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POLÍTICA - A morte da modelo e o mensalão tucano.

Copiado do blog Vi o Mundo.


Advogado diz que morte de modelo tem ligação com mensalão tucano

publicado em 22 de dezembro de 2013 às 0:01

Dino, em foto publicada na CartaCapital
Advogado acusa réu do mensalão tucano de ser mandante da morte de modelo
Por Lúcia Rodrigues, em Belo Horizonte*
Um homem acuado e com medo de morrer. É assim que o advogado Dino Miraglia se define.
Até 21 de agosto ele advogava para Nilton Monteiro, o delator do mensalão tucano, que está preso no complexo penitenciário de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, acusado de ser falsário.
Nilton tinha intimidade com o ninho tucano em Minas Gerais. Participou de esquemas. Para figurões do PSDB, trata-se de um chantagista que decidiu ganhar dinheiro com informação, o que ele contesta.
[Leia aqui a entrevista exclusiva de Nilton Monteiro ao Viomundo]
O advogado Miraglia deixou a defesa de Nilton Monteiro após ter a residência invadida por um grupo de dez delegados da Polícia Civil de Minas Gerais que buscavam, segundo ele, um documento falso. O episódio lhe custou um casamento de décadas, 26 anos de união e seis, de namoro. Assustadas com a operação policial, que envolveu até helicóptero, mulher e filha resolveram se afastar dele.
A esposa já o havia advertido diversas vezes para recusar ações que atingissem políticos mineiros. Dino não ouviu os conselhos e continuou advogando para o delator do mensalão tucano.
A invasão da polícia para cumprimento de mandado de busca e apreensão foi a gota d’água para a família. Antes disso, ele já havia sido ameaçado de morte várias vezes devido à atuação nessas causas.
Apesar de não citar o nome de quem o ameaçou com uma pistola ponto 40, o advogado deixa transparecer que se trata de Márcio Nabak, delegado-chefe do Departamento Estadual de Operações Especiais, o Deoesp, de Minas Gerais.
O policial seria aliado de políticos denunciados no mensalão tucano, segundo o delator do esquema, Nilton Monteiro.
O advogado diz que a invasão policial teve forte impacto psicológico na família.
Ele descreve a cena que viu:

Cristiana, a modelo
“Mula” da corrupção tucana
No currículo profissional, Dino acumula ainda a defesa da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira assassinada, em agosto de 2000, nas dependências de um flat no centro de Belo Horizonte, por um ex-namorado, Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho.
É um caso bizarro. Inicialmente a morte da modelo foi considerada “suicídio”.
Vejam aqui, no texto da revista Época.
Isso apesar desta descrição do corpo de Cristiana:

Quando nova perícia foi feita, a polícia passou a dizer que Cristiana foi vítima de crime passional.
Mas o advogado Dino sustenta que tratou-se de queima de arquivo.
Segundo ele, Cristiana tinha papel central no esquema de corrupção do PSDB em Minas Gerais.
Era ela quem transportava o dinheiro das transações do mensalão tucano.
Na linguagem popular, Cristiana era “mula” do esquema de corrupção.
O advogado acusa o ex-ministro do Turismo e das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, um dos réus do mensalão tucano, de ser o mandante do crime.
De acordo com ele, Walfrido teria mandado matar Cristiana porque ela “sabia demais”.
“A morte da modelo foi encomendada”, frisa.
No julgamento do acusado de matar Cristiana, o ex-ministro e ex-vice-governador de Minas (no mandato de Eduardo Azeredo, 1995-1999) foi convocado a depor como testemunha, mas não compareceu. Alegou que estava em viagem aos Estados Unidos.
Acusado pelo crime, Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho, um ex-namorado da vítima, está solto até hoje, apesar de ter sido condenado por júri popular a 14 anos de prisão e de a segunda instância ter ratificado a decisão.
“Nunca vi corno de garota-de-programa” que mata dois anos depois do fim do relacionamento, diz o advogado.
Segundo Dino, o assassino está em liberdade graças a um habeas corpus concedido de ofício pela ministra do STJ, o Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz.
De acordo com o advogado, Cristiana aparece numa lista de pagamentos supostamente compilada pelo publicitário Marcos Valério, como beneficiária de mais de R$ 1,8 milhão.
Valério foi recentemente condenado pelo STF por conta do papel que desempenhou no mensalão petista: segundo a acusação, as empresas dele forjaram contratos de publicidade para encobrir desvio de dinheiro público em benefício do PT e de aliados.
O mesmo tipo de ação é atribuída a Valério no mensalão tucano, que é de 1998, quando Eduardo Azeredo fracassou na tentativa de se reeleger governador de Minas e FHC se reelegeu presidente.
Dino pediu o apensamento dos papéis nas quais a modelo é mencionada ao processo do mensalão tucano, que corre no STF e já inclui a chamada lista de Furnas.
Esta lista é uma relação detalhada de constribuições de campanha feitas com dinheiro que funcionários da estatal teriam arrancado de fornecedores da empresa.
Vários nomes se repetem nas duas listas — a de Valério e a de Furnas.
O objetivo da ação do advogado é mostrar a relação entre a morte da modelo e o esquema de corrupção tucano.
Segundo laudo da Polícia Federal, a lista de Furnas não foi forjada.
Já a lista de Marcos Valério, que Dino Miraglia encaminhou ao ministro Joaquim Barbosa para anexar ao processo do mensalão tucano, não tem laudo de autenticidade da PF.
O documento entregue a Barbosa seria uma cópia, o que impede perícia.
Medo no ar
Dino Miraglia relutou em conceder entrevista. Visivelmente assustado, lançou mão de subterfúgios para protelar o encontro, que ocorreu no começo da tarde do último dia 5.
O primeiro contato da reportagem ocorreu em 2 de dezembro, por meio de celular, e parecia normal.
Do outro lado da linha, o advogado informava que estava em São Paulo e que retornaria à capital mineira naquela noite. Marcou o encontro para o dia seguinte, às 10 horas da manhã, em seu escritório.
Pela porta de vidro opaco da sala de espera do gabinete de advocacia, vimos o vulto de um homem alto sair.
Minutos depois, a secretária recebeu um torpedo de Dino dizendo que não poderia comparecer ao escritório, porque teria de atender flagrante envolvendo um cliente.
Depois de várias outras tratativas telefônicas, quando já não contávamos com a entrevista, o advogado surpreendentemente concordou, questionando com voz de preocupação:  “Você pode vir aqui, agora (para o escritório)?”
O medo de Dino não é infundado. A política mineira é sui generis. Em nossa passagem por Belo Horizonte, constatamos situações que parecem justificar o receio. Alguns dos entrevistados só concordaram em falar em off (sem se identificar publicamente). No caso de uma das fontes, chegou às suas mãos, enquanto conversava conosco, um calhamaço de papéis com transcrições de diálogos de conversas grampeadas pela polícia mineira.
O monitoramento de adversários políticos em Minas faz lembrar o regime de exceção vivido durante a ditadura militar.
*A viagem da repórter a Minas Gerais, para fazer um balanço do mensalão tucano, foi financiada pelos leitores que contribuem com o Viomundo.
Ouça aqui a íntegra explosiva da entrevista:
Leia também:
Nilton Monteiro, delator do mensalão tucano, diz que é perseguido por Aécio Neves
Memória (reportagem da revista Época):
CRIME
E a farsa desmoronou
Novo laudo comprova que a morte de modelo não foi suicídio e promotores querem descobrir quem tentou abafar o caso
ROGER LIBÓRIO
Há crimes que, pela repercussão, geram um esforço de investigação impressionante – a ponto de, em poucos dias, serem elucidados. E há outros que só são apurados após muita insistência. O caso da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, morta em agosto de 2000 num flat em Belo Horizonte, em Minas Gerais, pertence à segunda categoria.
Passados dois anos e meio do assassinato, foi apenas na semana passada que se conheceu oficialmente a causa da morte — Cristiana foi sufocada com um objeto de pano, que pode ter sido um travesseiro ou um lençol enrolado.
Ela foi agredida e as marcas da violência foram registradas em seu corpo. Para chegar a essa conclusão foi preciso reanalisar as fotos da vítima, exumar o cadáver e fazer uma necropsia. O primeiro laudo, que atestava ‘suicídio’, revelou-se uma grosseira peça de ficção. Os médicos-legistas responsáveis pelo documento, Remar dos Santos e Tyrone Abud Belmak, não se pronunciam.
O Ministério Público (MP) agora investiga por que foi montada a farsa, típica dos anos da ditadura.
Cristiana, morena de 1,78 metro, queria fazer carreira de modelo, mas, aos 24 anos, havia conseguido apenas se tornar uma figura popular entre os ricos e famosos da capital mineira.
Quando foi morta — aparentemente por um ex-namorado ciumento, que perdeu a carona na ascensão social e nas amizades importantes da moça –, o MP teve de enviar à polícia diversos ofícios pedindo a apuração do caso. ‘Requisitamos várias diligências, mas elas nunca foram feitas’, conta o promotor Luís Carlos Martins Costa.
Quando a polícia encaminha um cadáver para o IML, tem de preencher uma ficha pedindo vários tipos de exame — basta marcar um ‘x’ em cada um deles. Pode-se procurar, por exemplo, indícios de agressão física e violência sexual.
O corpo de Cristiana foi encontrado na cama apenas de sutiã, sem calcinha e com vários hematomas, mas os investigadores solicitaram apenas exame toxicológico, anotando ao lado: ‘Suspeita de suicídio’. Na cena do crime não havia nada que sugerisse isso, como vidro de raticida, seringa ou bilhete de despedida.
O boletim de ocorrência foi lavrado em 6 de agosto. Somente no dia 11 de dezembro, quatro meses depois, foi instaurado um inquérito policial. Ele passou por vários delegados e muitas trapalhadas — um ex-namorado, o empresário Luiz Fernando Novaes, chegou a ser preso e depois solto por falta de provas. A conclusão final, porém, foi novamente de ‘auto-extermínio’.
O Ministério Público teve de investigar sozinho, colher 41 depoimentos e pedir a exumação do cadáver.
O ex-namorado Reinaldo Pacífico, contra quem Cristiana já registrara um boletim de ocorrência por agressão, vinha perseguindo a modelo. Sujeito misterioso, ganhava a vida como detetive particular mas se apresentava como ‘juiz criminal’. Ele tornou-se o principal suspeito depois que uma testemunha — agora sob proteção federal — admitiu tê-lo ouvido confessar o crime.
Parece difícil, contudo, que Pacífico tenha sido capaz de agir sozinho na etapa seguinte do crime — a de embaralhar pistas e transformar sinais de um assassinato brutal em suicídio.
Essa tarefa exige a cumplicidade de policiais, além da boa vontade da cúpula da máquina de segurança de Minas Gerais — recursos pouco acessíveis na mala de truques de um detetive particular.
Por isso a promotoria agora quer apurar o que levou a polícia e os legistas a conduzirem a investigação de forma tão relapsa. ‘Há indícios de supressão e de alteração de documentos’, diz Martins Costa.
Entre outros papéis, sumiu o depoimento de um dos irmãos da vítima, Cláudio Ferreira, que havia dado a lista de todas as pessoas importantes com as quais Cristiana teria se relacionado. ‘O delegado chamou o rapaz alguns dias depois, disse que o depoimento não tinha validade e o questionou novamente, orientando para não citar nomes’, acusa o promotor.
Entre os famosos mencionados pela família de Cristiana estava Jairo Magalhães Costa, diretor do Banco Real, o único a admitir ter tido um caso com a moça.
Mas uma irmã da vítima, Simone Ferreira, testemunhou dizendo que ela ‘estava se encontrando’ com Djalma Moraes, presidente da Cemig.
Ele é casado, nega qualquer relacionamento com a modelo e declarou que a viu apenas duas vezes — foram apresentados pelo ex-secretário da Casa Civil Henrique Hargreaves.
Em outro depoimento, uma amiga de Cristiana disse que ela apregoava um breve caso com o ex-governador Newton Cardoso, que declarou jamais tê-la visto na vida. E vários parentes afirmaram que Cristiana era amiga próxima do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, para quem trabalhava e viajava freqüentemente.
Num depoimento tomado às vésperas da posse na equipe de Lula, Mares Guia disse que a conhecia de vista. Para uma pessoa tão pouco relacionada, é surpreendente que tenha conseguido ser recebida no Palácio da Liberdade, quando chegou a ser fotografada ao lado do governador Itamar Franco — parentes dizem que ela fora pedir um emprego.
Entende-se que pessoas importantes queiram proteger sua intimidade, especialmente contra boatos que podem não ter fundamento.
Resta saber se foi por influência política que o primeiro laudo notava ‘ausência de lesões externas macroscopicamente visíveis’ num cadáver com três fraturas e vários hematomas. É um erro tão grosseiro que lembra os documentos produzidos nos anos de chumbo para mascarar a tortura de presos políticos.
Colaborou Paula Pereira
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POLÍTICA - A farsa do mensalão.

O que setores da mídia não dizem sobre a AP 470


Queremos compartilhar com vocês a informação sobre a criação de um novo site mostrando fatos ignorados pela grande imprensa sobre a AP 470. É o “Ação 470 – O que setores da mídia não dizem sobre o suposto mensalão”.

“Esse blog nasceu para ser um contraponto ao discurso hegemônico de parte da mídia sobre o caso da Ação Penal 470, popularmente conhecida como ‘mensalão’. Reunimos publicações, reportagens especiais e artigos que expõem o outro lado da história, sem o viés político que marcou a cobertura dos veículos tradicionais de comunicação”, afirma o deputado estadual Fernando Mineiro (PT-RN) na apresentação do site.

“O objetivo é reunir, num mesmo espaço virtual, uma coletânea de textos que ofereçam uma visão mais plural, permitindo assim que as pessoas possam comparar fatos, argumentos e versões, para que tirem suas próprias conclusões”, acrescenta.
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POLÍTICA - O chavismo sem Chaves

n Diário do Centro do Mundo

2013 foi o ano em que os venezuelanos disseram sim ao chavismo sem Chávez

by Diario do Centro do Mundo
Chavistas em campanha epois da morte de Chávez
Chavistas em campanha pró-Maduro depois da morte de Chávez

O texto abaixo foi publicado originalmente no site El País.

Não eram poucas as interrogações que existiam sobre a viabilidade do chavismo. Especulava-se. Dizia-se que “uma vez que não esteja Chávez isto cai como um castelo de cartas”.
O chavismo sem Chávez, como passou a se chamar essa figura, era algo que existia na bruma do futuro. Intangível e insondável. A crença era de que só Chávez tinha o carisma, a ascendência e presença para carregar seu movimento político nas costas.
Durante sua vida, ninguém lhe fez sombra na política venezuelana, muito menos dentro do chavismo. Os colaboradores que manteve a seu redor eram vistos como simples fofoqueiros, garotos de recado, indivíduos sem poder nem discernimento para tomar decisões de relevância alguma.
Quando se soube da sua enfermidade fatal, muitos na oposição, mesmo sem admitirem publicamente, se regozijaram. Começaram a salivar, acreditando que o desaparecimento físico do caudilho levaria a sua “Revolução Bolivariana” à breca.
Começaram a contar com os ovos dentro da galinha. Convenceram-se de que o momento havia chegado. Sem Chávez em cena, nenhum de seus escudeiros conseguiria manter o chavismo unido, por questão de gravidade, ou falta dela.
Nem Maduro, nem Cabello, muito menos o supostamente todo-poderoso presidente da PDVSA, Rafael Ramirez, eram vistos como “homens de Estado” no estilo de Hugo Chávez. Ao menos essa era a crença.
Mas, desde a morte de Chávez, houve uma série de eleições que não deixam lugar a dúvidas. O chavismo se consolidou em 2013 como a força política preferida da maioria dos venezuelanos.
Já não se trata de um líder que exalava carisma, atuando como o porta-aviões de uma plataforma política repleta de mediocridades e de personalidades cinzentas que não despertam nem mesmo um mau pensamento. Não. Estamos na presença de um movimento que, com ou sem um líder galáctico, derrota eleitoralmente qualquer um que a oposição decidir lançar à arena.
A oposição considerou que estava dando uma aula de democracia quando organizou eleições primárias para escolher o adversário de Chávez. Henrique Capriles venceu essa disputa, e basicamente é o único que a vence desde então.
Mas já foi derrotado três vezes, em curta sucessão, por Chávez e por Nicolás Maduro. Como líder da oposição, não conseguiu abalar em nada a popularidade do chavismo.
Por isso, é preciso reconhecer, sem rodeios, que este ano prestes a terminar foi o ano em que o chavismo nasceu como força política. O encantador de serpentes, o líder supremo, já não está mais por aí, e no entanto seus delfins demonstraram, no mínimo, que a oposição em qualquer das suas formas é minoritária.
Devido à singularidade da correlação de forças políticas e do poder real na Venezuela, essa nova realidade prenuncia um futuro bastante incerto para a Venezuela, mas não para o chavismo.
E, antes que se esgrima o argumento de oportunismo do Governo em matéria eleitoral, no que seria uma justificativa para as recorrentes derrotas eleitorais da oposição, é imperativo recordar que a oposição tem como pilar ideológico não questionar seriamente a forma pela qual se realizam os processos eleitorais na Venezuela, nem as autoridades que administram e organizam tais processos.
Portanto, se esses processos são bons para reivindicar vitórias, também devem sê-lo para reconhecer que o chavismo, com ou sem Chávez, é uma plataforma viável, e é a preferida pela maioria dos venezuelanos. Disso já não resta dúvida.
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POLÍTICA - O secretário do Eduardo Campos.

As barbaridades do secretário de Eduardo Campos

  
"O policial exerce um fascínio no dito sexo frágil. Eu não sei por que é que mulher gosta tanto de farda. Todo policial militar mais antigo tem duas famílias, tem uma amante, duas. É um negócio. Eu sou um policial feio, feio pra c***, a gente ia pra Floresta (no Sertão), para estes lugares. Quando chegávamos lá, colocávamos o colete, as meninas ficavam tudo sassaricadas. Às vezes tinham namorado, às vezes eram mulheres casadas. Pra elas é o máximo tá dando pra um policial. Dentro da viatura, então, o fetiche vai lá em cima, é coisa de doido".
Foi desta forma, acreditem, que o Secretário de Defesa Social de Pernambuco, delegado Wilson Damázio, respondeu à pergunta da repórter Fabiana Moraes, do Jornal do Commercio de Recife, sobre as denúncias de estupros contra meninas praticados por policiais militares.
Outro trecho da entrevista:
"Desvio de conduta a gente tem em todo lugar. Tem na casa da gente, tem um irmão que é homossexual, tem outro que é ladrão, entendeu? Lógico que a homossexualidade não quer dizer bandidagem, mas foge do padrão de comportamento da família brasileira tradicional. Então, em todo lugar tem coisa errada, e a polícia...né? A linha em que a polícia anda, ela é muito tênue, não é?"
No mesmo dia da publicação destas inacreditáveis declarações, após nota assinada por 25 entidades da sociedade civil e da oposição que repudiaram as declarações "machistas" e "homofóbicas" do secretário da Defesa Social, Wilson Damázio pediu desculpas à sociedade pernambucana e deixou o cargo: "Para proteger o governo e o seu legado, informo que já coloquei o cargo à disposição do governador Eduardo Campos", que rapidamente o aceitou de volta.
O estrago na imagem do governo do presidenciável pernambucano, no entanto, já estava feito. A entrevista correu como rastilho de pólvora pelas redes sociais, ganhou destaque nos portais de alguns grandes jornais nacionais e mostrou a contradição entre a teoria e a prática dos nossos políticos.
Enquanto  Eduardo Campos roda pelo país pregando a "nova política", ao lado da refinada ambientalista Marina Silva, fiel defensora dos bichos e das matas, um secretário que trabalhava num importante cargo do seu governo desde abril de 2010, ou seja, faz três anos e meio, diz estas barbaridades típicas dos velhos coronéis sertanejos, carregadas de preconceitos e leviandades, como  se as mulheres fossem as responsáveis pelas violências que sofrem dos policiais que deveriam prover sua segurança.
Será que, durante este tempo todo, o governador e os secretários pernambucanos não perceberam nada de estranho no comportamento e no modo de pensar deste capitão do mato redivivo?
Quando o assunto ferveu em Recife, Eduardo e Marina estavam em Salvador, na Bahia, participando da filiação da ex-ministra do STJ Eliana Calmon ao PSB. Por essas ironias da vida, durante a cerimônia, Eduardo aproveitou para criticar a "aliança conservadora" do governo da presidente Dilma Rousseff, em contraposição às forças políticas "historicamente presentes nas lutas democráticas", representadas por ele mesmo e a sua aliada Mariana _ e, até ontem, claro, pelo delegado Wilson Damázio, que não é propriamente um sinal de modernidade democrática.
Com todo o respeito ao meu amigo governador Eduardo Campos, este triste episódio não permitiria que ele respondesse protocolarmente à carta de demissão do secretário, agradecendo a Damázio "pelos bons serviços prestados". Dele, em nome da "nova política", poderíamos esperar outra atitude, condenando a agressão cometida por seu auxiliar contra as mulheres pernambucanas. A política também é feita de símbolos e de atitudes emblemáticas, exige um mínimo de coerência.
Em defesa de Haddad
Pelo tipo de gente que anda atacando ferozmente o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que já critiquei neste espaço, vejo-me como cidadão na obrigação de sair em sua defesa e torcer para que ele supere logo o atual momento de dificuldades em sua administração, conseguindo a aprovação do aumento do IPTU, que considero socialmente muito justo e fundamental para enfrentar as mazelas históricas da cidade.
Se os abutres e aproveitadores estão de um lado, eu estarei sempre do outro. Força, prefeito.
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POLÍTICA - O JB não gosta do ZV.

Diário do Centro do Mundo

Joaquim Barbosa mais uma vez mostrou do lado de quem está

by Paulo Nogueira
Ele
Ele
Haddad podia economizar o dinheiro e o tempo gastos na viagem a Brasília.
Só quem acredita em tudo, para usar a grande máxima de Wellington, poderia acreditar na hipótese de Joaquim Barbosa acolher o pedido de Haddad para que vigorasse imediatamente o reajuste do IPTU em São Paulo.
Não se trata apenas do ódio patológico já demonstrado tantas vezes por Barbosa pelo PT. Barbosa parece aquele chefe do Inspetor Clouseau que desenvolve uma raiva de tal ordem pelo subordinado que acaba por levá-lo ao manicômio.
O problema vai além.
Na questão do IPTU, você tem de um lado as pessoas mais ricas de São Paulo, sobre as quais recairia um aumento. Na defesa delas, e de seus privilégios, saiu nada menos que a Fiesp, que congrega as indústrias paulistas.
De outro lado, você tem o Zé do Povo, como o patriarca Globo, Irineu Marinho, segundo está dito em sua biografia, chamava as pessoas da plebe.
O Zé do Povo, ou ZP, é alguém, por exemplo, do Parque do Carmo, uma região remota de São Paulo na qual o IPTU baixaria 12%.
Quem se interessa pelo ZP?
O único problema, para quem não se importa com os desvalidos, é que o ZP vota, e seu voto vale tanto quanto o do presidente da Fiesp.
Barbosa já deu diversas demonstrações de que gosta mesmo é da companhia dos Marinhos e seus assemelhados.
Tente achá-lo com a habitual fisionomia severa em fotos em que aparece ao lado de um Marinho, ou de Aécio, ou de alguém deste gênero.
São risos, risos e ainda risos.
O ZP não existe.
Sua decisão a favor da Fiesp e contra o ZP não surpreende.
Minha única surpresa, na verdade, era e é Haddad crer que o desfecho de sua ida a Brasília pudesse ser outro.
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POLÍTICA - A tese mestra do mensalão é falsa.

A desconstrução da tese oficial promovida pela grande mídia conservadora 



A edição especial da revista Retrato do Brasil que está nas bancas traz 13 grandes reportagens sobre a AP 470. O material “demonstra exaustivamente que a tese mestra do mensalão é falsa”. As reportagens incluem a comprovação de que não houve desvio de dinheiro público e os erros cometidos pelo Supremo.
A revista resume na capa o conteúdo: “A desconstrução da tese oficial promovida pela grande mídia conservadora”
Trata também sobre os embargos infringentes ainda pendentes: “O STF julgará novamente, no ano que vem, o ex-ministro José Dirceu e outros pelo crime de formação de quadrilha. Ele, diz a acusação, conduziu as atividades ‘de todos os réus’. Por que o STF quer prender imediatamente alguns deles? Se não há quadrilha, como pode existir o grande crime cometido por ela?”
Veja abaixo o tema das 13 reportagens:
SETE ANOS DE ESCÂNDALO
A reportagem — feita ao longo do segundo semestre de 2011 — mostrou os principais personagens e resumiu os documentos essenciais da acusação e da defesa na Ação Penal 470 (AP 470). A conclusão: armou-se um espetáculo, e pior será se o Supremo Tribunal Federal (STF) não julgar com base nos autos.

A VEZ DA DEFESA
Começou o julgamento. Como a grande mídia basicamente endossou todas as acusações contra os chamados “mensaleiros”, Retrato do Brasil resumiu os argumentos de seus advogados, apresentados após as cinco horas da acusação feita pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

O HERÓI DO MENSALÃO
O ministro Joaquim Barbosa deveria ter julgado as duas teses que lhe foram apresentadas — a da defesa, do “caixa dois”, e a da acusação, do “grande desvio de dinheiro público”. Mas ele aderiu à acusação, refez a peça acusatória e construiu uma “historinha” de corrupção para “vender” ao público.

UMA HISTÓRIA EXEMPLAR
Os repórteres de RB ouviram durante três dias Sávio Lobato, o advogado de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil (BB) tido como responsável pelo principal crime apontado concretamente pela acusação: o desvio de 73,8 milhões de reais do banco. Surpresa total: não houve qualquer prova desse desvio.

A VERTIGEM DO SUPREMO
Com a ajuda do advogado Marcelo Leonardo, RB localizou nos autos da AP 470 os 108 apensos (com cerca de 20 mil páginas) preparados ao longo de quatro meses por uma equipe de 20 auditores do BB para verificar o suposto desvio de dinheiro do banco. A conclusão: “Os ministros do STF deliraram”.

O ASSASSINATO SEM UM MORTO
RB descobriu documento da Visanet, empresa que repassou os 73,8 milhões de reais ao BB para campanhas de publicidade dos cartões Visa, no qual ela declara à Receita Federal que o dinheiro foi total e devidamente aplicado. O “morto” não existe. Mas o STF achou o “assassino”. Como é que pode?

A VERDADE O ABSOLVERÁ?
RB ouviu Pizzolato, uma das principais vítimas da tragédia, que foi praticamente destruído ao ter sido acusado de receber 326.660,67 reais para desviar dinheiro do BB. A grana seria uma propina que ele teria usado para comprar o apartamento no qual morava em Copacabana. Era invenção; hoje não se fala mais nisso.

ESCÂNDALO?!
Nos autos da AP 470, RB localizou vários recibos de transferências de dinheiro – feitas a partir da conta da DNA, agência de publicidade acusada de ter desviado recursos do BB — para a TV Globo e outras empresas do grupo. A Globo ficou com o dinheiro do mensalão? A outra hipótese, que o STF não quis ver, é: não houve o desvio.

A GRANDE ARTE DE JOAQUIM BARBOSA
O presidente do STF armou as condenações do petista João Paulo Cunha e dos dirigentes da agência SMP&B por um suposto desvio de dinheiro da Câmara dos Deputados dizendo que o crime teria sido provado por três órgãos colegiados de auditoria. São três mentiras.

A TRAMA DOS TRÊS ACUSADORES
Os responsáveis pela acusação na AP 470, procuradores Souza e Gurgel, e o ministro Barbosa agiram ardilosamente para ocultar fatos básicos da história. Os principais truques da trinca (mais um e seria uma quadrilha!): simular um inquérito no BB e interpretar facciosamente laudos policiais.

A HISTÓRIA DO DELEGADO LUÍS FLÁVIO ZAMPRONHA
Ele foi o grande investigador do mensalão. Em meados de 2005, comandou a força da Polícia Federal que apreendeu os documentos das transferências de 56 milhões de reais do PT para políticos que detonaram a história. Ficou no caso até o começo de 2011. Por que não foi ouvido? Por que o puniram?

O GRANDE ERRO DO SUPREMO
O ministro Barbosa comandou o esforço do STF para negar os embargos contra a sentença dos réus da AP 470. Aproveitou para chamar de “penas de aluguel” os que dizem não ter havido desvio de dinheiro público. RB apresentou uma nova perícia, com provas contundentes de que o desvio não existiu.

DEPOIS DOS EMBARGOS INFRINGENTES
O STF julgará novamente, no ano que vem, o ex-ministro José Dirceu e outros pelo crime de formação de quadrilha. Ele, diz a acusação, conduziu as atividades “de todos os réus”. Por que o STF quer prender imediatamente alguns deles? Se não há quadrilha, como pode existir o grande crime cometido por ela?
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POLÍTICA - Miruna, a personalidade do ano.

Diário do Centro do Mundo

Miruna é minha Personalidade do Ano

by Paulo Nogueira
O artigo abaixo foi publicado originalmente no site Carta Maior.
Com uma aluninha na Escola da Vila
Com uma aluninha na Escola da Vila
Miruna. Poucas pessoas me impressionaram tanto, em 2013, quanto Miruna, a filha de Genoino.
As circunstâncias revelam a pessoa, sabemos todos. E no drama de seu pai, perseguido implacavelmente por Joaquim Barbosa e defendido tibiamente pelo PT, Miruna se mostrou um colosso.
Quem haveria de supor que por trás de uma jovem mulher tão doce e tão delicada estava uma leoa? Sua ira santa passará para a história como um testemunho do suplício ignominioso imposto a um homem que dedicou sua vida à luta por um país socialmente justo.
O drama de Genoino tem extremos de caráter. De um lado, você tem Joaquim Barbosa, impiedoso, vingativo, um homem que parece se comprazer no sofrimento alheio.
Joaquim Barbosa é o antibrasileiro, a negação da índole generosa e cordial dos filhos do Brasil. É também, para lembrar um grande morto destes dias, o anti-Mandela. Joaquim Barbosa promove a discórdia, e Mandela personificou a concórdia. Barbosa é um deslumbrado, um alpinista social. Mandela conservou a simplicidade sempre, mesmo quando já era claro que fora um dos maiores homens de seu tempo.
A Joaquim Barbosa, no caso de Genoino, se contrapõe Miruna. Se ele é um exemplo negativo para os brasileiros, ela é o oposto. Miruna representa o que há de melhor no caráter humano: a paixão pela justiça, a perseverança na defesa de seus ideais, a devoção filial, a capacidade de se indignar diante de absurdos.
Num plano maior, o que estamos vendo nas ações de Joaquim Barbosa e de Miruna em torno de Genoino é o enfrentamento entre duas forças antagônicas.
Barbosa tem o poder. Miruna tem a verdade. Barbosa é o ódio. Miruna é o amor. Neste tipo de luta, o veredito costuma ser dado pelo tempo. Ainda que o poder prevaleça momentaneamente, a verdade se impõe com o correr dos longos dias.
Miruna é, também, uma lembrança doída da falta de combatividade do PT. É um embaraço para o partido que a voz que se ergueu valentemente contra a perseguição cruel a Genoino seja a de Miruna, e não a de seus líderes.
A prioridade um, dois e três do PT é a reeleição de Dilma, e com isso Genoino foi posto de lado. Talvez só seja efetivamente lembrado em caso de morte.
Miruna tem razão em dizer que sente vergonha do seu país. Os inimigos massacram seu pai. Os amigos se calam, ou emitem balbucios irrelevantes.
Numa perspectiva histórica, falta ao PT o que sobrou em Hugo Chávez e sobra em Cristina Kirchner: a coragem de quebrar muros e, com eles, resistências ao avanço social.
Chávez retirou a concessão de uma emissora que patrocinou uma tentativa de golpe contra ele. Kirchner não descansou enquanto não colocou de joelhos o grupo Clarín, obrigado enfim, depois de anos, a abrir mão de seu monopólio.
No Brasil do PT, a Globo segue impávida – recebeu 6 bilhões de reais em verbas publicitárias estatais nos últimos dez anos -- e com ela os três ou quatro grupos que controlam a mídia brasileira.
É nesse universo que Miruna combate seu combate – numa solidão desesperadora que a história registrará como um dos mais lindos momentos de um tempo sob tantos aspectos frustrante.
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POLÍTICA - A exceção da exceção.


por Cynara Menezes —CartaCapital
Joaquim Barbosa


Se algo pode ser dito a respeito do julgamento do “mensalão”, é o fato de ele ser único, inédito na história do Brasil. Para muitos, um julgamento de exceção. Assim como todos os ritos judiciais foram peculiares nesse processo, também tem sido incomum a fase de execução das penas. Quem explica a seguinte contradição: condenados beneficiados pelo direito a embargos infringentes ainda não julgados estão presos, e outros sem direito a qualquer embargo continuam soltos? Enquanto o Supremo não se posiciona sobre a razão dos dois pesos e duas medidas, chovem críticas, óbvio, à falta de equanimidade do tribunal.
Dos 25 condenados no julgamento, 11 estão presos desde o sábado 16 de novembro e um está foragido (Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil). Entre os petistas processados, só um permanece solto, o deputado João Paulo Cunha, que aguarda julgamento de recurso em companhia de outros dois envolvidos. Três réus começam em dezembro a cumprir penas alternativas e sete estão na situação inusual de aguardar em liberdade uma definição sobre o início do cumprimento das penas, entre eles o delator do esquema, Roberto Jefferson, e os deputados federais Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP).
Na quinta-feira 28, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou “tratamento diferenciado” aos réus ainda livres, mas se esquivou da responsabilidade. “É questão do Supremo e não da Procuradoria.” Esta é, porém, apenas uma das várias situações sui generis no entorno das prisões. Não se pode acusar Joaquim Barbosa, relator do processo e atual presidente do STF, de falta de criatividade.
Uma das mais flagrantes “excepcionalidades” da execução das penas foi a alteração do regime de cumprimento. Réus com direito ao semiaberto foram enviados ao regime fechado, casos de José Dirceu e José Genoino. Este último, afetado por problemas de saúde, recorreu ao STF e solicitou prisão domiciliar. Uma junta médica contratada por Barbosa concluiu, no entanto, que a condição do deputado não é tão grave. O desencontro dos laudos médicos deixou os petistas nas redes sociais em polvorosa.

O primeiro laudo, assinado por peritos do Instituto Médico Legal, logo após Genoino passar mal na prisão, favorecia a argumentação do petista e de sua família a respeito dos riscos de vida na prisão, em consequência da recente cirurgia cardíaca do detento. “Trata-se de paciente com doença grave, crônica e agudizada, que necessita de cuidados específicos, medicamentosos e gerais, controle periódico por exame de sangue, dieta hipossódica, hipograxa e adequada aos medicamentos utilizados, bem como avaliação médica cardiológica especializada regular”, avaliaram os peritos.

Os cinco profissionais da Universidade de Brasília convocados por Barbosa tiveram entendimento diferente: “O conceito de doença cardiovascular grave não se aplica ao corrente caso em seu conceito clínico-cirúrgico de momento atual, que se apresenta sob impressão de expectativa favorável”. O laudo prossegue: “Não sendo imprescindível, para tanto, a permanência domiciliar fixa do paciente, salvaguardadas a oferta e administração do regime terapêutico”.
Uma terceira avaliação, produzida pelos profissionais do serviço médico da Câmara dos Deputados, apesar de também negar a “cardiopatia grave”, foi mais cautelosa: “Trata-se de indivíduo sob risco de desenvolver futuros eventos cardiovasculares e progressão da doença”. Os médicos da Câmara concederam afastamento por 90 dias a Genoino, pois “a atividade laboral poderia acarretar riscos de descontrole da pressão arterial que, em associação à anticoagulação inadequada, aumentaria o risco de eventos cardíacos e cerebrais”. Após a licença, Genoino deveria ser avaliado novamente, advertem os médicos.

A Câmara acabou por adiar a decisão sobre a aposentadoria por invalidez solicitada pelo petista. Barbosa tampouco havia se pronunciado sobre o pedido de prisão domiciliar do deputado até o fechamento desta edição. Miruna,  filha de Genoino, divulgou nota em protesto contra a avaliação da junta convocada pelo presidente do Supremo.

“Finalmente Joaquim Barbosa tem o que queria, um laudo médico, feito com meu pai já alimentado corretamente e medicado, e ao lado da família, dizendo que não, ele não tem nada grave”, escreveu a jovem, antes de perguntar aos médicos  sobre as condições da penitenciária da Papuda, em Brasília. “Com que autoridade os senhores sentem-se no direito de dizer que meu pai pode voltar para lá? Viram as condições oferecidas? Comeram a comida de lá? Foram ao banheiro de lá? Viram o ambulatório? Equipamentos de lá?”
Outra exceção veio à tona nos últimos dias. Relator do caso e responsável pelas prisões, Barbosa criou uma nova classe processual para a execução, uma norma não prevista no regimento interno do STF e instituída por resolução do presidente assinada em 14 de novembro, um dia antes da decretação da prisão de 12 dos condenados. O texto, denominado Execução Penal (EP) e divulgado no Diário da Justiça do dia 19, prevê que o processo seja distribuído ao relator da ação penal e tenha tramitação eletrônica. A norma definiu ainda os modelos das guias de recolhimento, de execução e tratamento médico.
A execução do processo de Genoino foi identificada com o número 1. Dirceu ganhou o número 2, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, o 3. Os demais condenados vieram em seguida. Barbosa teria atuado, por fim, para mudar o juiz titular da Vara de Execuções Penais, Ademar Silva de Vasconcelos, por criar “entraves” ao andamento do cumprimento das penas. Vasconcelos foi substituído por Bruno André da Silva Ribeiro, filho de um ex-deputado distrital pelo PSDB em Brasília, o que gerou nova polêmica, sobretudo pelo fato de a mãe do magistrado fazer campanha feroz contra o PT nas redes sociais.
A interferência foi criticada por juízes e advogados. "Na Constituição que tenho em casa não diz que o presidente do Supremo pode trocar um juiz, em qualquer momento, num canetaço", afirmou João Ricardo Costa, da Associação dos Magistrados do Brasil. "O povo não aceita mais o coronelismo no Judiciário", emendou Kenarik Boujikian, da Associação Juízes para a Democracia.
O presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Dácio Vieira, negou, porém, a troca. Segundo declarou em nota, a Vara de Execuções Penais não elegeu um único juiz para atuar no episódio, e sim uma equipe. “A delegação remetida pela presidência do STF, na referida ação penal, foi dirigida ao juízo da VEP-DF e não elegeu nem excluiu qualquer dos magistrados ali lotados para a prática de atos processuais, razão pela qual mais de um juiz já atuaram (sic) no feito, nos estritos limites da delegação e em absoluta observância ao ordenamento jurídico nacional e às rotinas da unidade judiciária”.
O clima generalizado de justiçamento alcançou Dirceu. Depois de anunciar ter sido contratado como gerente de um hotel da capital federal, voltou a ser achincalhado. Pelo posto, receberá 20 mil reais por mês. De propriedade de um político aliado do governo, o hotel recebeu centenas de mensagens de críticas e piadas, enquanto a mídia buscava sinais de favorecimento público ao novo empregador.
Nos bastidores do STF, comenta-se que Barbosa, beneficiado pela legislação eleitoral que dá aos juízes a prerrogativa de se licenciar apenas seis meses antes da eleição, deixará o tribunal em março para se lançar a algum cargo eletivo.  Morreria um juiz, nasceria um salvador da pátria.
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POLÍTICA - Paulo Skaf, o candidato anfíbio.

Paulo Skaf no ar: candidato é do PMDB ou da Fiesp?

Blog Balaio do Ricardo Kotscho
ABr270213DSC 5950 Paulo Skaf no ar: candidato é do PMDB ou da Fiesp?
Enquanto em Brasília os meritíssimos ministros do Supremo Tribunal Federal ainda estão decidindo como pode ser feito o financiamento de campanhas eleitorais, um candidato atípico  já fez sua opção, sem dúvida bastante original. Presidente da Fiesp, a poderosa federação das indústrias de São Paulo, e candidato do PMDB a governador do Estado, o empresário Paulo Skaf criou por conta própria o financiamento público-privado de campanha.
Quem costuma ver comerciais de televisão fica sem saber se o candidato é do PMDB ou da Fiesp, já que a campanha embaralha tudo. Só este ano, o peemedebista já torrou R$ 32 milhões de reais de verbas do Sesi-Senai para se promover. As duas entidades do chamado Sistema "S" são ligadas à Fiesp e financiadas com isenção fiscal dado às empresas.
Ou seja, quem fica com a conta somos nós, já que os gastos com estas generosas campanhas na TV são pagos com o dinheiro que o governo deixa de arrecadar dos nossos impostos. Fica a pergunta: quantas outras obras poderiam ter sido feitas pelo Sesi-Senai com esta montanha de dinheiro gasto em promoção pessoal?
Sob o comando da grife de Duda Mendonça, o candidato anfíbio é uma estrela constante nos comerciais destas entidades, em que ele sempre aparece sorridente, ao lado de crianças felizes, inaugurando obras do Sesi-Senai. De vez em quando, no mesmo estilo, o personagem também aparece em comerciais do PMDB.
Neste último final de semana, Skaf ocupou os intervalos das principais emissoras de TV para faturar, em nome da Fiesp, a paternidade da decisão da Justiça que suspendeu a cobrança do aumento do IPTU. Detalhe: quem entrou primeiro com o recurso na Justiça foi o PSDB, partido de oposição na cidade, enquanto a bancada do PMDB na Câmara Municipal votou a favor do aumento do IPTU.
Para Paulo Skaf, pouco importa. O que interessa é levar vantagem em tudo, ainda mais agora que ele fez uma completa reforma na fachada, com o vistoso implante de uma cabeleira negra. Além de falar aos que criticaram o aumento do IPTU, o líder empresarial aproveitou também para se dirigir aos órfãos dos protestos de junho: "Acabou o tempo em que o Brasil aceitava tudo de braços cruzados, sem lutar pelos seus direitos".
Skaf é reincidente. Nas eleições passadas para governador, em 2010, também sob a batuta de Duda Mendonça, Skaf adotou o mesmo esquema, só que o partido era outro: o Partido Socialista Brasileiro, de Eduardo Campos, o que causou uma certa estranheza. Afinal, deve ter sido o primeiro caso de presidente da Fiesp defendendo o socialismo. Teve por volta de um milhão de votos.
Agora, já mais conhecido, depois de outros quatro anos de propaganda do Sesi-Senai, sempre tendo o candidato como atração principal, Paulo Skaf surge em segundo lugar nas pesquisas, que, por enquanto, apontam para a reeleição do governador Geraldo Alckmin.
E vai ficar tudo por isso mesmo? Ninguém vai entrar com uma representação no TSE contra este dublê de líder empresarial e candidato, que utiliza verbas públicas alocadas pelo governo federal no sistema "S" para fazer sua campanha a governador? É justo isso?
Quem tiver as respostas pode enviar aqui para o nosso Balaio.
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POLÍTICA - Aécio e Serra.

As batatas de Aécio são a vitória de Serra

18 de dezembro de 2013  
Fernando Brito no Blog Tijolaço.
quincas
Quincas Borba, o genial personagem de Machado de Assis, descrevia assim certas batalhas: “Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”, ao narrar uma história onde duas tribos assoladas pela fome duelam por um campo de batatas capaz de manter viva apenas uma delas.
Aécio ganhou as batatas e a chance de sobrevivência de sua candidatura.
Mas ganhou, com elas, o que dissemos aqui, anteontem à noite: o fatídico dever de ser José Serra.
A demissão, noticiada ontem, do marqueteiro “paz e amor” que sustentava que a campanha não deveria ser raivosa e de confrontação, é de uma ligação tão evidente com isso que até nossos colunistas políticos o compreenderam.
Até mesmo Reinaldo Azevedo, o último moicano do serrismo, percebe a situação machadiana e  lamenta que Aécio e a cúpula tucana não tivessem compreendido que “ o prudente não teria sido que ele (José Serra) “também fosse candidato, ainda que por um pequeno partido, como o PPS, numa ação concertada com o próprio PSDB”.
Não podia, porque as batatas da direita eram suficientes para apenas um deles sobreviver e, neste caso, poucas dúvidas restariam de qual dos dois seria o vencedor desta guerra pelo voto conservador mais raivoso.
Se não bastasse o natural talento, Serra sairia com um trunfo invencível: o voto paulista.
Aécio, que construiu sua carreira política na composição e na afabilidade natural da política mineira aceitou a via desastrosa por uma simples razão: sabe que precisa firmar-se como porta-voz da  direita, que não acredita na sua capacidade de enfrentar o que Dilma e Lula representam.
Aécio tem o seu papel limitado pelo vaticínio de seu próprio guru, Fernando Henrique Cardoso: “qualquer um, menos  eles”.
Pede-se-lhe o que ele vem fazendo, sem muito jeito para o papel: que arreganhe os dentes.
Se não o fizer, a candidatura Joaquim Barbosa está pronta para ocupar o lugar.
Para ser “soft”, há Eduardo Campos.
Ou, se este continuar a patinar, Marina Silva.
Resta, portanto, ser um José Serra sem São Paulo.
E uma direita sem São Paulo é apenas uma caricatura do conservadorismo.
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POLÍTICA - Outro movido a ódio.




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O terrorismo moral que Joaquim Barbosa está impondo a Genoino e família

by Paulo Nogueira
Uma família desesperada e desamparada
Uma família desesperada e desamparada
Você tem que fazer muita maldade para que alguém beba quando você morrer. Você tem que despertar muito ódio.
Margaret Thatcher, por exemplo.
Fui a Trafalgar Square, no centro de Londres, cobrir, como jornalista, a festa que fizeram quando ela morreu.
Fazia mais de vinte anos que ela deixara Downing Street, a sede do governo britânico, e ainda assim Thatcher era lembrada com uma raiva que fazia você pensar que ela ainda era primeira ministra.
Me lembro claramente da imagem de um um velho sindicalista que abriu uma garrafa de uísque e disse, antes de tomar a primeira dose: “Esperei vinte anos por esse momento.”
Thatcher massacrou os sindicalistas, e acabou promovendo uma brutal concentração de renda no Reino Unido, uma coisa comparável à era vitoriana, tão bem retratada nos miseráveis de Dickens.
Em minha vida adulta, vi no Brasil apenas um personagem capaz de provocar um sentimento tão ruim.
É ele, Joaquim Barbosa.
Nunca houve alguém tão antibrasileiro quanto Joaquim Barbosa: mesquinho, vingativo, cruel, recalcado.
O que ele está fazendo com Genoino e família tem um nome: terrorismo. Terrorismo moral, terrorismo sádico.
Qual o sentido em deixá-los em suspenso às vésperas do Natal, uma época de concórdia, sem saber se Genoino será devolvido ou não à cadeia?
É vingança. A mesma coisa que levou Barbosa a tentar demitir do STF a mulher do jornalista que revelou que ele gastou 90 000 reais do dinheiro público para reformar os banheiros de seu apartamento funcional.
Barbosa debitou, na conta de Genoino, as críticas que recebeu, na semana passada, de petistas reunidos em um congresso.
Bandeira de Mello, o jurista, disse que, se fosse o PT, tentaria o impeachment de Joaquim Barbosa.
Digo também: se eu fosse o PT, faria o mesmo.
Joaquim Barbosa está ajudando a construir um país da discórdia. Ele não une: é um desagregador.
Como Lula não percebeu os seus imensos defeitos ao escolhê-lo?
A biografia de Lula estará sempre manchada por haver indicado para a mais alta corte do país uma pessoa tão má quanto Barbosa.
Não há desculpa para este erro monumental de Lula.
Os brasileiros estão tendo agora que arcar com a infeliz, negligente, descuidada indicação de Lula.
Entre os brasileiros, ninguém está enfrentando mais as consequências disso que Genoino e família.
Miruna, a filha mais velha de Genoino, uma guerreira na defesa do pai, mais uma vez ergueu sua voz diante do terrorismo barbosiano.
Ela está desesperada. Ela não finge, ela não mente: é uma filha que está vendo o pai ser massacrado impiedosamente – e injustamente.
Ninguém vai fazer nada? Esta a pergunta central, doída de Miruna.
Pelo visto, a resposta é não.
A prioridade do PT é a campanha de Dilma, e Genoino está no fim da fila. Uma palavra aqui, outra ali, e não mais que isso.
Mas o futuro haverá de trazer uma resposta para a questão de Miruna.
Muitos brasileiros, e não necessariamente apenas petistas, haverão de fazer exatamente o que o sindicalista inglês quando recebeu a notícia da morte de Thatcher.
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