Deu no Correio do Povo

UM GRANDE TELHADO
O tucanato já sabe que terá dois fardos para carregar durante a campanha de 2010. A mediocridade das administrações de Yeda Crusius no Rio Grande do Sul e de Teotonio Vilela Filho em Alagoas comprometerão qualquer tentativa de exibir um 'modo tucano de governar'. No caso da senhora Crusius, teme-se que o escândalo do caixa 2 com dinheiro das seguradoras* possa queimar o seu mandato.

Da coluna de Élio Gáspari

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*Seguradoras? Hummmmm....

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Entrevista de Enio Bacci


Entrevista do ex-Secretário ENIO BACCI ao portal Conversa Afiada do Jornalista Paulo Henrique Amorin.

BACCI: YEDA CRUSIUS SABIA DE CORRUPÇÃO NO DETRAN-RS

O deputado estadual Ênio Bacci (PDT-RS) disse em entrevista ao Conversa Afiada nesta quarta-feira, dia 21, que a governadora Yeda Crusius sabia dos desvios de verbas do Detran-RS. Uma CPI da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul investiga o desvio de R$ 44 milhões do órgão.
Bacci, que foi secretário de Segurança Pública no governo do Rio Grande do Sul entre 1º de janeiro e 11 de abril de 2007, disse que avisou a governadora do esquema de corrupção no Detran-RS.
“Eu alertei a governadora que havia irregularidades e que a conseqüência disso foi a retirada do Detran da Secretaria de Segurança e também em questão de um ou dois meses depois a minha exoneração”, disse Bacci.
Segundo Bacci, a própria governador Yeda Crusius já admite ter sido avisada por ele sobre a corrupção no Detran-SP. “Olha, isso já está evidente, claro. A própria governadora diz que eu lhe informei, só que ela alega que eu tenha prevaricado, porque eu que tinha essa informação teria que montar um expediente”, disse Bacci.

Leia a íntegra da entrevista com o deputado Ênio Bacci:

Conversa Afiada – Em primeiro lugar, eu queria perguntar para o senhor sobre as declarações do senhor à CPI da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, que investiga o desvio de R$ 44 milhões do Detran. O senhor disse que a Governadora Yeda Crusius já tinha conhecimento desse desvio de verbas, deputado? É isso?

Ênio Bacci – Isso já é tranqüilo, já não há mais nenhum tipo de dúvida porque a própria Governadora, numa entrevista que deu hoje, ela confirma que, realmente, recebeu algumas informações, só que ela acrescenta que podia fazer ou solicitou que eu fosse avante nessas investigações. Curiosamente, quando eu assumi a Secretaria de Segurança, recebi uma avalanche de denúncias e irregularidades do Detran, de uma quadrilha que desviava recursos e disse à Governadora que a minha política seria de tolerância zero. Bandido tem que ser preso e enfrentado, seja ele bandido pequeno ou bandido grande. E o pior bandido é aquele que está dentro do governo, dentro das corporações. A Governadora, disse a ela: há irregularidades no Detran, nós precisamos fazer uma limpa no Detran. Qual é a atitude da Governadora? No dia seguinte, determinou que eu não fizesse nada no Detran porque o Detran sairia da competência da Secretaria de Segurança e iria passar à competência de outra secretaria. Foi para a Administração. Imaginei que lá a Governadora avançasse nas negociações daquilo que eu disse. E o que ocorreu? Eu acabei sendo exonerado porque não abria mão do enfrentamento da bandidagem. E a questão Detran se prolongou até a ação da Polícia Federal, que prendeu e denunciou 44 pessoas.

Conversa Afiada – Deputado, o senhor está dizendo que a Governadora impediu o senhor, na Secretaria de Segurança Pública, de investigar o escândalo do Detran?

Ênio Bacci – Olha, isso pode ser uma presunção do que aconteceu. O que eu posso dizer, em nome da verdade, sem nenhum tipo de dúvidas, é que eu alertei a governadora que havia irregularidades e que a conseqüência disso foi a retirada do Detran da Secretaria de Segurança e também em questão de um ou dois meses depois a minha exoneração.

Conversa Afiada – Agora, a exoneração do senhor foi teve que justificativa?

Ênio Bacci – A governadora justifica que eu não era assíduo a uma ou duas reuniões que ela havia me convidado, mas eu estava no combate à criminalidade e também ao fato de eu fazer a transferência de alguns delegados de polícia e esses delegados acabaram indo para a imprensa e questionando porque não queriam ser transferidos e a governadora, dessa forma, dentro da autonomia que tem, resolveu me exonerar. Eu acredito que isso seja apenas a conseqüência de um trabalho forte que tinha 95% de aprovação dos gaúchos, porque pela primeira vez a gente via polícia na rua e via o bandido temeroso de uma ação forte contra a bandidagem.

Conversa Afiada – Deputado, eu soube que o senhor esteve no Ministério Público do Rio Grande do Sul aí em Porto Alegre, não é isso?

Ênio Bacci – Exato e tive agora com a promotora que cuida do patrimônio público aqui no Rio Grande do Sul, bem como o promotor, a Dra. Luciana Maria Ribeiro Alice e o Dr. Eduardo de Lima Veiga, levando a eles documentos que comprovam diversas ilicitudes, irregularidades, dentro do Dentran. Algumas eu já tinha recebido quando lá estava e outras vieram posteriormente à minha saída: contratos de segurança, imagine, o prédio da segurança tem uma empresa privada cuidando da guarita, ao invés de colocar ali policiais militares, ao custo de R$ 2 milhões por ano. Uma empresa que limpa as delegacias e ganha R$ 6 milhões por ano e nenhuma delegacia que se saiba recebeu visita da empresa para limpa-las. Então, é no mínimo estranho que se gaste dinheiro desse jeito, quando o governo diz que não tem dinheiro para investir na saúde e na segurança. E tem também contratos de veículos locados pelo Detran, que eu vi agora, a cerca de um mês atrás, contratos de veículos a R$ 12 mil por mês, um Marea locado por R$ 12 mil por mês. Doze veículos durante o ano locados a R$ 500 mil por ano. Então é uma farra de com o dinheiro público, que pode até não ser crime, mas que é uma falta de ética e um desrespeito com uma população que não tem os serviços essenciais.

Conversa Afiada – Quer dizer que a gente pode dizer com tranqüilidade que o senhor avisou a governadora sobre isso enquanto o senhor era secretário e que ela retirou de suas mãos a investigação?

Ênio Bacci – Olha, isso já está evidente, claro. A própria governadora diz que eu lhe informei, só que ela alega que eu tenha prevaricado, porque eu que tinha essa informação teria que montar um expediente, só que eu tinha que informar a minha superiora porque era uma questão de governo isso. Isso poderia desestabilizar o governo para que ela desse os rumos do que fazer. E eu não tive tempo, porque eu estive lá durante 90 dias e o Detran esteve sob o meu comando apenas até o dia 09 de fevereiro. A partir dali o Detran não era mais ligado à Secretaria de Segurança. Então, a governadora não nega que eu estive junto à governadora e que eu informei a ela, quando num primeiro momento negava. Então isso já é um sinal de que onda há fumaça pode haver fogo.


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Resumindo: TEM TUCANO NA TUBA! E dos grandes.
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Dopo la tempesta!

Esta foto foi batida no retorno à Porto Alegre, após uma violenta "tempesta", como dizia meu pai! E depois da tempestade vem a calmaria; desde que não estejamos no olho de um furacão!
Captura em modo RAW (modo cru) e "revelação" em 32bits. Esta é uma maravilha da tecnologia digital.
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Partidos e homens partidos


Ilustração de Liberati. Grazie!

Não vivemos somente um “tempo de partido, tempo de homens partidos”, como diz a poesia de Drummond. O nosso também é um tempo de partidos partidos.

Os partidos políticos sempre se caracterizam pela divisão interna. Mesmo quando monoliticamente constituídos, são associações plurais, cortadas por distinções muitas vezes marcantes. Por existirem em função da conquista e da manutenção do poder, tudo neles adquire grande dose de tensão, virulência e dramaticidade. Como são compostos por diferentes grupos e pessoas, podem ser guiados mais por interesses e projetos particulares que por orientações coletivas. Isso é verdade especialmente se estas últimas derivarem de ordens e comandos estabelecidos de modo unilateral pelas direções centrais, que sempre poderão ser acusadas de não terem a devida sensibilidade para fatos e acontecimentos mais próximos das bases. Além do mais, os dirigentes de um partido podem se converter, eles mesmos, em uma parte dentre outras, transformando-se em uma oligarquia que termina por atazanar e desfibrar bases e militantes.

Tanto são divididos os partidos que boa parte de sua rotina é dedicada a compor consensos e unificar interesses. Não é por acaso que muito da discussão repouse na questão do modelo de deliberação a ser seguido. Há duas grandes formas de centralismo (ou seja, de coordenação e unificação) – o burocrático e o democrático – que refletem, tipicamente, processos de tomada de decisão em que o poder é imposto a partir de cima ou é construído a partir de baixo. Quando levado a sério e efetivamente praticado, o procedimento democrático é o único que consegue fazer com que as lutas internas em um partido terminem sem sangue, expulsões e dissidências. Tal procedimento, no entanto, exige que a dinâmica interna e a conduta pública do partido estejam impregnadas de idéias e princípios profundos, e só pode frutificar se o partido for ele próprio “aberto” para o mundo plural da sociedade.

Os embates partidários de hoje estão longe deste padrão. Primeiro, porque neles há poucas idéias e poucos parâmetros programáticos. Depois, porque as direções não têm peso e representatividade para conduzir o barco. Entre as alas dos partidos, inexistem divergências de fundo. Briga-se por migalhas, por postulações pessoais, por pretensões eleitorais. Na melhor hipótese, as disputas sugerem a existência de algum desentendimento doutrinário ou estratégico mas não são assumidas como tais.

Os casos que ocupam o noticiário brasileiro – o do PT em Minas, o do PSDB em São Paulo –, são emblemáticos desta situação. Alckmin quer ser candidato simplesmente por se julgar qualificado para o cargo, não por possuir proposta específica ou divergir em termos substantivos do que pensam os dirigentes de seu partido. Sequer questiona a aliança com os liberais do DEM, a ponto de iniciar sua campanha abraçado ao PTB e ao PSDC, que têm bem menos densidade e expressão. Faz isso por falta de opção e porque tem os olhos na propaganda eleitoral gratuita. Age por dinâmica própria, pouco se importando com a agenda futura do partido ou com o fato de seus companheiros vereadores pensarem de outro modo.

No caso do PT em Minas, as divergências são sérias. Tocam num ponto delicado da história do partido, o das alianças. Deve o PT privilegiar mais seus próprios interesses ou mais os interesses da sociedade? Deve governar compondo alianças que beneficiem a população e facilitem a implementação das melhores políticas ou fazê-lo com os olhos nas disputas eleitorais? Os adversários em um âmbito da federação devem sê-lo também em outro? Não são questões retóricas ou de detalhe, e diante delas não há como tergiversar, ou dizer que se deseja o melhor dos dois mundos.

Hoje está evidente que PT e PSDB não têm uma compreensão clara do papel que devem desempenhar, da estratégia a seguir, da contribuição que imaginam dar para a continuidade e o aprofundamento da democratização ou a eliminação da desigualdade social no Brasil. Como não há clareza teórica e programática nos partidos, como eles, a rigor, não sabem bem o que propor à sociedade e não possuem maior densidade cultural, as divergências fogem para os bastidores, ou seja, para as questões regionais, pessoais, grupais, que se tornam mais relevantes que as outras.

A situação desgasta os partidos no nível macro e no longo prazo, mas acaba por beneficiar suas correntes e lideranças de maior destaque, que exploram justamente as rusgas localizadas para ganhar terreno na luta interna, manejando desejos, vaidades e postulações. É bem verdade que neste universo, aparentemente louco e paradoxal, ninguém rasga dinheiro e as chances de unificação jamais desaparecem. Ainda quando divididos, raramente os partidos cometem suicídio. Chegam mesmo a alcançar alguma unidade de ação quando se trata de aumentar a força de seus candidatos.

O problema não é, portanto, de viabilidade eleitoral ou sobrevivência fisiológica, mas de razão de existir. Nosso tempo é certamente de homens partidos, mas talvez não seja mais um tempo de partido. É difícil tomar partido hoje em dia, ainda que seja fácil se indignar. E há algo na estrutura da vida atual que rouba condições de possibilidade aos partidos políticos. Eles vagam meio sem rumo, como mortos-vivos, no cenário contemporâneo.

Consequentemente, aqueles que se dedicam a mantê-los em funcionamento deveriam se preocupar em lhes dar oxigênio de melhor qualidade. Deveriam provê-los de idéias claras, identidades e estratégicas consistentes, paixão cívica e visão que ultrapasse a dimensão do poder. Coisas que estão uma camada acima do chão operacional e rotineiro da política. Este chão, no entanto, é onipresente, e tende a magnetizar tudo. (Publicado em O Estado de S. Paulo, 24 de maio de 2008, p. A2).

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Pedro Simon deu um tiro no próprio pé!


Simon, em entrevista sobre a morte do Senador Jefferson Pérz do Amazonas,disse:

"Cada vez vemos menos políticos como ele, que era de uma época no Congresso onde conviveram nomes como Teutônio Vilela, Tancredo Neves, Mário Covas e outros."

"O Congresso não podia perdê-lo. Era um baluarte, um símbolo. Eu tinha inveja cristã dele, que em cinco frases matava uma questão."

O Senador gaúcho, ao que parece, é melhor pois em quatro frases acaba com o Congresso Nacional!

Parafraseando Romário, o Senador Simon calado é um poeta!
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