actual frontera de México y Estados Unidos. La cuota de víctimas cada año supera con creces la totalidad de los que perdieron la vida en los casi 28 años de existencia del famoso muro de Berlín.
Lo más increíble todavía es que apenas circula por el mundo la noticia de una guerra que cuesta en este momento miles de vidas por año. Han muerto ya, en el 2009, más mexicanos que los soldados norteamericanos que murieron en la guerra de Bush contra Irak a lo largo de toda su administración.
La guerra en México ha sido desatada a causa del mayor mercado de drogas que existe en el mundo: el de Estados Unidos. Pero dentro de su territorio no existe una guerra entre la policía y las fuerzas armadas de Estados Unidos luchando contra los narcotraficantes. La guerra ha sido exportada a México y Centroamérica, pero especialmente al país azteca, más cercano al territorio de Estados Unidos. Las imágenes que se divulgan por la televisión, de cadáveres amontonados y las noticias que llegan de personas asesinadas en los propios salones de cirugía donde intentaban salvarles la vida, son horribles. Ninguna de esas imágenes procede de territorio norteamericano.
Tal ola de violencia y sangre se extiende en mayor o menor grado por los países de Suramérica. ¿De dónde proviene el dinero sino del infinito manantial que emerge del mercado norteamericano? A su vez, el consumo tiende también a extenderse a los demás países del área, causando más víctimas y más daño directo o indirecto que el SIDA, el paludismo y otras enfermedades juntas.
Los planes imperiales de dominación van precedidos de enormes sumas asignadas a las tareas de mentir y desinformar a la opinión pública. Cuentan para ello con la total complicidad de la oligarquía, la burguesía, la derecha intelectual y los medios masivos de divulgación.
Son expertos en divulgar los errores y las contradicciones de los políticos.
La suerte de la humanidad no debe quedar en manos de robots convertidos en personas o de personas convertidas en robots.
En el año 2010, el gobierno de Estados Unidos empleará 2 200 millones de dólares a través del Departamento de Estado y la USAID para promover su política, 12% más que los recibidos por el gobierno de Bush el último año de su mandato. De ellos, casi 450 millones se destinarán a demostrar que la tiranía impuesta al mundo significa democracia y respeto a los derechos humanos.
Apelan constantemente al instinto y al egoísmo de los seres humanos; desprecian el valor de la educación y la conciencia. Es evidente la resistencia demostrada por el pueblo cubano a lo largo de 50 años. Resistir es el arma a la que no pueden renunciar jamás los pueblos; los puertorriqueños lograron parar las maniobras militares en Vieques, situándose en el polígono de tiro.
La patria de Bolívar es hoy el país que más les preocupa, por su papel histórico en las luchas por la independencia de los pueblos de América. Los cubanos que prestan allí sus servicios como especialistas en la salud, educadores, profesores de educación física y deportes, informática, técnicos agrícola, y otra áreas, deben darlo todo en el cumplimiento de sus deberes internacionalistas, para demostrar que los pueblos pueden resistir y ser portadores de los principios más sagrados de la sociedad humana. De lo contrario el imperio destruirá la civilización y la propia especie.
Fidel Castro Ruz
Agosto 5 de 2009
11 y 16 a.m.
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