Agora, jornalistas são todos mauricinhos

Imperdível a entrevista de Paulo Henrique Amorim no site Vermelho:


"Você não vê mais um jornalista pobre. Você não vê mais um jornalista de origem humilde. São todos mauricinhos, bonitinhos, cheirosinhos, que querem trabalhar para banco. Nenhum deles tem compromisso com a sociedade. Nenhum deles sabe para que serve ser jornalista numa sociedade democrática.

E para que serve ser jornalista? Para você oferecer uma opinião isenta para que o leitor, espectador ou ouvinte possa decidir, com seus valores, o que quer fazer da vida. Esse valor se perdeu completamente. Nenhum jornalista brasileiro sabe para que serve o jornalismo. É o mesmo que entregar o bisturi a um médico que não sabe para que isso serve. Ele vai pensar que é para fazer as unhas."


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O Museu da Memória!

"O museu da memória, em sua proliferação atual, é produto de uma maneira de pensar, e de prantear, a destruição dos judeus europeus nas décadas de 1930 e 1940, que alcançou sua concretização institucional em Yad Vashem, em Jerusalém, no Museu em Memória do Holocausto, em Washington, e no Museu Judaico, em Berlim.


Fotos e outras reminiscências da Shoah foram consignadas a uma recirculação permanente a fim de garantir que aquilo que mostram será lembrado. Fotos do sofrimento e do martírio de um povo são mais do que lembranças de morte, de derrota, de vitimização.


Elas evocam o milagre da sobrevivência. Ter por objetivo a perpetuação das memórias significa, de forma inevitável, que se assumiu a tarefa de continuamente renovar e criar memórias – com a ajuda, sobretudo, da marca deixada por fotos exemplares.


As pessoas querem ser capazes de visitar – e revigorar – suas memórias. Agora, muitos povos vitimizados desejam um museu da memória, um templo para abrigar uma narrativa de seus sofrimentos que seja abrangente, organizada de forma cronológica e ilustrada. Os armênios, por exemplo, reivindicaram durante muito tempo um museu, em Washington, que institucionalizasse a memória do genocídio do povo armênio cometido pelos turcos otomanos.


Mas por que não existe ainda na capital da nação, por acaso uma cidade cuja população é esmagadoramente afro-americana, um Museu da História da Escravidão? De fato, não existe em nenhum lugar dos Estados Unidos um Museu da História da Escravidão – a história completa, a partir do tráfico de escravos na própria África. Pelo visto, criar e pôr em vigor essa memória é considerado perigoso demais para a estabilidade social.


O Museu em Memória do Holocausto e o futuro Museu e Monumento do Genocídio Armênio tratam daquilo que não ocorreu nos Estados Unidos, portanto o trabalho da memória não corre o risco de rebelar uma população doméstica insatisfeita contra a autoridade. Ter um museu para narrar o grande crime que foi a escravidão africana nos Estados Unidos da América seria reconhecer que o mal esteve aqui.


Os americanos preferem retratar o mal que esteve lá, e do qual os Estados Unidos – uma nação especial, a única que ao longo de toda a sua história não teve nenhum líder comprovadamente cruel – estão isentos. A circunstância de que este país, como qualquer outro, tem seu passado trágico não condiz com a crença fundadora, e ainda poderosa, no caráter excepcional dos Estados Unidos.


O consenso nacional em torno da história americana como uma história de progresso constitui um novo cenário para fotos deprimentes – um cenário que dirige nossa atenção para injustiças, aqui ou em qualquer parte, para as quais os Estados Unidos se vêem como a solução ou a cura".

[Páginas 74 e 75 in Diante da Dor dos Outros de Susan Sontag – 2003.]

Ainda de Susan Sontag:

"A raça branca é o câncer da história humana".[escrevendo sobre a Guerra do Vietnam afirmou.]
-Dias após o evento de 11 de Setembro, ela criticou a política externa dos Estados Unidos e fez elogios aos terroristas.



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"É impossível passar os olhos por qualquer jornal, de qualquer dia, mês ou ano, sem descobrir em todas as linhas os traços mais pavorosos da perversidade humana [...]. Qualquer jornal, da primeira à última linha, nada mais é do que um tecido de horrores. Guerras, crimes, roubos, linchamentos, torturas, as façanhas malignas dos príncipes, das nações, de indivíduos particulares; uma orgia de atrocidades universal. E é com este aperitivo abominável que o homem civilizado diariamente rega o seu repasto matinal".


[Trecho do diário particular do poeta e diagnosticador francês Baudelaire escrito no início da década de 1860, citado por Susan Sontag in Diante da Dor dos Outros (2003), páginas 89 e 90].
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O ex-secretário de chocolate!



Enquanto todos estão de olho nos escândalos de Brasília, o que se passa ao sul do Mampituba segue em seu caminho impávido, com PGQP e tudo. É impressionante o descaramento da direita local e seu trabalho incessante na defesa dos envolvidos no escândalo do DETRAN-RS.
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Otávio Germano depos ontem na CPI que investiga a Máfia do Detran-RS e conseguiu se superar: não viu nada, não ouviu nada e não sabia de nada! Creiam! O Chapéuzinho Vermelho, Rosane de Oliveira e a tropa de choque do Governo Yeda na CPI, acreditam piamente!
Otávio Germano foi arrogante como Secretário de Segurança e quem assistiu seu depoimento pelas rádios locais apenas comprovou isso.
O arrogante disse à ZH, antes de seu depoimento à CPI:
ZH - O senhor acha que não deve explicações sobre contratos do Detran?
Germano - Sou um homem público que tem de estar à disposição da CPI. Não devo explicação a ninguém sobre nada.
É interessante também ressaltar que os envolvidos e indiciados integram partidos que também não viram nada, não ouviram nada e não sabiam de nada.
A fraude já está longe de ser pretensa e suposta, mas é certo que ninguém que ser o pai da criança.
Onde foram parar os quarenta e quatro milhões?
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Moda também é cultura

Independentemente do que dizem os teóricos – sociólogos, filósofos, antropólogos, psicólogos –, e contra todos os vetos e resistências de certa cultura de esquerda, a moda afirma-se sempre mais como um importante indicador social. Através dela, pode-se saber muito sobre o modo de vida, as estruturas sociais, os valores e os comportamentos, bem sobre as opções e a disponibilidade política das pessoas, os estilos de participação e contestação. Pode-se compreender melhor os hiatos e as distâncias sociais, tanto quanto a capacidade que todos têm de criar tipos, definir perfis e inventar.

Moda não é somente mercado e consumo: também é cultura, especialmente em uma época como a nossa, em que o mundo se abre e se conecta, e afirmação de identidades e luta por reconhecimento passam a fazer parte da agenda cotidiana de todos. Deste ponto de vista, a moda tem uma dimensão política interessante, que vale a pena considerar.

A jovem, dinâmica e criativa jornalista paulistana Laura Artigas mantém no ar, desde 2006, o blogue Moda Pra ler, que nos ajuda a entender a moda e o que mais esteja com ela relacionado. Dêem uma olhada: http://www.modapraler.blogspot.com/

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