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O Aborto da Mídia

O debate entre Dilma e Serra, o Terrível, (na Rede TV!, no domingo de 18 de outubro) marcou uma ligeira mudança de postura entre os dois candidatos. Basicamente, ambos entenderam que ficar na TV falando de aborto já não rende mais tantos votos.

77% das lideranças anti-aborto são homens. 100% deles nunca irão engravidar.

Na verdade, o tema é desnecessário. Para Serra, o Terrível, o estrago já está feito, afinal ele já conseguiu imprimir na testa da Dilma a palavra "aborto". E para ele é melhor não ficar mais atinçando tanto esse assunto, pois não dá para apresentar como única proposta de governo para o Brasil a manutenção da criminalização do aborto (digamos que o Brasil tem preocupações mais urgentes que essa).

Já para Dilma, a "assassina de criancinhas", quanto menos se tocar nesse assunto, tanto melhor! Afinal, por conta de representar o perigo do aborto (dos soviéticos e da bomba atômica), ela perdeu mais votos do que o planejado.

Mas o grande agente dessa histeria anti-aborto/Dilma nós sabemos muito bem quem é! Veja você mesmo!

A VITÓRIA DOS JESUÍTAS
 
É nessas horas em que percebemos que o trabalho de catequese dos jesuítas funcionou mais que qualquer outro elemento da colonização!

Debate eleitoral fedendo a hóstia! Um país de beatas e carolas! A "Marcha da Família com Deus" e a TFP saídas do fundo do porão para disseminar e povo demente, ou melhor, temente a deus! 

 Pois é, Hatzinger! Quanto mais criancinhas melhor, não é mesmo?!

Aliás, recomendo aqui o mais novo blog do pedaço: Por Uma Vida Menos Ordinária., do camarada Giul, um bródi beberrão das antigas! Em seu post inicial, o assunto é exatamente esse: Sagrado e Profano em Política. Lê aí!

Nessas horas, uma mídia golpista corporativa e, obviamente, anti-Dilma, vai intensificar esse irracionalismo religioso contra o aborto. Ou seja, nossa mídia não pensa duas vezes antes de arremessar o Brasil numa moral típica da Idade Média se for para ganhar a presidência. Como dizia Henrique IV, da França, "Brasília bem vale uma missa"!!

O ABORTO DA MÍDIA

 Capa da Veja de outubro de 2010, 
contra o aborto, contra Dilma, pró-Serra

A revista Veja (argh) foi descaradamente a que mais investiu nesse discurso reacionário anti-aborto. Mais uma vez, portanto, fica explícito que é IMPOSSÍVEL confiar nessa revista e em toda essa mídia corporativa tucana!

O blog Tudo em Cima fez uma publicação muito boa desmascarando a Veja. A matéria completa está aqui neste link

Basicamente, na era da Internet fica mais fácil apontar as farsas e as contradições dessa mídia nojenta. Bastou a Veja divulgar a capa "bombástica" demonstrando Dilma como duas-caras que, imediatamente na sequência, pesquisaram e econtraram outra capa da mesma revista, de setembro de 1997, que trazia uma matéria séria sobre o tema, amplamente favorável à liberação do aborto, com confissões abertas inclusive feitas por celebridades! Confira:


"NÓS FIZEMOS ABORTO"

Mulheres de três gerações enfrentam a lei, o medo e o preconceito e revelam suas experiências
- Andréa Barros, Angélica Santa Cruz e Neuza Sanches

ELAS RESOLVERAM FALAR. Quebrando o muro de silêncio que sempre cercou o aborto, oito dezenas de mulheres procuradas por VEJA decidiram contar como aconteceu, quando, por quê. Falaram atrizes, cantoras, intelectuais mas também operárias, domésticas, donas de casa. Falaram de angústia, de culpa, de dor e de solidão. Também falaram de clínicas mal equipadas, de médicos sem escrúpulos, de enfermeiras sem preparo, de maridos e namorados ausentes. A apresentadora Hebe Camargo contou que, quando era uma jovem de 18 anos, ficou grávida do primeiro namorado e foi parar nas mãos de uma curiosa que fez a cirurgia sem anestesia nem cuidado. A atriz Aracy Balabanian, a Cassandra do Sai de Baixo, ficou grávida quando estava chegando aos 40 anos e dando fim a um longo relacionamento. Resolveu fazer o aborto, convencida de que a criança não teria um bom pai nem ela seria capaz de criá-la sozinha. Metalúrgica da Força Sindical, a mineira Nair Goulart, 45 anos, fez dois abortos nos anos 70 por motivos econômicos. Ela e o marido, também operário, ganhavam pouco, viviam num quarto de despejo e não teriam meios de educar nenhum filho.

Quando o Congresso brasileiro debate a regulamentação de uma legislação que autoriza a realização de aborto apenas em caso de estupro e de risco de vida para a mãe como está previsto no Código Penal desde 1940 , a disposição das mulheres que falaram a VEJA não é apenas oportuna, mas também corajosa. Embora o 1º Tribunal do Júri de São Paulo, o maior do país, já tenha completado mais de uma década sem condenar nenhuma mulher em função do aborto, a legislação estabelece para esses casos penas que vão de um a três anos de prisão. E a maioria delas não fez aborto pelos motivos previstos em lei, mas porque, cada uma em seu momento, cada uma com sua história pessoal, considerou as circunstâncias e concluiu que interromper a gravidez era uma saída menos dolorosa do que ter um filho que não poderia criar. (a reportagem continua neste link).


E atenção! Nosso dedo na cara da revistinha dispensável não para por aqui não!

Pesquisando um pouco mais pela Internet, os incríveis redatores d'A CORTIÇA encontraram por aí uma edição ainda mais recente da revista Veja (argh) defendendo o aborto. Trata-se de uma edição de janeiro de 2009 (isso mesmo, ano passado, ainda ontem)!

 
 A edição apresenta os depoimentos de Malcolm Montgomery, ginecologista do Hospital Albert Einsten, Osmar Ribeiro Colás, obstetra da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Jorge Andalaft, ginecologista da Casa da Saúde da Mulher, da UNIFESP, todos eles apontando os problemas da criminalização do aborto.Thomaz Gollop, ginecologista e professor de genética médica da USP, ainda afirma na revista: "Essa polêmica é infrutífera, pois o aborto sempre existirá, independentemente de qualquer conclusão científica, dogma religoso ou convicção ética. O aborto é acima de tudo uma questão de foro íntimo, uma decisão exclusivamente pessoal da mulher"!

Na reportagem entrevistaram ainda algumas mulheres que relatam sobre seus aborotos. Entre elas, a atriz Luiza Brunet comentando sobre o aborto que ela fez quando tinha apenas 17 anos...

 
A edição da Veja (argh), nessa sua militância de outrora pró-aborto, apresenta um mapa bem interessante do aborto no mundo. Vejam só que interessante (cliquem na imagem que ela amplia, dã!)


Enfim, para baixar essa edição, é só clicar aqui. MAS, CUIDADO: trata-se de mais uma daquelas edições da Veja (argh) carregadas de ataques ao MST e de todo aquele tró-ló-ló tucano de enojar qualquer um!

O que mudou então? Por que será que a revista, que antes tentava convencer a classe média de que a descriminalização é o melhor remédio, agora altera toda sua postura e aponta o aborto como "coisa da Dilma"? Fácil! Como disse André Lux: "Que a revista Veja não passa de um panfleto da extrema direita tupiniquim, atualmente a serviço da campanha de José Serra, ninguém tem mais dúvida. O objetivo é claro, mostrar que Dilma é "do mal", a favor de "matar criancinhas", além de mentirosa e incoerente".

O ABORTO DE SERRA

Nós, aqui d'A CORTIÇA, defendemos a mesma opinião do link abaixo
Trata-se da entrevista que a Kehl deu à Carta Capital depois de ser censurada despedida do Estadão. Em dado momento da entrevista a psicanalista apavora e manda na lata "O que me espanta é o atraso da sociedade brasileira. E a ignorância aí é apoiada pelo Serra de misturar questões religiosas com questões políticas. Como é que as igrejas começam a pautar a lei agora? Uma coisa é eles decidirem o que é pecado e o que não é, outra coisa é eles decidirem o que é ilegal e o que não é."

Mas será que Serra, o Terrível, é assim tão contra o aborto realmente? Longe dos holofotes, parece que ele é bem mais a favor do que ele tenta parecer dentro da igreja!

De forma explosiva, o jornal Folha de S.Paulo publicou no sábado de 16 de outubro reportagem intitulada "Monica Serra contou ter feito aborto, diz ex aluna." A matéria é da colunista Monica Bergamo e ocupa a metade inferior da página 10. A ex-aluna é Sheila Canevacci Ribeiro, de 37 anos, que teve Monica Serra como professora de dança na Universidade de Campinas (Unicamp).


De acordo com Sheila, Serra não respeitava "tantas mulheres começando pela sua própria mulher. Sim, Mônica Serra já fez um aborto", relatou a ex-aluna em texto republicado por sites e blogs ao longo da semana e que agora teve sua veracidade de autoria confirmada pela Folha. A colunista Monica Bergamo relata ter conversado não apenas com Sheila, mas também com outra das ex-alunas de Mônica Serra que ouviram o relato da então professora sobre o aborto. À Folha, está dito na reportagem, "a bailarina diz que confirma 'cem por cento' tudo que escreveu" em seu Faceboook.

Depois dessa matéria de 16 de outubro, quanto tempo 
será que a Monica Bergamo vai durar na Folha?

Além desse novo escândalo de hipocrisia tucana, a famíla Serra ainda terá de encarar as declarações de Soninha Francine (apresentadora de TV, ex-PT, atual coordenadora de campanha de Serra, o Terrível) confirmando à revista Trip Para Mulheres (TPM), nº41, que já fez aborto. Veja a matéria clicando aqui.


 
E agora, José? Como o Serra irá reagir a tudo isso? Será que sua amada esposa vai sair por aí gritando que a coordenadora de campanha de seu maridinho é pró-aborto? O que a Luiza Brunet, a Hebe Camargo "assassinam criancinhas"?

Não! O melhor é se calar de forma incorrigivelmente hipócrita e canalha e deixar a fama de maníaca para Dilma. Afinal, há toda a mídia para ajudá-lo nisso e manter a população nesse estado de cretinismo mental em que se encontra.

O ABORTO DOS OUTROS

E para tentar jogar ainda mais gasolina nessa fogueira (só para ver se ilumina mais, hehe), recomendamos a todos nossos assíduos leitores que assistam ao documentário "O Aborto dos Outros"! Fundamental para a discussão atual sobre a descriminalização do aborto.

Realizado em 2008, por Carla Gallo, o documentário percorre situações de aborto dentro de hospitais públicos que atendem mulheres vítimas de estupro, interrupções de gestações em casos de má-formação fetal sem possibilidade de sobrevida após o nascimento e abortos clandestinos. Ao mostrar os efeitos perversos da criminalização para as mulheres, o longa aponta a necessidade urgente de revisão da lei brasileira.

Para baixar, basta clicar no link abaixo



Já dizia Macunaíma: Muita Hipocrisia, pouca informação, os males do Brasil são!
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100 ANOS DO CAMPEÃO DOS CAMPEÕES

ISSO MESMO, 100 ANOS DO CORINTHIANS!
O MEU CORINTHIANS!
O NOSSO CORINTHIANS!
100 anos de conquistas e glórias! É só o começo!



Não! Não é a elite do morumbi (argh), nem os fascistas da barra funda (urgh), nem os caiçaras de esgoto (blargh)!! AQUI É CURINTIA, PORRA!

Os outros podem ter título de bolinha de gude ou mundial, MAS SÓ O CURINTIA TEM UMA NAÇÃO, UM POVO! É O TIME DO POVO!

Vamos lembrar do gol de 77, aquele mesmo! Narrado por Osmar Santos! Imagens do Canal 100!!! 100 anos de glórias e conquistas!!! Chora fiel, é a nossa vez!!!!!!



É O TIME DO POVO!!!

Cidade Aquariana (Gaviões da Fiel, 1992 )

DE NORTE, SUL
NORTE, SUL, LESTE, OESTE (AI AMOR)
FAÇO O MEU SINAL DA CRUZ (E NA AVENIDA)
A IMAGEM DE SÃO JORGE ME ILUMINA
E ENCHE OS GAVIÕES DE LUZ (DE LUZ, DE LUZ)

DA PAIXÃO
PELA MAGIA ME FIZ APRENDIZ
CONSULTO OS ASTROS PARA SER FELIZ
NESTA SÃO PAULO AQUARIANA
DE ANDAR
JÁ ME CANSEI, CADÊ A CONDUÇÃO?
TRABALHO, ESTUDO, NUM LUGAR FORA DE MÃO
UM DIA QUERO SER BACANA
PRA PODER SAMBAR
CAIR NA ZOEIRA
E DEPOIS DO CARNAVAL
LAVAR TUDO QUE É MAL NA CACHOEIRA
DEFENDER O MEU ARROZ
EDUCAR UMA CRIANÇA
PARA NÃO PRENDER DEPOIS

LI A MÃO
COM A CIGANA
SIMPATIA
SALVE A BAIANA
E O MEU GOL
CARREGADO DE EMOÇÃO
DEDICO A NAÇÃO CORINTIANA




(caralho, tô chorando)

Que venham mais 100 anos de conquistas e glórias!

RAÇA, CURINTHIA!!!
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TV CULTURA: a treta continua!

Aos que pensavam que era alarme falso ou "trololó", nesta segunda-feira, 30 de agosto, já não contaremos mais com a apresentação de Heródoto Barbeiro  no programa Roda Viva da TV Cultura. E conforme já havíamos alertados nossos assíduos leitores, a apresentadora agora será ninguém mais, ninguém menos, que ela: Marília Gabriela!!! Veja a chamada


Obsceno, não é mesmo?!

E dá muuuito nojo ver a Folha de S. Paulo noticiando a entrada da Marília Gabriela como se fosse um corriqueiro processo de inovação da TV! Mas que mídia golpista sem vergonha! 

Raivosa com os péssimos resultados desempenhados por sua campanha pró-Serra, o Terrível,  essa mídia tucana escamoteia um ato real de censura e agressão à liberdade de expressão (aqui! no Brasil! não lá na Venezuela!) e prefere  fazer uma entrevista perguntando o que a Marília Gabriela acha do cenário.... Do cenário!?! Socorro!!! Então virou talk-show mesmo?! Por que o Sayad não chama logo de uma vez a Hebe Camargo?

Desde foi aparelhada pelo PSDB, por meio de João Sayad, todas as notícias que surgem da Fundação Padre Anchieta são terríveis. Para os que não recordam de toda a história, façam um retrospecto clicando nos links d'A CORTIÇA abaixo e entenda passo a passo da sujeira 
Débora Prado (Caros Amigos) e Rosane Pavam (Carta Capital) falam sobre o processo de desmonte do aparato público pelo PSDB. E ainda Gilberto Yoshinaga (Carta Capital) fala sobre o fim do programa Manos e Minas

Começam a cair as primeiras cabeças do jornalismo da TV Cultura sob a gestão Sayad

Uma das últimas ações de João Sayad na Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo foi tentar acabar com as Oficinas Culturais

As aventuras de João Sayad e Andrea Matarazzo e seus atentados contra o patrimônio público. Aqui já alertávamos sobre os perigos aos quais a TV Cultura estava exposta com Sayad à frete da Fundação.

Lendo essas postagens, constata-se que, felizmente, o assunto não está passando despercebido pela imprensa. Obviamente, estamos nos referindo às publicações que, assim como nós, estão em temporada de caça aos tucanos. Por exemplo o jornal Brasil de Fato também está dando visibilidade a esse tema. Leia mais aqui.

E até mesmo a Maria Rita Kehl entrou na briga. Em sua coluna no Estadão, do dia 21 de agosto, ela também levanta uma série de questões até agora deixadas no vácuo por Sayad e o PSDB. Então, leia o artigo

Cultura pra quê?
Por Maria Rita Kehl, 21 de agosto de 2010

Um dia a massa há de provar do
biscoito fino que fabrico.

(Oswald de Andrade)

Que pena. Cada vez que me decido a escrever uma crônica mais leve nesta coluna (não ouso dizer literária. Bem, já disse), o sentimento do mundo me pega não como a doce melancolia do poeta, mas como um paralelepípedo na testa. Não sou capaz de recusar o debate público. Deve ser um sintoma grave, desses que não têm cura depois de certa idade.

Desta vez, a acalorada discussão em torno do projeto de desmanche da TV Cultura me pegou pela cabeça e pelo coração. O economista João Sayad é um homem público respeitável. Conseguiu botar em ordem as finanças da Prefeitura de São Paulo depois da calamitosa gestão Celso Pitta. O ministro Fernando Haddad contou que foi em conversa com ele que surgiu o projeto dos CEUs, oásis de cultura e sociabilidade a quebrar a aridez da vida nos bairros mais pobres da cidade. João Sayad não precisa de prestígio. Já tem.

Por isso não entendo o que o levou a assumir a presidência de um empreendimento que ele não conhece, não parece interessado em conhecer e, acima de tudo, evidentemente não gosta. Até o momento não li nem ouvi falar de nenhuma proposta criativa de Sayad para a TV Cultura. Nenhum novo projeto de programa, de modificação na grade, nenhum novo conceito sobre o papel da única tevê pública de canal aberto do Estado mais rico do Brasil. Tudo o que se sabe é que o economista veio para cortar gastos. Demitir ¾ dos funcionários! Impossível imaginar que a Fundação abrigasse 1.400 empregados inúteis. Tal enxugamento da folha de pagamentos visa a exterminar o quê? A própria programação.

Tudo leva a crer que Sayad não tinha ideia do que a TV Cultura já fez e ainda faz; em reunião interna demonstrou desconhecer até mesmo um diretor da importância do Fernando Faro, embora não haja sinais de que vá interromper o melhor programa musical do País, que além do mais se tornou um arquivo vivo da memória da música brasileira. Fora isso, terá vindo apenas para encolher os gastos da emissora, com a fúria de um exterminador do futuro? Não haverá argumento que o convença da importância de usar dinheiro público para a experimentação, a invenção e a aposta em programas de qualidade, diferenciados da mesmice das emissoras comerciais? As primeiras notícias falam em venda dos estúdios e dos equipamentos, demissões em massa e redução da TV Cultura a um pequeno e mesquinho balcão de compra de enlatados. Faz tempo que uma decisão política não me causava tristeza tão grande.

 Rolando Boldrin e um dos seus "causos": "E foi então, gente, que apareceu um vampirão, com os dente assim bem grandão, dizendo com uma voz medonha 'O Brasil pode maaais.... pode mais é se fodeeer'!  Mas pior que assombração, gente, era um puta véia que o vampirão carregava pra onde ia. O matuto era metido  a economista e quis mandar aqui na TV, mas não sabia nem a diferença entre o 'Cocó-ricó' e o 'Sr. Brasil'... E deu no que deu: cortou perna do saci, cortou emprego, cortou a cabeça da mula até cabeça de jornalista! Cruz-credo!"

Sendo a economia de verba sua única proposta, gostaria de saber qual o destino de todo o dinheiro que ele haverá, sem dúvida, de poupar com o encolhimento da Cultura. Que se revejam as contas da emissora para eliminar possíveis desperdícios e inoperâncias, vá lá. Mas por que um Estado rico como o nosso precisa ser tão mesquinho nos gastos com sua TV pública? Uma Secretaria (infelizmente entregue a outro homem que não gosta disso) que pode manter a Osesp para usufruto da elite paulista, que pode construir um luxuoso Teatro da Dança, outro da Ópera, para a mesma elite - não pode manter uma TV experimental para um público, não necessariamente elitista, mas pequeno? O argumento é que ela é irrelevante em termos de Ibope. Então, tá. Quantos milhões de telespectadores são necessários na planilha do atual gestor para justificar a existência de uma emissora que funciona como laboratório de programas ligados à cultura brasileira e internacional, e que conta com um público muitas vezes mais numeroso do que o que cabe na Sala São Paulo? Não escrevo isto para criticar a Osesp. Que floresçam mil Osesps pelo Estado, pelo País. Uma só Osesp é mais progressista do que todas as pontes e viadutos que um governo possa construir. Faço a comparação para mostrar o absurdo de se desmontar, com argumentos de planilha, uma televisão pública que utiliza sua verba para oferecer biscoito fino à massa.

Escolho, para terminar, o triste exemplo de um programa que já foi extinto pela atual direção: Manos e Minas. Um corajoso programa de auditório dedicado ao hip hop, levado ao ar ao vivo nos sábados à tarde sob o comando de Rap in Hood, que estreou em CD lá por 2000, cantando: "eu tenho o microfone/ é tudo no meu nome". Ter acesso ao microfone e falar em nome próprio: na plateia, meninos e meninas de pele escura, "bombeta e moleton", não se distinguem dos mesmos meninos e meninas que sobem para dar seu recado no palco. Enfim, alguém teve a ousadia de dar visibilidade à atividade musical dos jovens da periferia de São Paulo, acostumados a só existir na mídia quando algum dentre eles comete um crime.

Manos e Minas não precisa de argumentos de segurança pública para se justificar. Dar espaço ao rap na televisão é importante por si só. Mas a decisão de acabar com o programa nos faz refletir sobre o modo como a elite paulista concebe a inclusão simbólica da periferia na produção cultural da cidade: não concebe. Daí que a pobreza, aqui, seja um problema exclusivo de segurança pública. A extinção de Manos e Minas lembra, não pelo conteúdo, mas pelo princípio operante, as desastradas políticas de "limpeza" da cracolândia. Quem mais, senão uma TV pública, poderia investir na visibilidade dos artistas da periferia?

 "Periferia"! Amiga,  ela disse "periferia"?! 
CÓÓÓ-CÓ-CÓ-CÓ!!!!!  CÓÓÓ-CÓ-CÓ-CÓ!!!!!  CÓÓÓ-CÓ-CÓ-CÓ!!!!!

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Globalização em Tempos de Porre (Vol.01 - Zygmunt Bauman)

 Está furioso? Nós também! Não aguentamos mais o sorriso das grandes corporações gozando da nossa cara!

Ronald McFuck ama muito tudo isso!!!

O veículo de informação mais radical do quarto andar do meu prédio, A CORTIÇA, em sua paladina cruzada para explodir essa jaula de código de barras,  apresenta aos leitores alguns dos nomes mais importantes para entendermos o porque do mundo ser esse lixo miserável e como podemos virar o jogo (de prefência, chutando o tabuleiro).

"Globalização em Tempos de Porre" será uma série de publicações focadas em divulgar aqui no blog o pensamento de alguns dos nomes centrais de crítica ao Capitalismo em épocas do Neoliberalismo (pois só mesmo de porre pra se calar com a boca de feijão e engolir essa vidinha nossa de cada dia). Entre outros cérebros, aqui você irá desfrutar um pouco mais de Noam Chomsky, Milton Santos, Naomi Klein, François Chesnais e mais um montão de gente bonita! Para começar nossa saga, apresentamos algumas das idéias de  Zygmunt Bauman.

Zygmunt Bauman

 
Sociólogo polonês, iniciou a sua carreira na universidade de Varsóvia, onde ocupou a cátedra de sociologia geral. Teve artigos e livros censurados e em 1968 da Universidade. Logo em seguida emigrou da Polônia, reconstruindo a sua vida no Canadá, Estados unidos e Austrália, até chegar à Grã-Bretanha, onde em 1971 se tornou professor titular de sociologia da Universidade de Leeds, cargo que ocupou por 20 anos.  Atualmente é professor de sociologia em Leeds e Varsóvia. No Brasil, a Jorge Zahar Editor é quem detém os direitos pela publicação de seus mais de 17 livros.
Uma de suas obras mais recentes, lançada pela mesma editora, é Tempos Líquidos. Você pode baixar a Introdução desse livro clicando aqui. Então, pare cinco minutinhos o que está fazendo para ler esse bom velhinho!

Se estiver interessado em outras obras de Bauman, eis algumas coisas para você pegar para ler depois. Basta clicar sobre o título

 Neste livro, o sociólogo demonstra que a marca da pós-modernidade (valor supremo) é a "vontade de liberdade" que acompanha a velocidade das mudanças econômicas, tecnológicas, culturais e do cotidiano. Daí resulta um mundo vivido como incerto, incontrolável e assustador  (bem diferente da segurança projetada em torno de uma vida social estável, ou em torno da ordem, como pensava Freud em O mal-estar na civilização)

A comunidade e os empregados das empresas não têm por nenhum momento voz ativa nos processos de tomadas de decisões. As deliberações são tomadas por investidores não locais, tornando-os incessíveis as necessidades locais. Para estes investidores, o que está em jogo é o maior acúmulo de capital, ou seja, a busca incessante pelo lucro, sendo a exploração da mão de obra um determinante do seu objetivo. Desta maneira, quando os acionistas vislumbram maiores oportunidades em outras localidades, prevendo maiores dividendos, estes o fazem sem problema, deixando “a tarefa de lamber as feridas” para as pessoas que estão presas à localidade (BAUMAN, 1999 p.15).
A modernidade imediata é "líquida" e infinitamente mais dinâmica que a modernidade "sólida" que suplantou. A passagem de uma a outra acarretou profundas mudanças em todos os aspectos da vida humana. Bauman esclarece como se deu essa transição e nos ajuda a repensar os conceitos e esquemas cognitivos usados para descrever a experiência individual humana e sua história conjunta. Este livro complementa e conclui a análise realizada pelo autor em Globalização - as conseqüências humanas e Em Busca da Política. Juntos, esses três volumes formam uma análise das condições cambiantes da vida social e política.   

E na próxima edição de "Globalização em Tempos de Porre" mais algum intelectual bonitão para falar mal do Capitalismo. Até lá, faça como o Seu Madruga e sabote o sistema!


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TV CULTURA POR UM FIO

Por diversas vezes já alertamos nossos assíduos leitores: a TV Cultura já era!

 
 Dr. Pompeu Pompílio Pomposo, desde a década de 90
já antecipava os planos do PSDB sobre o Castelo.

Desde que João Sayad assumiu a presidência da Fundação Padre Anchieta não surge nenhuma boa nova da emissora. Ao invés, apenas tragédias e mais tragédias: demissões de jornalistas, corte de verba na programação, etc. Leia aqui n'A CORTIÇA sobre esses "trololós" tucanos que urubuzam a TV Cultura.

A mais recente catástrofe acerca da emissora foi a divulgação do cancelamento abrupto do programa "Manos e Minas", único da TV aberta brasileira dedicado ao Hip-Hop (além de abrir espaço para diversos nomes da música nacional, independentemente de ser hip ou ser hop).

Nenhuma novidade: o PSDB e seus tucanos espalhados em cargos estratégicos por aí dilacerando o patrimônico público. Não importa se é Educação, Saúde, Transporte ou Meios de Comunicação: tudo que eles metem o bico viram cinzas (exceção feita à conta bancária de seus amigos do peito).

Sobre esses temas, leiam os dois artigos abaixo:

TV Cultura: a saga de desmonte do patrimônio público

Trabalhadores da TV Cultura vivem dias de tensão na emissora sob ameaça de demissões, enquanto o bem público segue servindo ao privado em São Paulo

Por Débora Prado
debora.prado@carosamigos.com.br
12/08/2010

Os funcionários da TV Cultura estão preocupados. Não é para menos. Há anos não recebem um reajuste real no salário, nem hora extra, as denúncias de assedio moral são recorrentes e cada vez mais a carteira assinada é substituída pelo famoso PJ (quando o funcionário é obrigado a se tornar uma ‘pessoa jurídica’ para que num contrato entre ‘empresas’, o patrão não precise arcar com os direitos trabalhistas). Para piorar, no começo do mês, o colunista do R7 Daniel Castro afirmou que a direção da emissora prepara uma reestruturação que deve gerar mais de mil demissões.

Os rumores consternaram e não é para menos. Embora não haja nenhuma confirmação dos cortes, o economista João Sayad – a frente da presidência da Fundação Padre Anchieta - também não afirma que os empregos serão mantidos. A precarização das condições trabalhistas é crescente e, pior, é apenas um dos braços do desmonte e desvio da emissora, que deveria ser um bem público paulista.

Sayad fala somente em uma ‘reestruturação de conteúdo’ e em enxugar o orçamento. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo no dia 9 de agosto, disse que a grade da televisão está sendo estudada e haverá repercussões. Em reunião com o Conselho da emissora, falou em abrir o espaço para “produções independentes”.

Está armado o golpe. Com o PSDB há 20 anos a frente do governo estadual em São Paulo, acontece na cultura o que já aconteceu em várias outras áreas: a administração promove o desmonte de um bem público e depois o acusa de ineficiência para privatizar.

O discurso é frágil e baseado em premissas generalistas. Por exemplo, a emissora pode não custar tão caro quanto ele diz. Um dos funcionários fez uma conta simples e apresentou na última assembleia: a partir de um DVD institucional comemorativo calculou que, nos 41 anos de vida da emissora, ela recebeu, em média, R$ 87 milhões (valores atualizados) por ano. O montante, dividido pelos cerca de 40 milhões de habitantes do Estado, resulta na pouco substanciosa cifra de R$ 2,18. Ou seja, a emissora custa ao contribuinte menos de três reais POR ANO.

A TV Cultura já não produz nenhum programa infantil, área bem reconhecida por grande parte do público. A programação para jovens e adolescentes também está sendo atacada. Já acabaram com as gravações do Teatro Rá Tim Bum, Cocoríco, Pé na Rua e Cambalhota. O próximo alvo deve ser o Login, que, segundo os rumores internos, deve parar de ser gravado em algumas semanas.

Penélope, jornalista de oposição à gestão Sayad, foi demitida da TV Cultura
 após uma reportagem sobre um babado quentíssimo entre Serra, o Terrível, e a Soninha
.

O Manos e Minas, um dos poucos programas na televisão brasileira que retratava o universo do jovem da periferia, já parou de ser gravado. No dia 5, uma movimentação no twitter com a tag  #salveomanoseminas ficou no trending topics Brasil, ou seja, foi uma das mais citadas na rede social do País. Diante dos protestos, estão sendo colhidas assinaturas para um abaixo assinado contra o fim do programa (veja mais informações). A equipe continua indo na emissora, pois o contrato ainda não acabou, mas não sabe o que fazer. Para piorar, dos 18 funcionários, 17 são contratados pela fraude dos PJs e estão em situação super instável.

Sayad pegou os trabalhadores que de fato constroem a grade da emissora em dois pontos sensíveis: a autoestima e o emprego. Em assembléia em frente à emissora no dia 9 de agosto, muitos deles defendiam a qualidade da programação e aquilo que deveria ser a essência de uma TV pública. O deputado federal Ivan Valente (PSOL) esteve lá conversando com os funcionários e disse que “onde há fumaça, há fogo”, classificando a reestruturação como um ataque a lógica do que deve ser uma emissora pública e uma ameaça ao emprego e dignidade dos trabalhadores.

Outra assembléia aconteceu no dia 12 de agosto, na praça em frente às instalações da Cultura, em São Paulo. O Sindicato dos Radialistas de São Paulo e o dos Jornalistas devem realizar assembléias todas as quintas-feiras para tentar frear as demissões. A idéia é conseguir uma liminar na justiça que impeça qualquer corte enquanto a situação está em debate.

Segundo a direção informou às lideranças sindicais, há hoje na Cultura 2.150 funcionários, sendo 880 contratados pelo esquema de PJs. Alguns funcionários relataram, ainda na assembléia, que trabalham como cooperados. Desse total, cerca de 450 funcionários da Cultura estão atuando na TV Justiça e TV Assembleia e estão com os contratos para vencer – correndo sério risco de perder seus empregos. Os números não são exatos, nem oficiais e há muito pouca transparência nesse sentido.

A TV cultura não pertence ao Governo, mas sim ao público de São Paulo, ou seja, a sociedade civil. Ela deveria ser supervisionada pelo Conselho Curador, que infelizmente atua mais ratificando os desmandos tucanos do que supervisionando de fato se a concessão está servindo ao interesse público.



É pública

A grosso modo, o patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e do privado. O termo foi muito usado para qualificar as monarquias do absolutismo. Pois em São Paulo, alguns monarcas tucanos parecem possuir tal qualidade. Quando não privatizam diretamente, se apropriam do público para atender aos interesses privados dos grupos próximos da sigla. Isto acontece na educação, na saúde, nos transportes e até na coleta de lixo. E acontece também na comunicação.

A TV Cultura é uma rede pública e não estatal. Mas, não atua como tal. Não deveria servir ao governo do Estado, muito menos a mandatos específicos, mas na prática a coisa se complica. Ser pública significa que a vontade da sociedade civil deveria ser consultada antes de qualquer mudança estrutural. Funciona ali a mesma lógica que torna o Brasil um campo de batalha pela democratização das comunicações, onde a mídia é um dos mais fortes aparelhos privados de hegemonia ideológica.

O sistema de comunicações brasileiro é uma “herança maldita” da ditadura militar, que funciona via incentivo estatal ao desenvolvimento do capital privado. Em 1998, Fernando Henrique Cardoso, do mesmo PSDB, promoveu a maior privatização na área e rifou o Sistema Telebrás.

E o governo Lula não mudou este modelo. Os meios de comunicação seguem centrados nas mãos de poucos grupos e as concessões públicas de televisão vencidas foram renovadas automaticamente, sem nenhum debate com a população. A nomeação de Hélio Costa (PMDB), conhecido no movimento pela democratização como "o ministro da Globo", é emblemática.

Desenvolver uma verdadeira TV pública no Brasil implicaria numa concepção realmente pública de radiodifusão, subordinada então ao controle público (não só estatal, mas também da população) e não à lógica comercial. Deveria conter uma programação interessante e de qualidade que representasse a diversidade cultural e regional do País.

Para isto, seria necessário termos o controle social da mídia, que poderia funcionar, por exemplo, por meio de conselhos onde a população e o os trabalhadores de uma emissora pudessem estar devidamente representados. Mas a pequena parcela que senta em cima da comunicação brasileira atualmente não abre espaço para este debate. Quando se fala em democratização pelo controle social logo gritam – censura! E fim de papo.
 
A exclusão dos excluídos

Gilberto Yoshinaga
13 de agosto de 2010

O alarido teve início na quinta-feira passada, quando uma entrevista do jornal O Estado de São Paulo com o presidente da Fundação Padre Anchieta, o economista João Sayad, tornou pública sua decisão de extinguir da grade da TV Cultura o programa “Manos e Minas”, único da TV aberta brasileira dedicado à cultura hip-hop. Deflagrada a bomba, a reação dos admiradores do programa foi imediata. Durante toda a tarde, no Twitter, a expressão “#salveomanoseminas” figurou no trending topics brasileiro.

O repúdio ao fim do programa televisivo semanal, que neste sábado vai ao ar pela última vez após pouco mais de dois anos no ar, se espalhou com velocidade para além do microblog. Mais do que uma massa de internautas indignados, a mobilização ganhou a adesão de diversos artistas, simpatizantes da cultura de rua e jornalistas, como Pedro Alexandre Sanches (colaborador da CartaCapital) e Gilberto Dimenstein. Numa iniciativa inédita, os principais sites voltados para o hip-hop, como Central Hip-Hop, Per Raps, Coletivo e Noiz, se uniram para organizar uma reivindicação conjunta. Protestos verbais ecoaram e abaixo-assinados tomaram corpo em shows, eventos e saraus do gênero, realizados por todo o Brasil.

Cinco dias depois do fim do “Manos e Minas” ser anunciado, na terça-feira o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) usou a tribuna do Senado para manifestar seu apoio à continuidade do programa. Num discurso em que comparou a importância da poesia de Mano Brown, dos Racionais MCs, à de Patativa do Assaré, “para compreendermos hoje as aspirações dos jovens das periferias das grandes cidades”, Suplicy fez um apelo para que Sayad repense sua decisão e mantenha o programa de hip-hop na grade da TV Cultura. “Parece-me que essa é uma decisão que merece ser reconsiderada”, emendou o senador, que também leu no Senado uma carta de protesto encaminhada por representantes do hip-hop brasileiro.


Um dia antes, Suplicy havia solicitado uma reunião com o presidente da Fundação Padre Anchieta para debater a situação da emissora, que também anunciou a retirada, de sua programação, dos programas “Login” e “Vitrine” (este, sob a alegação de que haverá uma “reformulação”). Também há rumores de uma possível demissão em massa. Fala-se em um corte de até 80% dos cerca de 1,8 mil funcionários, o que, até o momento, é negado por Sayad – que já afirmou ter a intenção de enxugar a folha de pagamento, argumentando que é preciso reduzir os gastos da emissora. O pedido da reunião, feito por Suplicy, foi respondido com um e-mail seco e curto, em que Sayad diz nada ter contra o hip-hop mas não responde se receberá o senador.

A discussão, no entanto, já preocupa o Ministério da Cultura, principalmente pela maneira como a decisão unilateral chegou a público, sem qualquer diálogo com as partes envolvidas. Funcionários ligados ao programa souberam de seu fim através da imprensa.

A decisão repentina de retirá-lo do ar sugere que não houve planejamento, já que o convite para alguns artistas que tinham apresentações agendadas no programa teve de ser desfeito, constrangendo a equipe de produção e frustrando músicos. Na próxima semana, representantes do hip-hop deverão se reunir com o secretário-executivo Alfredo Manevy, o secretário do audiovisual Newton Guimarães Cannito e o secretário da identidade e da diversidade cultural Américo José Córdula Teixeira, a fim de analisar o caso e buscar uma alternativa para que o hip-hop continue com um programa em TV aberta.

 
“Sempre encarei o ‘Manos e Minas’ como um trabalho e uma missão: mostrar a periferia que o Datena não mostra”, lamenta o escritor e cineasta Alessandro Buzo, que desde a estreia do programa apresentou o quadro “Buzão Circular Periférico”, tendo feito reportagens que mostraram peculiaridades culturais de quase 50 bairros de periferia. “Não vou chorar e muito menos cuspir no prato em que comi. Só acho uma grande injustiça. Primeiro, porque o programa dá bastante repercussão e rende mais Ibope que muitos da casa. Segundo, porque era o único a retratar a periferia de forma inteligente na TV aberta ou fechada, o único programa que abria espaço pro hip-hop.”

A TV Cultura informou que renovará sua grade de programação, razão pela qual esta e outras produções serão interrompidas. “Outros programas serão desenvolvidos para atender, com a qualidade desejada, ao variado público da emissora. Cumpre acrescentar que a equipe envolvida na citada produção deverá ser realocada para as novas produções”, assegura a emissora. Não foi explicado o critério utilizado para a escolha dos programas que deixam a grade.

Ironicamente, diz o site da Fundação Padre Anchieta: “Nossa produção estará sempre comprometida com a veracidade, trabalhando no sentido de universalizar o direito à informação e à comunicação (…), buscando novas linguagens e formatos, em favor da solidariedade, da democracia e da paz, para assim expressar a diversidade brasileira, socializando a produção do conhecimento e fortalecendo a causa da televisão pública”.

E para quem ainda não entendeu a importância do programa, veja este vídeo de BNEGÃO  E OS SELETORES DE FREQUÊNCIA no Manos e Minas



E agora que está bem informado, assine aqui o abaixo-assinado para salvar o Manos e Minas!

OBS: ATENÇÃO!!! Posteriormente ao fechamento desta edição (ou seja, depois de ter ido para gráfica e tudo mais), chegou até os editores d'A CORTIÇA o excelente artigo "As idéias descontinuadas", de Rosane Pavam, da Carta Capital.

Entre outros pontos que nos fazem enteder mais e melhor o porque de o PSDB atacar violentamente a TV Cultural, ressaltamos este: 
"Os bastidores falam em “desmonte” da emissora com o objetivo de fazê-la caber na verba destinada pelo governo estadual, de 80 milhões de reais. Os dois terços atualmente não provenientes dela, nascidos da publicidade e da prestação de serviços, seriam eliminados. Ao pagar integralmente a conta, o Estado decidiria o que veicular. Pelo contrário, como está hoje, segundo a crença dessas fontes, a emissora pública de direito privado tem autonomia razoável em relação ao governo. Por pouco, até, ela permitiu que uma reportagem sobre pedágio nas rodovias paulistas, supervisionada pelo então diretor de Telejornalismo, Gabriel Prioli, fosse veiculada no Jornal da Cultura, no início de julho. A direção deu-se conta a tempo da apuração e vetou a transmissão da matéria, demitindo Prioli, que iniciara suas funções sete dias antes."

Esclarecedor...
Leia a íntegra aqui.
Clique para ver...

Jornalismo em risco na TV Cultura

No último post d'A CORTIÇA, entre outros assuntos, alertamos sobre os perigos de João Sayad à frente da Fundação Padre Anchieta. Pois bem, vejam o que saiu no fim da semana passada sobre esse assunto no blog do Luis Nassif

"Há uma semana, Gabriel Priolli foi indicado diretor de jornalismo da TV Cultura. Ontem, planejou uma matéria sobre os pedágios paulistas.

Foram ouvidos Geraldo Alckmin e Aloízio Mercadante, candidatos ao governo do estado. Tentou-se ouvir a Secretaria dos Transportes, que não quis dar entrevistas. O jornalismo pediu ao menos uma nota oficial. Acabaram não se pronunciando.

Sete horas da noite, o novo vice-presidente de conteúdo da TV Cultura, Fernando Vieira de Mello, chamou Priolli em sua sala. Na volta, Priolli informou que a matéria teria que ser derrubada. Tiveram que improvisar uma matéria anódina sobre as viagens dos candidatos.

Hoje [08 dejulho], Priolli foi demitido do cargo. Não durou uma semana.

Semana passada foi Heródoto Barbeiro, demitido do cargo de apresentador do Roda Viva devido às perguntas sobre pedágio feitas ao candidato José Serra.

Para quem ainda têm dúvidas: a maior ameaça à liberdade de imprensa que esse país jamais enfrentou, nas últimas décadas, seria se, por desgraça, Serra juntasse ao poder de mídia, que já tem, o poder de Estado."
 João Sayad (presidente da Fundação Padre Anchieta) e Serra, o Terrível (candidato tucano à presidência).
Carecas do PSDB, tirando o emprego de jornalistas que criticam as defecações tucanas.
Será que vai sair uma matéria na Veja ou na Folha sobre isso? 
Ou será que vão continuar apontando como Fidel Castro e Hugo Chávez odeiam jornalistas?

Veja o vídeo de Serra, o Terrível, no Roda Viva (programa exibido em 21 de junho de 2010)  com Heródoto Barbeiro. As más línguas dizem que ele será substituído pela Marília Gabriela (socorro!! as más línguas são más mesmo). Eis o trecho que custou o emprego do jornalista como apresentador do programa


Acesse esse link  http://www.tvcultura.com.br/rodaviva/programa/1209 e procure na coluna da direita o vídeo "José Serra fala sobre pedágios" e outras pérolas

E mais esse em que Serra vai direto ao ponto em uma resposta sobre a redução dos pedágios

... Esclarecedor!

Vale a pena também ler o que saiu sobre o tema no site do Obersvatório da Imprensa.

Clique para ver...

PSDB e o Fim das Oficinas Culturais

UFA! Chega de Copa do Mundo! 

Os redatores incansáveis d'A CORTIÇA não mais aguentavam uma alimentação desregrada pautada em amendoizinhos, sorvetinhos, salgadinhos, refrigerantezinhos, salaminhos, pinguinhas, azeitoninhas, cervejinhas, salsichinhas na conservinha do vinagretinho e infartinho no coraçãozinho, sendo tudo isso acompanhado de um futebolzinho bem ruizinho! 

E o Brasil já era! Já que o manual de momentos trágicos diz que "depois de cada tragédia deve-se achar um culpado e crucificá-lo", A CORTIÇA elege o Kaká como culpado, pois adorou mais a deus que a jabulani, um pecado mortal para todo futeboleiro. Mas, para ele, crucificação não seria exatamente um castigo

Gana também já foi! O sonho acabou? Não, ainda resta o Paraguai! Vamos todos torcer para o Paraguai, pois se o coração é brasileiro, o marcapasso, o relógio, a roupa, o eletrodoméstico e todo o resto é paraguaio! Então, vamos Paraguai! Arriba carajo!

Bispa Hernandes, Kaká (I Belong To Jesus) e Larissa Riquelme: e a Copa virou Cópula mesmo!

Mas voltemos à realidade! Falta muito para as festas de réveillon. Até lá teremos ainda de encarar uma indigesta disputa eleitoral. Então já é hora de nos deleitarmos no pleito eleitoral novamente e falar mal de tudo e de todos esses aí. Funcionará assim: nas próximas duas semanas de julho ainda teremos de engolir a Copa do Mundo imperando nos noticiários. Poderão até  limpar a bunda com a Ficha Limpa que ninguém nem vai perceber! E é exatamente essa falta de percepção coletiva que os políticos danadinhos precisam para deitar, rolar e enrolar a todos! Alguns, como bons tucanos, preferem bicar mesmo! Enquanto todos estão de olho na tal da jabulani, esses tucanos de mierda aproveitam para chutar nossas bolas!

NOVAMENTE, OS TUCANOS CONTRA O POVO

Por diversas vezes a sua fonte de informação de maior credibilidade da intenet, A CORTIÇA, apresentou como os políticos ligados ao PSDB e a Serra, o Terrível, (des) tratam do bem-público como se gerissem um banco. Entre tantos outros posts desse blog (procure mais nos marcadores), para refrescar sua memória relembramos esses abaixo:

- Ressaca Cultural

- Como Tucanar a Eleição

- Cultura Mercado e Lucro em São Paulo

Conforme já notíciamos, João Sayad (economista ligado ao grupo serrista no PSDB) foi o responsável para Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo de 2007 até abril de 2010. Decidiu sair desse cargo para assumir presidência da Fundação Padre Anchieta, que controla (entre outros veículos de comunicação) a TV Cultura. 

No lugar de Sayad, a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo foi assumida por Andrea Matarazzo. Enquanto ainda era Secretário de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo, suas ações promoveram distúrbios na região central contra a população de baixa renda, contra os trabalhadores informais (ambulantes, catadores, etc.), praças sendo cercadas por grades e obras como "rampas anti-mendigos". Ainda jogou asfalto sobre passarelas de pedestres priorizando uma cidade para carros. Destruiu ocupações urbanas, fortalecendo a especulação imobiliária e, defensor de políticas higienistas, ao se referir à "revitalização" do bairro da Luz, disse "Adoro problema! Vamos limpar a cracolândia!". Quer saber mais sobre a relação de Matarazzo com a população do centro, veja o documentário "Santa Efigênia e seus pecados" (2009) de Thiago Mendonça.

Serra, o Terrível, e Andrea Matarazzo decorando a fala e afinando o coro. 
Essas gralhas tucanas realmente falam a mesma língua (é até o mesmo discurso para os dois).
 
Mas e o João Sayad? Sendo nomeado por Serra, o Terrível, Sayad (di)geriu a Secretaria da Cultura como se fosse um banco: uns poucos são clientes "prime", "personalité" e os demais pagam a elevada conta de uma cultura sendo tratada como mercadoria. Uma de suas decisões mais apocalípticas, ainda em 2009, foi aprovar a construção do "Teatro de Dança", o mais caro projeto da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Trata-se de R$ 311,8 milhões a um único centro cultural  no Bairro da Luz, uma região que já possui diversas instituições culturais: Escola Livre de Música do Estado de São Paulo-Tom Jobim, a Sala São Paulo, a Pinacoteca, a Estação Pinacoteca e o Museu da Língua Portuguesa.

Será que com R$ 311,8 milhões não é possível fomentar uma estrutura melhor (em todos os sentidos) a companhias e grupos que promovem a cultura em SP e constantemente sofrem com as limitações impostas pela ausência de uma política pública decente voltada para a área cultural? Sayad não está minimamente preocupado em promover maiores e melhores atividades culturais entre os cidadãos paulistas, mas quer meramente privilegiar a São Paulo Cia. de Dança (SPCD), afinal esta é a primeira companhia subsidiada pelo Estado, recebendo com exclusividade a inacreditável quantia de R$ 13 milhões anuais (!), ao mesmo tempo em que R$ 1,4 milhões é a verba pública a ser dividida por todos os grupos privados do Estado de São Paulo!... Notável!

Os monstros se divertem: Sayad e Serra, o Terrível, passeando pelo Teatro Alfa, 
na estréia de uma das temporadas da  São Paulo Companhia de Dança.

É esse o resultado de deixar Serra, o Terrível, e seus amiguinhos do peito controlarem o bem-público: tudo vira uma espécie de boutique onde os melhores perfumes vão para os seus comparsas e as migalhas (se sobrar!) fica para o restante da choldra!


 E os problemas não acabam por aqui não. Antes de sair do cargo, Sayad fez um último e feroz ataque contra a cultura de São Paulo: ordenou o fim das Oficinas Culturais!

FIM DAS OFICINAS CULTURAIS: PSDB PRIVATIZANDO A CULTURA

Em junho foi anunciado que a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo não renovará o contrato com a Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado (ASSAOC). No fim de julho, as oficinas fecham para o público. Já nesse mesmo mês os funcionários estão trabalhando sob aviso prévio. Em agosto, o contrato se encerra. 

Criadas em 1986, as Oficinas Culturais são espaços destinados a promover atividades culturais dos mais variados tipos (artes plásticas, dança, teatro, música e tudo mais). São atividades gratuitas que proporcionam oportunidades de aquisição de novos conhecimentos e novas vivências de experimentação e de contato com as mais diversas formas de expressão em cultura, possibilitando não apenas a formação do público e como de profissionais para a área da cultural.

 Fachada do prédio da Oficina Cultural Oswald de Andrade. Muitos funcionários estão 
com medo de perderem seus empregos por conta das ações do PSDB contra a cultura.

O fim das Oficinas Culturais foi determinado por João Sayad, quando ainda coordenava a pasta de Cultura de São Paulo. De acordo com ele, não há visibilidade para os projeto das Oficinas Culturais. Em todo caso a execução dessa pútrida tarefa coube ao recém-empossado secretário de cultura Adrea Matarazzo. Em matéria publicada na Folha, no caderno Ilustrada, de 27 de junho de 2010, Matarazzo afirmou que "Elas [Oficinas Culturais] consomem R$ 20 milhões por ano. Mais de 60% da verba é utilizada na atividade-meio. O modelo ficou absoleto. Temos de investir em coisas que fiquem, como capacitação de profissionais".

Quer dizer então que não há visibilidade? Estão obsoletas? É incrível a capacidade desses urubus tucanos transformarem em carniça tudo o que tocam! Vamos ver, então, qual a situação real das Oficinas Culturais.

De acordo com a ASSAOC, há 22 Oficinas Culturais, sendo que 06 estão na capital (04 na Zona Leste, 01 no extremo da Zona Oeste e 02 no centro expandido), 15 no interior do Estado de São Paulo, com 645 municípios e, além disso, há ainda os Projetos Especiais e da Terceira Idade.

Se as Oficinas Culturais forem realmente fechadas, o impacto será estrondoso. Em números, o custo desse prejuízo será o seguinte:
- Empregos diretos: 280;
- Empregos terceirizados: 126;
- Empregos indiretos (arte-educadores): 2.100 anualmente;
- Público frequentador de atividades de formação: 66.000 inscritos anualmente;
- Atendimento à comunidade (eventos diversos, como festivais, mostras, encontros de entidades, espetáculos, exposições, festas comemorativas dos bairros e cidades, campanhas solidárias etc.): 88.000 anualmente.

Dessa forma, para Serra (o Terrível), João Sayad, Andrea Matarazzo e Alberto Goldman,  cerca de 157 mil cidadãos produzindo cultura anulamente são algo obsoleto sem visibilidade! Para eles, é mais importante dar R$13 milhões anuais à São Paulo Cia. de Dança! Isso sim possui ampla visibilidade!
Obviamente, frente a manifestação de insatisfação da classe artística ganhando espaço da Folha, no Estadão, na CBN (ouça a entrevista de Marcelo M. Fonseca,orientador na O.C. Oswald de Andrade, neste link) e até mesmo no Diário Popular, Matarazzo "ramelou", fingiu que não era com ele e, obviamente, mentiu dizendo que esse papo de fechar as Oficinas Culturais "É boataria. Não temos intenção de demitir. Só estamos analisando a gestão da organização social checando cumprimento de metas... Jamais pensamos suspender o programa ou demitir os funcionários".


Até semana passada as Oficinas Culturais eram "obsoletas" e sem visibilidade. Mas como o assunto brotou na grande mídia corporativa (e pega mal cortar empregos em ano de eleição), Matarazzo retirou na sexta-feira (02 de julho) ou que havia dito no domingo (27 de junho). Mentiras e mais mentiras. Tucanos e mais tucanos! Só comendo muita carniça mesmo para conseguir entender esses urubus. O conceito que o PSDB tem de cultura assemelha-se muito a Göring, sucessor presuntivo de Hitler, que já dizia: “quando eu ouço a palavra cultura, logo saco meu revólver”!

O que será que essa turminha do Serra, o Terrível, vai fazer com o 
país se o vampirão ganhar a presidência?!.... Valei-me!

E fique atento! Por meio da internet, inúmeros artistas estão se manifestando contra mais essa agressão do PSDB sobre a população de São Paulo. A CORTIÇA recomenda vivamente que você deixe o Galvão Bueno um pouco de escanteio e fique de marcação cerrada nesse time PSDBozo, que compra o juiz e, mesmo assim, só dá bola-fora!
Clique para ver...
 
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