Partidos e homens partidos


Ilustração de Liberati. Grazie!

Não vivemos somente um “tempo de partido, tempo de homens partidos”, como diz a poesia de Drummond. O nosso também é um tempo de partidos partidos.

Os partidos políticos sempre se caracterizam pela divisão interna. Mesmo quando monoliticamente constituídos, são associações plurais, cortadas por distinções muitas vezes marcantes. Por existirem em função da conquista e da manutenção do poder, tudo neles adquire grande dose de tensão, virulência e dramaticidade. Como são compostos por diferentes grupos e pessoas, podem ser guiados mais por interesses e projetos particulares que por orientações coletivas. Isso é verdade especialmente se estas últimas derivarem de ordens e comandos estabelecidos de modo unilateral pelas direções centrais, que sempre poderão ser acusadas de não terem a devida sensibilidade para fatos e acontecimentos mais próximos das bases. Além do mais, os dirigentes de um partido podem se converter, eles mesmos, em uma parte dentre outras, transformando-se em uma oligarquia que termina por atazanar e desfibrar bases e militantes.

Tanto são divididos os partidos que boa parte de sua rotina é dedicada a compor consensos e unificar interesses. Não é por acaso que muito da discussão repouse na questão do modelo de deliberação a ser seguido. Há duas grandes formas de centralismo (ou seja, de coordenação e unificação) – o burocrático e o democrático – que refletem, tipicamente, processos de tomada de decisão em que o poder é imposto a partir de cima ou é construído a partir de baixo. Quando levado a sério e efetivamente praticado, o procedimento democrático é o único que consegue fazer com que as lutas internas em um partido terminem sem sangue, expulsões e dissidências. Tal procedimento, no entanto, exige que a dinâmica interna e a conduta pública do partido estejam impregnadas de idéias e princípios profundos, e só pode frutificar se o partido for ele próprio “aberto” para o mundo plural da sociedade.

Os embates partidários de hoje estão longe deste padrão. Primeiro, porque neles há poucas idéias e poucos parâmetros programáticos. Depois, porque as direções não têm peso e representatividade para conduzir o barco. Entre as alas dos partidos, inexistem divergências de fundo. Briga-se por migalhas, por postulações pessoais, por pretensões eleitorais. Na melhor hipótese, as disputas sugerem a existência de algum desentendimento doutrinário ou estratégico mas não são assumidas como tais.

Os casos que ocupam o noticiário brasileiro – o do PT em Minas, o do PSDB em São Paulo –, são emblemáticos desta situação. Alckmin quer ser candidato simplesmente por se julgar qualificado para o cargo, não por possuir proposta específica ou divergir em termos substantivos do que pensam os dirigentes de seu partido. Sequer questiona a aliança com os liberais do DEM, a ponto de iniciar sua campanha abraçado ao PTB e ao PSDC, que têm bem menos densidade e expressão. Faz isso por falta de opção e porque tem os olhos na propaganda eleitoral gratuita. Age por dinâmica própria, pouco se importando com a agenda futura do partido ou com o fato de seus companheiros vereadores pensarem de outro modo.

No caso do PT em Minas, as divergências são sérias. Tocam num ponto delicado da história do partido, o das alianças. Deve o PT privilegiar mais seus próprios interesses ou mais os interesses da sociedade? Deve governar compondo alianças que beneficiem a população e facilitem a implementação das melhores políticas ou fazê-lo com os olhos nas disputas eleitorais? Os adversários em um âmbito da federação devem sê-lo também em outro? Não são questões retóricas ou de detalhe, e diante delas não há como tergiversar, ou dizer que se deseja o melhor dos dois mundos.

Hoje está evidente que PT e PSDB não têm uma compreensão clara do papel que devem desempenhar, da estratégia a seguir, da contribuição que imaginam dar para a continuidade e o aprofundamento da democratização ou a eliminação da desigualdade social no Brasil. Como não há clareza teórica e programática nos partidos, como eles, a rigor, não sabem bem o que propor à sociedade e não possuem maior densidade cultural, as divergências fogem para os bastidores, ou seja, para as questões regionais, pessoais, grupais, que se tornam mais relevantes que as outras.

A situação desgasta os partidos no nível macro e no longo prazo, mas acaba por beneficiar suas correntes e lideranças de maior destaque, que exploram justamente as rusgas localizadas para ganhar terreno na luta interna, manejando desejos, vaidades e postulações. É bem verdade que neste universo, aparentemente louco e paradoxal, ninguém rasga dinheiro e as chances de unificação jamais desaparecem. Ainda quando divididos, raramente os partidos cometem suicídio. Chegam mesmo a alcançar alguma unidade de ação quando se trata de aumentar a força de seus candidatos.

O problema não é, portanto, de viabilidade eleitoral ou sobrevivência fisiológica, mas de razão de existir. Nosso tempo é certamente de homens partidos, mas talvez não seja mais um tempo de partido. É difícil tomar partido hoje em dia, ainda que seja fácil se indignar. E há algo na estrutura da vida atual que rouba condições de possibilidade aos partidos políticos. Eles vagam meio sem rumo, como mortos-vivos, no cenário contemporâneo.

Consequentemente, aqueles que se dedicam a mantê-los em funcionamento deveriam se preocupar em lhes dar oxigênio de melhor qualidade. Deveriam provê-los de idéias claras, identidades e estratégicas consistentes, paixão cívica e visão que ultrapasse a dimensão do poder. Coisas que estão uma camada acima do chão operacional e rotineiro da política. Este chão, no entanto, é onipresente, e tende a magnetizar tudo. (Publicado em O Estado de S. Paulo, 24 de maio de 2008, p. A2).

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Pedro Simon deu um tiro no próprio pé!


Simon, em entrevista sobre a morte do Senador Jefferson Pérz do Amazonas,disse:

"Cada vez vemos menos políticos como ele, que era de uma época no Congresso onde conviveram nomes como Teutônio Vilela, Tancredo Neves, Mário Covas e outros."

"O Congresso não podia perdê-lo. Era um baluarte, um símbolo. Eu tinha inveja cristã dele, que em cinco frases matava uma questão."

O Senador gaúcho, ao que parece, é melhor pois em quatro frases acaba com o Congresso Nacional!

Parafraseando Romário, o Senador Simon calado é um poeta!
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A continuarmos vendo só capim, não nos restará outra coisa que ajoelhar e pastar!

Fred Holland Day (08/07/1864 - 12/11/1933) foi um publicitário e fotógrafo. Filho único de um comerciante de Boston, também tinha interesses por arquitetura. Foi um dos pioneiros em impressão de arte contemporânea.

Day fez uma série de fotografias inspiradas sobre o mito de Orfeu e outra baseada na crucificação de Cristo. A maior parte da obra fotográfica de Holland Day encontra-se dividida entre The Library of Congress (EUA) e a Royal Photographic Society (LONDRES).

A fotografia acima é considerada a "foto mais gay da história da fotografia". É bom lembrar que é do final do século XIX; e Fred Holland Day figura nesta foto como Cristo Crucificado!
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La Casa de Yrene [lettera]


I giorni grigi sono le lunghe strade silenziose
Di un paese deserto e senza cielo

A casa d’irene si canta si ride
C’e gente che viene, c’e gente che va
A casa d’irene devo dirglie divino
A casa d’irene stasera si va

Giorni senza domani e il desiderio di te
Solo quei giorni che sembrano fatti di pietra
Niente altro che un muro
Sono montato da cocci di botiglia

A casa d’irene si canta si ride
C’e gente che viene, c’e gente che va
A casa d’irene devo dirglie divino
A casa d’irene stasera si va

E poi, ci sei tu a casa d’irene
E quando mi vedi tu corri da me
Mi guardi negli occhi, mi prendi la mano
Ed in silenzio mi porti con te

A casa d’irene si canta si ride
C’e gente che viene, c’e gente che va
A casa d’irene devo dirglie divino
A casa d’irene stasera si va

Giorni senza domani e il desiderio di te
Nei giorni grigi io so dove trovarti
I giorni grigi mi portano da te
A casa d’irene, a casa d’irene

A casa d’irene si canta si ride
C’e gente che viene, c’e gente che va
A casa d’irene devo dirglie divino
A casa d’irene stasera si va

Artista: Nico Fidenco

O áudio desta versão é mais compreensível.

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E por falar em encher lingüiça....


ZH de hoje é um "primor de informação". Hoje Marcelo Rech, o articulista político de ZH, mostra porque e não por acaso comanda a linha editorial do tablóide Zero Hora, o jornaleco impresso na Azenha. Como um garoto de recados do Sr. Nelson Sirotsky aos empregados na redação, também encheu o saco em falar sobre a CPI da Máfia do DETRAN-RS, sintonizado com Lasier Martins que também esta com o saco cheio.

Duas páginas com firulas, babados e espaços em branco neste trágico outono em que a população local está "hipertensa" de tantos escândalos de corrupção. Mas ZH como "é a fonte da informação" , faz o que mais sabe: brigar com a notícia e desinformar seus leitores e assinantes. Este é o exemplo didático do anti-jornalismo.

Fazer uma reportagem investigativa do tipo: Quanto custa uma mansão na Vila Jardim? Nem pensar!

Outra idéia para seu Marcelo Rech nesta estiagem de idéias: Investigar o súbito aumento de viagens a os Uruguai, especialmente cidades fronteiriças.

Mala preta é o mais recomendado?

Não assine e não compre Zero Hora. RBS e ZH mentem! Você está sendo enganado.
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