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Gen. Petraeus convoca a imprensa pró-guerra


Norman Solomon, Commondreans*

Já é história: em meados de agosto de 2010, o comandante do exército dos EUA no Afeganistão lançou gigantesca campanha de mídia, para impedir qualquer retirada significativa das forças militares, no próximo verão.

Na 2ª.-feira, imediatamente depois de o Gen. David Petraeus ter dado longa entrevista no domingo, ao programa “Meet the Press” [Encontro com a imprensa], da rede de televisão NBC, para promover o esforço de guerra, o jornal New York Times publicou, em primeira página, a entrevista que o general dera ao próprio jornal, e noticiou que o general “sugeriu que resistirá a qualquer tipo de retirada rápida ou em grande escala, das forças norte-americanas”.

De fato, o general apenas comentou que poderia vir a opor-se a qualquer redução no nível das tropas dos EUA que estão no Afeganistão no período de um ano. Sobre a entrevista à NBC, o Times comentou que “Petraeus pareceu estar deixando aberta a possibilidade de não recomendar qualquer tipo de retirada de soldados norte-americanos no próximo verão.”

Na mesma 2ª-feira, o Washington Post também publicou uma linha sibilina sobre Petraeus que, repentinamente, parece extraordinariamente empenhado em dar entrevistas; para o Post, “Petraeus continua a apoiar a decisão do presidente Obama de iniciar a retirada no próximo mês de julho, mas disse que é cedo demais para definir o tamanho da retirada”. O jornal observou que “a presença do general em Cabul, não no quartel-general do Comando Central dos EUA em Tampa, dá força extra à sua voz, para reduzir a retirada, se escolher essa via.”

“Reduzir a retirada” significa manter a máquina de guerra girando com força máxima.

Sejamos bem claros sobre o que está acontecendo. O alto comando do exército no Afeganistão – evidentemente com pleno apoio da Casa Branca – desencadeou feroz blitz pela imprensa, para detonar qualquer possibilidade política de qualquer retirada daqui a um ano. A pleno galope, montado na imagem de que seria um “militar civil”, Petraeus está no comando de um movimento estratégico, com a imprensa, para manipular o que deveria ser processo democrático para decidir questões de guerra e paz.

E quem é, em última instância, o responsável por esse movimento manipulatório e antidemocrático? O comandante-em-chefe.

Muito suspeita e perigosamente, a ofensiva de imprensa de Petraeus foi posta em andamento poucos dias depois de o porta-voz do presidente Robert Gibbs ter comprado briga contra a ala progressista do Partido Democrático – o grupo que tem feito empenhada oposição à guerra no Afeganistão.

Mais de quarenta anos depois de o presidente Johnson ter usado a expressão “nervous Nellies” [aprox. “as nervosinhas”; na cultura norte-americana, corresponde à imagem de mulheres superansiosas, assustadiças, excessivamente preocupadas com a família] para desmoralizar o número crescente de Democratas que se manifestavam contra a guerra do Vietnã, a Casa Branca de Obama agora obra para desmoralizar os dissidentes progressistas, com expressões como “a esquerda profissional”[1].

Semana após semana, o presidente Obama sacrifica incontáveis vidas e bilhões de dólares a serviço do que Martin Luther King Jr. chamou – noutro momento de enlouquecido e horrendo esforço de guerra dos EUA – de “a loucura do militarismo”. Naquele momento como hoje, a Casa Branca pôs lenha na máquina de guerra do Pentágono, na ânsia de parecer forte e escapar às acusações de fraqueza, dos Republicanos.

Embora a história não seja igual ontem e hoje, repete-se e rima. Como um réquiem.

Hoje, como nos tempos finais do Dr. King, a guerra está em franca escalada, enquanto as vozes que se calam coniventes, ou que gritam a favor da guerra são vistas como sábias, prudentes. Quem não concorda e se cala, como sempre, é cúmplice.

O problema mais imediato que o governo e o Pentágono enfrentam é obterem, para a guerra, o aval da opinião pública. Por isso é hora, agora, de falar contra os esforços de um general comandante para fazer de uma nação, rebanho de ovelhas, e nos arrastar, todos, para mais guerra. Não importa quem trabalhe para persistir na loucura do militarismo. Temos de resistir.

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[1] Sobre isso, ver “Casa Branca desabafa contra ‘a esquerda profissional


* Norman Solomon é jornalista, historiador e ativista pacifista. Membro do grupo Fairness & Accuracy In Reporting (FAIR), em http://www.fair.org/index.php?page=100 .
Tradução Vila Vudu
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TV CULTURA POR UM FIO

Por diversas vezes já alertamos nossos assíduos leitores: a TV Cultura já era!

 
 Dr. Pompeu Pompílio Pomposo, desde a década de 90
já antecipava os planos do PSDB sobre o Castelo.

Desde que João Sayad assumiu a presidência da Fundação Padre Anchieta não surge nenhuma boa nova da emissora. Ao invés, apenas tragédias e mais tragédias: demissões de jornalistas, corte de verba na programação, etc. Leia aqui n'A CORTIÇA sobre esses "trololós" tucanos que urubuzam a TV Cultura.

A mais recente catástrofe acerca da emissora foi a divulgação do cancelamento abrupto do programa "Manos e Minas", único da TV aberta brasileira dedicado ao Hip-Hop (além de abrir espaço para diversos nomes da música nacional, independentemente de ser hip ou ser hop).

Nenhuma novidade: o PSDB e seus tucanos espalhados em cargos estratégicos por aí dilacerando o patrimônico público. Não importa se é Educação, Saúde, Transporte ou Meios de Comunicação: tudo que eles metem o bico viram cinzas (exceção feita à conta bancária de seus amigos do peito).

Sobre esses temas, leiam os dois artigos abaixo:

TV Cultura: a saga de desmonte do patrimônio público

Trabalhadores da TV Cultura vivem dias de tensão na emissora sob ameaça de demissões, enquanto o bem público segue servindo ao privado em São Paulo

Por Débora Prado
debora.prado@carosamigos.com.br
12/08/2010

Os funcionários da TV Cultura estão preocupados. Não é para menos. Há anos não recebem um reajuste real no salário, nem hora extra, as denúncias de assedio moral são recorrentes e cada vez mais a carteira assinada é substituída pelo famoso PJ (quando o funcionário é obrigado a se tornar uma ‘pessoa jurídica’ para que num contrato entre ‘empresas’, o patrão não precise arcar com os direitos trabalhistas). Para piorar, no começo do mês, o colunista do R7 Daniel Castro afirmou que a direção da emissora prepara uma reestruturação que deve gerar mais de mil demissões.

Os rumores consternaram e não é para menos. Embora não haja nenhuma confirmação dos cortes, o economista João Sayad – a frente da presidência da Fundação Padre Anchieta - também não afirma que os empregos serão mantidos. A precarização das condições trabalhistas é crescente e, pior, é apenas um dos braços do desmonte e desvio da emissora, que deveria ser um bem público paulista.

Sayad fala somente em uma ‘reestruturação de conteúdo’ e em enxugar o orçamento. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo no dia 9 de agosto, disse que a grade da televisão está sendo estudada e haverá repercussões. Em reunião com o Conselho da emissora, falou em abrir o espaço para “produções independentes”.

Está armado o golpe. Com o PSDB há 20 anos a frente do governo estadual em São Paulo, acontece na cultura o que já aconteceu em várias outras áreas: a administração promove o desmonte de um bem público e depois o acusa de ineficiência para privatizar.

O discurso é frágil e baseado em premissas generalistas. Por exemplo, a emissora pode não custar tão caro quanto ele diz. Um dos funcionários fez uma conta simples e apresentou na última assembleia: a partir de um DVD institucional comemorativo calculou que, nos 41 anos de vida da emissora, ela recebeu, em média, R$ 87 milhões (valores atualizados) por ano. O montante, dividido pelos cerca de 40 milhões de habitantes do Estado, resulta na pouco substanciosa cifra de R$ 2,18. Ou seja, a emissora custa ao contribuinte menos de três reais POR ANO.

A TV Cultura já não produz nenhum programa infantil, área bem reconhecida por grande parte do público. A programação para jovens e adolescentes também está sendo atacada. Já acabaram com as gravações do Teatro Rá Tim Bum, Cocoríco, Pé na Rua e Cambalhota. O próximo alvo deve ser o Login, que, segundo os rumores internos, deve parar de ser gravado em algumas semanas.

Penélope, jornalista de oposição à gestão Sayad, foi demitida da TV Cultura
 após uma reportagem sobre um babado quentíssimo entre Serra, o Terrível, e a Soninha
.

O Manos e Minas, um dos poucos programas na televisão brasileira que retratava o universo do jovem da periferia, já parou de ser gravado. No dia 5, uma movimentação no twitter com a tag  #salveomanoseminas ficou no trending topics Brasil, ou seja, foi uma das mais citadas na rede social do País. Diante dos protestos, estão sendo colhidas assinaturas para um abaixo assinado contra o fim do programa (veja mais informações). A equipe continua indo na emissora, pois o contrato ainda não acabou, mas não sabe o que fazer. Para piorar, dos 18 funcionários, 17 são contratados pela fraude dos PJs e estão em situação super instável.

Sayad pegou os trabalhadores que de fato constroem a grade da emissora em dois pontos sensíveis: a autoestima e o emprego. Em assembléia em frente à emissora no dia 9 de agosto, muitos deles defendiam a qualidade da programação e aquilo que deveria ser a essência de uma TV pública. O deputado federal Ivan Valente (PSOL) esteve lá conversando com os funcionários e disse que “onde há fumaça, há fogo”, classificando a reestruturação como um ataque a lógica do que deve ser uma emissora pública e uma ameaça ao emprego e dignidade dos trabalhadores.

Outra assembléia aconteceu no dia 12 de agosto, na praça em frente às instalações da Cultura, em São Paulo. O Sindicato dos Radialistas de São Paulo e o dos Jornalistas devem realizar assembléias todas as quintas-feiras para tentar frear as demissões. A idéia é conseguir uma liminar na justiça que impeça qualquer corte enquanto a situação está em debate.

Segundo a direção informou às lideranças sindicais, há hoje na Cultura 2.150 funcionários, sendo 880 contratados pelo esquema de PJs. Alguns funcionários relataram, ainda na assembléia, que trabalham como cooperados. Desse total, cerca de 450 funcionários da Cultura estão atuando na TV Justiça e TV Assembleia e estão com os contratos para vencer – correndo sério risco de perder seus empregos. Os números não são exatos, nem oficiais e há muito pouca transparência nesse sentido.

A TV cultura não pertence ao Governo, mas sim ao público de São Paulo, ou seja, a sociedade civil. Ela deveria ser supervisionada pelo Conselho Curador, que infelizmente atua mais ratificando os desmandos tucanos do que supervisionando de fato se a concessão está servindo ao interesse público.



É pública

A grosso modo, o patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e do privado. O termo foi muito usado para qualificar as monarquias do absolutismo. Pois em São Paulo, alguns monarcas tucanos parecem possuir tal qualidade. Quando não privatizam diretamente, se apropriam do público para atender aos interesses privados dos grupos próximos da sigla. Isto acontece na educação, na saúde, nos transportes e até na coleta de lixo. E acontece também na comunicação.

A TV Cultura é uma rede pública e não estatal. Mas, não atua como tal. Não deveria servir ao governo do Estado, muito menos a mandatos específicos, mas na prática a coisa se complica. Ser pública significa que a vontade da sociedade civil deveria ser consultada antes de qualquer mudança estrutural. Funciona ali a mesma lógica que torna o Brasil um campo de batalha pela democratização das comunicações, onde a mídia é um dos mais fortes aparelhos privados de hegemonia ideológica.

O sistema de comunicações brasileiro é uma “herança maldita” da ditadura militar, que funciona via incentivo estatal ao desenvolvimento do capital privado. Em 1998, Fernando Henrique Cardoso, do mesmo PSDB, promoveu a maior privatização na área e rifou o Sistema Telebrás.

E o governo Lula não mudou este modelo. Os meios de comunicação seguem centrados nas mãos de poucos grupos e as concessões públicas de televisão vencidas foram renovadas automaticamente, sem nenhum debate com a população. A nomeação de Hélio Costa (PMDB), conhecido no movimento pela democratização como "o ministro da Globo", é emblemática.

Desenvolver uma verdadeira TV pública no Brasil implicaria numa concepção realmente pública de radiodifusão, subordinada então ao controle público (não só estatal, mas também da população) e não à lógica comercial. Deveria conter uma programação interessante e de qualidade que representasse a diversidade cultural e regional do País.

Para isto, seria necessário termos o controle social da mídia, que poderia funcionar, por exemplo, por meio de conselhos onde a população e o os trabalhadores de uma emissora pudessem estar devidamente representados. Mas a pequena parcela que senta em cima da comunicação brasileira atualmente não abre espaço para este debate. Quando se fala em democratização pelo controle social logo gritam – censura! E fim de papo.
 
A exclusão dos excluídos

Gilberto Yoshinaga
13 de agosto de 2010

O alarido teve início na quinta-feira passada, quando uma entrevista do jornal O Estado de São Paulo com o presidente da Fundação Padre Anchieta, o economista João Sayad, tornou pública sua decisão de extinguir da grade da TV Cultura o programa “Manos e Minas”, único da TV aberta brasileira dedicado à cultura hip-hop. Deflagrada a bomba, a reação dos admiradores do programa foi imediata. Durante toda a tarde, no Twitter, a expressão “#salveomanoseminas” figurou no trending topics brasileiro.

O repúdio ao fim do programa televisivo semanal, que neste sábado vai ao ar pela última vez após pouco mais de dois anos no ar, se espalhou com velocidade para além do microblog. Mais do que uma massa de internautas indignados, a mobilização ganhou a adesão de diversos artistas, simpatizantes da cultura de rua e jornalistas, como Pedro Alexandre Sanches (colaborador da CartaCapital) e Gilberto Dimenstein. Numa iniciativa inédita, os principais sites voltados para o hip-hop, como Central Hip-Hop, Per Raps, Coletivo e Noiz, se uniram para organizar uma reivindicação conjunta. Protestos verbais ecoaram e abaixo-assinados tomaram corpo em shows, eventos e saraus do gênero, realizados por todo o Brasil.

Cinco dias depois do fim do “Manos e Minas” ser anunciado, na terça-feira o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) usou a tribuna do Senado para manifestar seu apoio à continuidade do programa. Num discurso em que comparou a importância da poesia de Mano Brown, dos Racionais MCs, à de Patativa do Assaré, “para compreendermos hoje as aspirações dos jovens das periferias das grandes cidades”, Suplicy fez um apelo para que Sayad repense sua decisão e mantenha o programa de hip-hop na grade da TV Cultura. “Parece-me que essa é uma decisão que merece ser reconsiderada”, emendou o senador, que também leu no Senado uma carta de protesto encaminhada por representantes do hip-hop brasileiro.


Um dia antes, Suplicy havia solicitado uma reunião com o presidente da Fundação Padre Anchieta para debater a situação da emissora, que também anunciou a retirada, de sua programação, dos programas “Login” e “Vitrine” (este, sob a alegação de que haverá uma “reformulação”). Também há rumores de uma possível demissão em massa. Fala-se em um corte de até 80% dos cerca de 1,8 mil funcionários, o que, até o momento, é negado por Sayad – que já afirmou ter a intenção de enxugar a folha de pagamento, argumentando que é preciso reduzir os gastos da emissora. O pedido da reunião, feito por Suplicy, foi respondido com um e-mail seco e curto, em que Sayad diz nada ter contra o hip-hop mas não responde se receberá o senador.

A discussão, no entanto, já preocupa o Ministério da Cultura, principalmente pela maneira como a decisão unilateral chegou a público, sem qualquer diálogo com as partes envolvidas. Funcionários ligados ao programa souberam de seu fim através da imprensa.

A decisão repentina de retirá-lo do ar sugere que não houve planejamento, já que o convite para alguns artistas que tinham apresentações agendadas no programa teve de ser desfeito, constrangendo a equipe de produção e frustrando músicos. Na próxima semana, representantes do hip-hop deverão se reunir com o secretário-executivo Alfredo Manevy, o secretário do audiovisual Newton Guimarães Cannito e o secretário da identidade e da diversidade cultural Américo José Córdula Teixeira, a fim de analisar o caso e buscar uma alternativa para que o hip-hop continue com um programa em TV aberta.

 
“Sempre encarei o ‘Manos e Minas’ como um trabalho e uma missão: mostrar a periferia que o Datena não mostra”, lamenta o escritor e cineasta Alessandro Buzo, que desde a estreia do programa apresentou o quadro “Buzão Circular Periférico”, tendo feito reportagens que mostraram peculiaridades culturais de quase 50 bairros de periferia. “Não vou chorar e muito menos cuspir no prato em que comi. Só acho uma grande injustiça. Primeiro, porque o programa dá bastante repercussão e rende mais Ibope que muitos da casa. Segundo, porque era o único a retratar a periferia de forma inteligente na TV aberta ou fechada, o único programa que abria espaço pro hip-hop.”

A TV Cultura informou que renovará sua grade de programação, razão pela qual esta e outras produções serão interrompidas. “Outros programas serão desenvolvidos para atender, com a qualidade desejada, ao variado público da emissora. Cumpre acrescentar que a equipe envolvida na citada produção deverá ser realocada para as novas produções”, assegura a emissora. Não foi explicado o critério utilizado para a escolha dos programas que deixam a grade.

Ironicamente, diz o site da Fundação Padre Anchieta: “Nossa produção estará sempre comprometida com a veracidade, trabalhando no sentido de universalizar o direito à informação e à comunicação (…), buscando novas linguagens e formatos, em favor da solidariedade, da democracia e da paz, para assim expressar a diversidade brasileira, socializando a produção do conhecimento e fortalecendo a causa da televisão pública”.

E para quem ainda não entendeu a importância do programa, veja este vídeo de BNEGÃO  E OS SELETORES DE FREQUÊNCIA no Manos e Minas



E agora que está bem informado, assine aqui o abaixo-assinado para salvar o Manos e Minas!

OBS: ATENÇÃO!!! Posteriormente ao fechamento desta edição (ou seja, depois de ter ido para gráfica e tudo mais), chegou até os editores d'A CORTIÇA o excelente artigo "As idéias descontinuadas", de Rosane Pavam, da Carta Capital.

Entre outros pontos que nos fazem enteder mais e melhor o porque de o PSDB atacar violentamente a TV Cultural, ressaltamos este: 
"Os bastidores falam em “desmonte” da emissora com o objetivo de fazê-la caber na verba destinada pelo governo estadual, de 80 milhões de reais. Os dois terços atualmente não provenientes dela, nascidos da publicidade e da prestação de serviços, seriam eliminados. Ao pagar integralmente a conta, o Estado decidiria o que veicular. Pelo contrário, como está hoje, segundo a crença dessas fontes, a emissora pública de direito privado tem autonomia razoável em relação ao governo. Por pouco, até, ela permitiu que uma reportagem sobre pedágio nas rodovias paulistas, supervisionada pelo então diretor de Telejornalismo, Gabriel Prioli, fosse veiculada no Jornal da Cultura, no início de julho. A direção deu-se conta a tempo da apuração e vetou a transmissão da matéria, demitindo Prioli, que iniciara suas funções sete dias antes."

Esclarecedor...
Leia a íntegra aqui.
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Conselho Curador da EBC abre consulta pública sobre programas de cunho religioso

O Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação - EBC - abriu nesta sexta-feira (06/08/2010) consulta pública para recolher contribuições sobre a política de produção e distribuição de conteúdos de cunho religioso pelos veículos da EBC.

A consulta foi motivada por reclamação de telespectadores enviada à Ouvidoria da empresa, tendo resultado em um parecer da Câmara de Educação, Cultura, Ciência e Meio Ambiente do Conselho Curador, que indicou a substituição dos atuais programas por um programa sobre o fenômeno da religiosidade no Brasil, de um ponto de vista plural, assegurada a participação a todas as religiões.

Atualmente, a TV Brasil exibe o programa “Reencontro”, produzido por igreja de orientação evangélica, aos sábados; e os programas “A Santa Missa” e “Palavras de Vida”, de orientação católica, aos domingos. Já a Rádio Nacional de Brasília transmite aos domingos celebração de missa de orientação católica. Tais programas são originários das emissoras que foram absorvidas pela EBC após a sua criação e a aprovação da Lei nº 11.652/2008, que regulamenta o Sistema Público de Comunicação.

A consulta terá a duração de 60 dias, se encerrando em 04 de outubro de 2010. Podem participar tanto pessoas físicas quanto organizações da sociedade civil, que devem enviar suas contribuições e os documentos necessários por via postal ou email.

Todas as informações sobre a Consulta Pública – como o edital publicado no Diário Oficial da União e o parecer da Câmara de Educação, Cultura, Ciência e Meio Ambiente sobre o tema – podem ser obtidas no link: http://www.ebc.com.br/conselho-curador/consulta-publica

Comunicação Social EBC

(61)3799 5231/5232


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No nosso entendimento, uma empresa pública de televisão deveria ficar há mil anos luz de distância de qualquer programa religioso. Ou, se isto é impossível, abrir espaço para as mais diferentes seitas. E, para contrapor tais programas, produções que discutam ética, política, direitos humanos, meio ambeinte, por exemplo, a fim de demonstrar que é na ação das pessoas, nas suas práticas, que o mundo se transforma, não por desejo ou vontade de alguma divindade celestial, ou coisa parecida.

Desenho: Eugênio Neves
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A batucada de Philip Glass e Robert Crumb

CHEGA! Chega da Mércia, chega do Bispo, da menina Isabela, dos Nardoni, da menina Eloá, do goleiro Bruno, do Macarrão, do Spaghetti, do Gil Gomes e do Alborghetti! Sim! Existe vida fora desses noticiários policialescos (aliás, só há vida fora deles mesmo...)!

Meus amores, vamos falar de arte um pouquinho!

Neste exato momento, enquanto vocês se informam no blog mais quebradeira do quarto andar do meu prédio, estão passando pelo Brasil dois artistas inomináveis, figuras ímpares, mestres em seus campos de atuação: Philip Glass e Robert Crumb! (poizé, eu também dei gritinhos e pulinhos colegiais abanando as mãos quando fiquei sabendo)

PHILIP GLASS



Esse passou rapidinho por aqui. Na verdade, no dia 30 de julho se apresentou no Equador e aproveitou para participar da abertura da instalação “A Soma dos Dias”, em parceria com o artista plástico Carlito Carvalhosa, em 31 de julho, lá na Pinacoteca de São Paulo. Sua passagem por SP ocorreu pois alunos da Escola de Música de São Paulo – Tom Jobim executarão algumas obras  de Phillip Glass nas instalações de Carvalhosa. Leia a nota no próprio site da Pinacoteca.

Não é a de hoje que ele conhece a nossa batucada. Já gravou Days and Nights in Rocinha” (1997), escrita após uma visita à favela da Rocinha, e "Águas da Amazônia" (2006) com o Uakti, álbum magnífico e que você encontra aqui n'A CORTIÇA. Para saber mais sobre o compositor, acesse seu site aqui.

Veja e ouça esse trecho de um de seus trabalhos mais impressionantes, "Koyaanisqatsi" (1982), dirigido por Godfrey Reggio.

Ah, mantenha a calma! Em breve você poderá obter o filme completo e sua trilha sonora genial n'A CORTIÇA mais próxima de você! Enquanto isso, vá se deleitando com uma das trilhas sonoras mais marcantes de Philip Glass clicando aí embaixo da capa (mas não é para chorar, hein)


ROBERT CRUMB


Ah, para esse vamos dedicar um pouco mais de espaço...

Se você sair um pouco do universo de HQs padrão "Marvel/DC" irá se maravilhar com o admirável mundo novo que se abre a sua frente. E, sim, nessa "Pandora" há um deus: Crumb! Não que ele seja o criador de tudo, mas é reverenciado por todos (inclusive pelos mais ateus). Com o devido perdão dos outros grandes, Crumb é a figura viva mais importante da HQ mundial.

Um dos personagens mais marcantes da contra-cultura da década de 60, nosso ilustre  tocador de banjo do "R. Crumb and his Cheap Suit Serenaders" vai dar uma voltinha pelo Brasil para a edição de 2010 da FLIP, a Festa Literária Internacional de Paraty. Veja a matéria aqui no site do evento.

Entre as criações imortais do artista estão Mr. Natural e Fritz, The Cat (este já mostrou suas garras aqui n'A CORTIÇA). Para ter um vislumbre mais completo da sua obra, acesse o site de Crumb bem aqui.

Veja esse trecho do documentário "Crumb" (1994), dirigido por Terry Zwigoff
Quer ver inteiro, então pegue o torrent aqui embaixo e divirta-se.


E que tal se, antes de ir dormir, você mergulhasse em algumas de suas obras?! Bom, lá vai...

Em inglês, há três arquivos com muita coisa extraordinária.

Ah! Clique nos nomes embaixo das capas....


 "Blues"


... E nunca mais dê um centavo para o Tio Patinhas novamente, certo?!....QUAC!!!
Clique para ver...

Harvey Pekar, o mais agradável dos ranzinzas.

Infelizmente o ano de 2010 não tem sido dos melhores para os apreciadores de Histórias em Quadrinhos (HQs). Para nossa tristeza e lamentação, morreu nesta segunda-feira, 12 de julho, em Cleveland, nos Estados Unidos, aos 70 anos, Harvey Pekar, um dos quadrinistas mais incríveis de todos os tempos.

Harvey Pekar (1939-2010). 
Working-class disgusting!

Como vocês se recordam, no dia 12 de março um playboy retardado assassinou nosso tão amado Glauco e seu filho. No meio de tanta dor e raiva, A CORTIÇA prestou sua homenagem ao Glauquito em um post que você pode acessar novamente aqui para matar saudades (ou aumentá-las). E agora, passados exatamente quatro meses, perdemos Pekar.

Nascido em Cleveland (em 08 de outubro de 1939), Harvey Pekar era o cara mais ranzinza do mundo (você acha fácil ser detentor desse título?) e um incorrigível amante voraz de jazz, cujos álbuns, colecionados desde a década de 1950 (alguns extremamente raros), empilhados e bagunçados, amontanhavam-se e disputavam com o restante da mobília e com o próprio Harvey quem ocuparia mais espaço na casa. Nosso anti-herói passou a escrever críticas de jazz a partir de 1959. Além disso, assim como todos nós, trabalhava num emprego mequetrefe que servia menos para pagar as contas do que para não deixá-lo esquecer da vida de "zé" que tinha de suportar. Veja o ranzinzão num desses talk-shows idiotas:

 

Se muitas vezes ficar falando da vida pessoal do artista defunto é apenas firula, para Pekar faz realmente toda a diferença. Afinal, ele foi o responsável por uma das publicações undergrounds de maior relevância dos quadrinhos: American Splendor. E a revista funcionava assim: Pekar criava os argumentos sempre se pautando em experiências pessoais cotidianas. Aliás, cotidianíssimas, os momentos mais triviais da vida de um ser. Nada de heroísmos, situações hilariantes e outros clichês impossíveis ao transeunte comum. 

E justamente daí vem o brilho de suas histórias: traduzir para a HQ todas as cretinices do dia-à-dia  de mais um pedestre sem cair no marasmo de relatos desinteressantes (um faro raro que falta, por exemplo, aos sites de relacionamentos pessoais hoje em dia). Com o argumento feito, inúmeros desenhistas se aventuravam para ilustrar suas desaventuras. Você já ouviou falar sobre a tal da poesia do cotidiano, o "vida besta, meu deus" do Drummond? Pois bem, essa tradução do corriqueiro em algo notável você encontra na American Splendor.

Capa da edição nº04 da American Splendor, de 1979, desenhada por Robert Crumb.

No total, a revista teve 39 edições publicadas entre 1976 e 2008. Dentre os inúmeros artistas que participaram da revista estão Robert Crumb (primeiro ilustrador da revista e amigo pessoal de Pekar), Spain Rodriguez, Joe Sacco, Alan Moore, Hunt Emerson e muitos outros. Veja mais sobre os artistas que ilustraram a revista e a trajetória de Pekar no artigo de Sérgio Codespoti.

A própria esposa de Pekar, Joyce Brabner, também fez suas ilustrações. Vale lembrar que os dois se conheceram no ano de 1983, por conta da da revista American Splendor. O casamento, aliás, apareceu na American Splendor nº10, na história Harvey's Lactes Crapshoot: His Third Marriage to a Sweetie from Delaware and How His Substandard Dishwashing Strains Their Relationship. Companheiros até o fim da vida, foi Joyce quem, infelizmente, encontrou o corpo do marido, vencido após uma luta contra o linfoma que se prolongava desde 1990.

 Joyce e Harvey nas filmages de "American Splendor" (2003)

Um dos últimos projetos de Pekar era um site no mesmo modelo da revista: artistas e mais artistas retratavam suas trajetórias rotineiras. Acesse The Pekar Project e divirta-se muito! E para A CORTIÇA não há muito espaço para lamentações. Afinal, como já dizia o Henfil: "Morro, mas minha arte fica!

Em português há pouquíssimas coisas de Pekar. Há uma edição da Piratas do Tietê (do Laerte) em que há algumas histórias. Mais recentemente, a Conrad  Editora lançou Bob & Harv - Dois Anti-Heróis Americanos, que conta com o prefácio do Laertón. Vale muito a pena correr atrás dessas edições em português.

Aos que falam a língua-mãe, ou seja, o inglês(!), eis alguns links para baixar algumas American Splendor. Enjoy it, bróda!
E não poderíamos nunca esquecer de falar do filme magistral sobre a vida de Harvey Pekar (narrado por ele mesmo). O nome? Óbvio: American Splendor. Filmado em 2003, o Círculo de Críticos de Filmes de Nova York considerou a obra como melhor filme de diretor estreante do ano, prêmio dado à dupla de diretores e roteiristas Robert Pulcini e Shari Springer Berman. No Brasil, o título ficou como Anti-Herói Americano. Quer ver? Então pegue aqui embaixo e divirta-se (é só clicar no nome)!


Os dados do arquivo acima são: 
Tamanho: 700 MB / Idioma do Audio: Inglês / Legendas: Português-Br / Qualidade do Vídeo: DVD-Rip  / Direção: Robert Pulcini & Shari Springer Berman / Ano de Lançamento: 2003 / Tempo de Duração: 94 minutos.

E seria uma completa desonra oferecer de bandeja esse filme sem acompanhá-lo de sua magistral trilha sonora (que contou com escolhas do próprio Pekar). O mais fino do jazz está aqui para você ouvir por longas horas (lendo sua American Splendor, óbvio). Clique no nome do disco e se prepare para o melhor!


Neste álbum você encontra maravilhas de  Dizzy Gillespie, Lester Young & The Oscar Peterson Trio,  R. Crumb & His Cheap Suit Serenaders,  John Coltrane entre tantos outros. É deitar e rolar.

E a sua vida patética, como vai? Se você fosse escrever sobre ela, renderia uma obra de arte magistral ou um perfil no Facebook?...
Clique para ver...

PSDB e o Fim das Oficinas Culturais

UFA! Chega de Copa do Mundo! 

Os redatores incansáveis d'A CORTIÇA não mais aguentavam uma alimentação desregrada pautada em amendoizinhos, sorvetinhos, salgadinhos, refrigerantezinhos, salaminhos, pinguinhas, azeitoninhas, cervejinhas, salsichinhas na conservinha do vinagretinho e infartinho no coraçãozinho, sendo tudo isso acompanhado de um futebolzinho bem ruizinho! 

E o Brasil já era! Já que o manual de momentos trágicos diz que "depois de cada tragédia deve-se achar um culpado e crucificá-lo", A CORTIÇA elege o Kaká como culpado, pois adorou mais a deus que a jabulani, um pecado mortal para todo futeboleiro. Mas, para ele, crucificação não seria exatamente um castigo

Gana também já foi! O sonho acabou? Não, ainda resta o Paraguai! Vamos todos torcer para o Paraguai, pois se o coração é brasileiro, o marcapasso, o relógio, a roupa, o eletrodoméstico e todo o resto é paraguaio! Então, vamos Paraguai! Arriba carajo!

Bispa Hernandes, Kaká (I Belong To Jesus) e Larissa Riquelme: e a Copa virou Cópula mesmo!

Mas voltemos à realidade! Falta muito para as festas de réveillon. Até lá teremos ainda de encarar uma indigesta disputa eleitoral. Então já é hora de nos deleitarmos no pleito eleitoral novamente e falar mal de tudo e de todos esses aí. Funcionará assim: nas próximas duas semanas de julho ainda teremos de engolir a Copa do Mundo imperando nos noticiários. Poderão até  limpar a bunda com a Ficha Limpa que ninguém nem vai perceber! E é exatamente essa falta de percepção coletiva que os políticos danadinhos precisam para deitar, rolar e enrolar a todos! Alguns, como bons tucanos, preferem bicar mesmo! Enquanto todos estão de olho na tal da jabulani, esses tucanos de mierda aproveitam para chutar nossas bolas!

NOVAMENTE, OS TUCANOS CONTRA O POVO

Por diversas vezes a sua fonte de informação de maior credibilidade da intenet, A CORTIÇA, apresentou como os políticos ligados ao PSDB e a Serra, o Terrível, (des) tratam do bem-público como se gerissem um banco. Entre tantos outros posts desse blog (procure mais nos marcadores), para refrescar sua memória relembramos esses abaixo:

- Ressaca Cultural

- Como Tucanar a Eleição

- Cultura Mercado e Lucro em São Paulo

Conforme já notíciamos, João Sayad (economista ligado ao grupo serrista no PSDB) foi o responsável para Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo de 2007 até abril de 2010. Decidiu sair desse cargo para assumir presidência da Fundação Padre Anchieta, que controla (entre outros veículos de comunicação) a TV Cultura. 

No lugar de Sayad, a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo foi assumida por Andrea Matarazzo. Enquanto ainda era Secretário de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo, suas ações promoveram distúrbios na região central contra a população de baixa renda, contra os trabalhadores informais (ambulantes, catadores, etc.), praças sendo cercadas por grades e obras como "rampas anti-mendigos". Ainda jogou asfalto sobre passarelas de pedestres priorizando uma cidade para carros. Destruiu ocupações urbanas, fortalecendo a especulação imobiliária e, defensor de políticas higienistas, ao se referir à "revitalização" do bairro da Luz, disse "Adoro problema! Vamos limpar a cracolândia!". Quer saber mais sobre a relação de Matarazzo com a população do centro, veja o documentário "Santa Efigênia e seus pecados" (2009) de Thiago Mendonça.

Serra, o Terrível, e Andrea Matarazzo decorando a fala e afinando o coro. 
Essas gralhas tucanas realmente falam a mesma língua (é até o mesmo discurso para os dois).
 
Mas e o João Sayad? Sendo nomeado por Serra, o Terrível, Sayad (di)geriu a Secretaria da Cultura como se fosse um banco: uns poucos são clientes "prime", "personalité" e os demais pagam a elevada conta de uma cultura sendo tratada como mercadoria. Uma de suas decisões mais apocalípticas, ainda em 2009, foi aprovar a construção do "Teatro de Dança", o mais caro projeto da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Trata-se de R$ 311,8 milhões a um único centro cultural  no Bairro da Luz, uma região que já possui diversas instituições culturais: Escola Livre de Música do Estado de São Paulo-Tom Jobim, a Sala São Paulo, a Pinacoteca, a Estação Pinacoteca e o Museu da Língua Portuguesa.

Será que com R$ 311,8 milhões não é possível fomentar uma estrutura melhor (em todos os sentidos) a companhias e grupos que promovem a cultura em SP e constantemente sofrem com as limitações impostas pela ausência de uma política pública decente voltada para a área cultural? Sayad não está minimamente preocupado em promover maiores e melhores atividades culturais entre os cidadãos paulistas, mas quer meramente privilegiar a São Paulo Cia. de Dança (SPCD), afinal esta é a primeira companhia subsidiada pelo Estado, recebendo com exclusividade a inacreditável quantia de R$ 13 milhões anuais (!), ao mesmo tempo em que R$ 1,4 milhões é a verba pública a ser dividida por todos os grupos privados do Estado de São Paulo!... Notável!

Os monstros se divertem: Sayad e Serra, o Terrível, passeando pelo Teatro Alfa, 
na estréia de uma das temporadas da  São Paulo Companhia de Dança.

É esse o resultado de deixar Serra, o Terrível, e seus amiguinhos do peito controlarem o bem-público: tudo vira uma espécie de boutique onde os melhores perfumes vão para os seus comparsas e as migalhas (se sobrar!) fica para o restante da choldra!


 E os problemas não acabam por aqui não. Antes de sair do cargo, Sayad fez um último e feroz ataque contra a cultura de São Paulo: ordenou o fim das Oficinas Culturais!

FIM DAS OFICINAS CULTURAIS: PSDB PRIVATIZANDO A CULTURA

Em junho foi anunciado que a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo não renovará o contrato com a Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado (ASSAOC). No fim de julho, as oficinas fecham para o público. Já nesse mesmo mês os funcionários estão trabalhando sob aviso prévio. Em agosto, o contrato se encerra. 

Criadas em 1986, as Oficinas Culturais são espaços destinados a promover atividades culturais dos mais variados tipos (artes plásticas, dança, teatro, música e tudo mais). São atividades gratuitas que proporcionam oportunidades de aquisição de novos conhecimentos e novas vivências de experimentação e de contato com as mais diversas formas de expressão em cultura, possibilitando não apenas a formação do público e como de profissionais para a área da cultural.

 Fachada do prédio da Oficina Cultural Oswald de Andrade. Muitos funcionários estão 
com medo de perderem seus empregos por conta das ações do PSDB contra a cultura.

O fim das Oficinas Culturais foi determinado por João Sayad, quando ainda coordenava a pasta de Cultura de São Paulo. De acordo com ele, não há visibilidade para os projeto das Oficinas Culturais. Em todo caso a execução dessa pútrida tarefa coube ao recém-empossado secretário de cultura Adrea Matarazzo. Em matéria publicada na Folha, no caderno Ilustrada, de 27 de junho de 2010, Matarazzo afirmou que "Elas [Oficinas Culturais] consomem R$ 20 milhões por ano. Mais de 60% da verba é utilizada na atividade-meio. O modelo ficou absoleto. Temos de investir em coisas que fiquem, como capacitação de profissionais".

Quer dizer então que não há visibilidade? Estão obsoletas? É incrível a capacidade desses urubus tucanos transformarem em carniça tudo o que tocam! Vamos ver, então, qual a situação real das Oficinas Culturais.

De acordo com a ASSAOC, há 22 Oficinas Culturais, sendo que 06 estão na capital (04 na Zona Leste, 01 no extremo da Zona Oeste e 02 no centro expandido), 15 no interior do Estado de São Paulo, com 645 municípios e, além disso, há ainda os Projetos Especiais e da Terceira Idade.

Se as Oficinas Culturais forem realmente fechadas, o impacto será estrondoso. Em números, o custo desse prejuízo será o seguinte:
- Empregos diretos: 280;
- Empregos terceirizados: 126;
- Empregos indiretos (arte-educadores): 2.100 anualmente;
- Público frequentador de atividades de formação: 66.000 inscritos anualmente;
- Atendimento à comunidade (eventos diversos, como festivais, mostras, encontros de entidades, espetáculos, exposições, festas comemorativas dos bairros e cidades, campanhas solidárias etc.): 88.000 anualmente.

Dessa forma, para Serra (o Terrível), João Sayad, Andrea Matarazzo e Alberto Goldman,  cerca de 157 mil cidadãos produzindo cultura anulamente são algo obsoleto sem visibilidade! Para eles, é mais importante dar R$13 milhões anuais à São Paulo Cia. de Dança! Isso sim possui ampla visibilidade!
Obviamente, frente a manifestação de insatisfação da classe artística ganhando espaço da Folha, no Estadão, na CBN (ouça a entrevista de Marcelo M. Fonseca,orientador na O.C. Oswald de Andrade, neste link) e até mesmo no Diário Popular, Matarazzo "ramelou", fingiu que não era com ele e, obviamente, mentiu dizendo que esse papo de fechar as Oficinas Culturais "É boataria. Não temos intenção de demitir. Só estamos analisando a gestão da organização social checando cumprimento de metas... Jamais pensamos suspender o programa ou demitir os funcionários".


Até semana passada as Oficinas Culturais eram "obsoletas" e sem visibilidade. Mas como o assunto brotou na grande mídia corporativa (e pega mal cortar empregos em ano de eleição), Matarazzo retirou na sexta-feira (02 de julho) ou que havia dito no domingo (27 de junho). Mentiras e mais mentiras. Tucanos e mais tucanos! Só comendo muita carniça mesmo para conseguir entender esses urubus. O conceito que o PSDB tem de cultura assemelha-se muito a Göring, sucessor presuntivo de Hitler, que já dizia: “quando eu ouço a palavra cultura, logo saco meu revólver”!

O que será que essa turminha do Serra, o Terrível, vai fazer com o 
país se o vampirão ganhar a presidência?!.... Valei-me!

E fique atento! Por meio da internet, inúmeros artistas estão se manifestando contra mais essa agressão do PSDB sobre a população de São Paulo. A CORTIÇA recomenda vivamente que você deixe o Galvão Bueno um pouco de escanteio e fique de marcação cerrada nesse time PSDBozo, que compra o juiz e, mesmo assim, só dá bola-fora!
Clique para ver...

Associação Gaúcha pela Democratização da Cultura e da Comunicação

Assembleia Geral de fundação da Associação Gaúcha pela Democratização da Cultura e da Comunicação

Quinta Feira
1º de julho 2010– 18:30

Assembleia Legislativa - Sala Salzano Vieira 3°andar

Participe da criação de uma entidade que lutará pela democratização da cultura e da comunicação, através da luta social e do desenvolvimento de iniciativas concretas. Junte-se aos lutadores por uma outra comunicação possível. A I Conferência Nacional de Comunicação apontou o caminho para a democratização da mídia e da cultura.

Agora chegou a hora de pressionar o Estado (Executivo e Legislativo) para colocar em pratica as deliberações da Conferência. Ao mesmo tempo a sociedade civil deve desenvolver projetos de comunicação e de cultura geridas de forma democrática e participativa. Se você concorda com estas ideias junte-se a nós e participe da Assembleia de fundação da Associação Gaúcha pela Democratização da Cultura e da Comunicação.
Pauta:
1-Aprovação do Estatuto.
2-Eleição da Coordenação Executiva.
3-Reunião Ampliada da Coordenação Executiva.
Clique para ver...

FUTEBOL, FASCISMO E COMUNISMO

Bem, amigos d'A CORTIÇA, falamos ao vivo diretamente da puta que o pariu! Autoriza o árbrito! Abrem-se as pernas... ops, as cortinas: CÓPULA DO MUNDO!!!


Vuvuzelas! Encoxadas! Copa do Mundo é quase que um reveillon fora de época. Cada jogo é como se fosse um carnaval de um dia. Em minha mansão neoclássica todos os bródis & sistas  aparecem para poder curtir a farra sem ter que arrumar a bagunça da sala e da cozinha depois! Mas a cada chute ao gol sempre alguém nos recorda: "Enquanto isso, mil pessoas morrem de fome na África a cada hora..."! Imediatamente esse "alguém" é alvejado na testa por uma lata de cerveja e é linchado com amendoins e batatas, e tudo volta ao mesmo retardadismo mental típico de Cópula do Mundo.

Bolinações, bebedeiras e fanfarronadas à parte, essa emoção toda do futebol não pode deixar que a gente se esqueça de algo importante. Questões sociais? Dilma vs Serra, o Terrível? Meio-ambiente? Não, nada disso. Foi-se o tempo em que dava para ficar apontando para esses espetáculos mundiais futebolísticos e rotular tudo como "pão e circo", "ópio do povo" e etc, achando que com isso as massas populares despertariam de sua letargia e, enfim, abandonariam o gramado para eregir barricadas,! QUIA QUIA QUIA! Será então que só nos resta torcer pra Coréia do Norte?!

Que os esportes são utilizados para retardadismos mentais generalizados, isso não há dúvidas há pelo menos uns 2000 anos. Independente disso, é chegada a hora d"A CORTIÇA mostrar gingado e categoria, molejo e raça, futebol no pé, com muito samba e cachaça. Já que o Dunga não me escalou, recomendo aqui alguns bons vídeos para vocês assistirem entre os jogos da seleção (aifnal de contas, quem é que aguenta continuar assistindo novamente às reprises dos jogos das Copas passadas?).

FASCISMO E FUTEBOL

Documentário espetacular produzido pela BBC, em 2009, demonstra como Mussolini, Hitler e Franco utilizaram o futebol para reforçar a propaganda do nazi-fascismo conquistando mais apoio popular.

 
A segunda edição da Copa do Mundo foi realizada na Itália em 1934, no auge do governo fascista de Benito Mussolini. A vitória da Itália atenderia aos seus intresses de demonstrar o poder do Fascismo à população. Chegou a criar um outro troféu (além do da FIFA). A “Coppa Il Duce”, uma homenagem a si próprio, era imensa perto da pequena taça dourada oferecida pela FIFA à seleção campeã.
 
Na Alemanha, o futebol também foi utilizado politicamente pelos nazistas. Em 1938, o país disputou o Mundial reforçado com jogadores da Áustria, anexada em março daquele ano. O documentário também mostra a relação do ditador espanhol Francisco Franco com o futebol. E apesar de não gostar particularmente de futebol, viu no esporte uma forma da Espanha passar a ser conhecida positivamente no exterior, sendo que o Real Madrid foi um instrumento-chave para tal feito.

Veja um trecho do vídeo (em inglês) aqui

Se não estiver com tanta pressa assim, pegue o vídeo inteiro nos links abaixo (mas não tem legenda, hein)
BBC Four: Fascism and Football (2009)
DVDRip - Inglês - 59 mins - XViD - 550 Mb

COMUNISMO E FUTEBOL

De promessa de liberdade em promessa de liberdade, o stalinismo foi uma das piores jaulas desenvolvidas no século XX. No mesmo ritmo do filme recomendado acima, a BBC produziu outro chamado "Comunismo e Futebol", também de 2009, onde o Stálin é o ditador da vez a utilizar o futebol para propagandear seu regime ditadorial como algo bom e benéfico ao povo.


Muito bem produzido, o filme é de grande importância pois demonstra também como que a população se utilizava do próprio futebol para formular métodos de resistência ao governo de Stálin, o Piedoso!

Veja um pequeno trecho (sim, em inglês) aqui

E se quiser ver mais desse documentário impressionante, eis os maravilhosos links (não, não tem legenda!)
BBC Four: Communism and Football (2009)
DVDRip - Inglês - 59 mins - XViD - 550 Mb

Poizé! Assim como você, eu também acho que Vargas, o Justo, Médici, o Implacável, e muitos outros mereceriam documentários dessa mesma linha também.



E além desse filmes fantásticos, procure dois livros bem interessantes sobre futebol (clique nos nomes para ver do que se trata):

Gilberto Agostino.
 
Franklin Foer.



Ah, e para que o "CALA BOCA GALVÃO" não se transforme em "CALA BOCA GORDÃO", encerro esse post com uma das partidas de futebol mais idiotas que eu já vi, mas que vai te proporcionar ótimas risadas (desde que seja um intelectualóide com aquele ar de que ainda vai fazer um pós-doutourado sobre Platão).

"FUTEBOL DE FILÓSOFOS",  mais uma dos fantásticos Monty Phyton! No clássico Alemanhã vs Grécia, fica claro quem é quem na peleja futebolística!
 

Sim! FU-TE-BOL filosófico! Pois "Café Filosófico" é classe-média-afetada-com-requintes-de-intelectualidade-pós-moderna demais pro meu gosto (como diz o Helião Cramulhão "é essa galera que vai pro Espaço Unibanco de Cinema e come pipoca de garfo")!

QUIA QUIA QUIA!
VAI CURÍNTIA, LÍDER ISOLADO DO BRASILEIRÃO!

E ATENÇÃO!!! Acaba de chegar à redação d'A CORTIÇA!!

Entre outros problemas (além de um péssimo futebol e dependência de resultados de outros jogos), a seleção dos Estados Unidos precisa enfrentar os próprios estadunidenses nessa Copa do Mundo. Todo um time de terceira divisão extremamente reacionário que odeia futebol e tudo o que possa lembrar algum esporte mais popular.

 
Vejam como a direita dos EUA (des)trata o futebol:

- Dan Gainor, analista do Media Research Center. “O futebol é um jogo de pobre. A esquerda está impondo o ensino de futebol nas escolas americanas, porque a América está ficando bronzeada”, escreveu, associando a popularidade do futebol acima do rio Grande com a crescente migração dos mexicanos para os EUA.

- Matthew Philbin, ideólogo do centro de pesquisas de direita Culture and Media Institute. “A mídia liberal sempre se sentiu desconfortável com o fato de sermos únicos entre as nações, sermos líderes; e os esquerdistas são contra nossa rejeição ao futebol, da mesma maneira que são contra nossa rejeição ao socialismo”, fez a analogia, incomodado com a audiência dos jogos da Copa serem maiores que as finais da NBA, a típica e norte-americaníssima liga local de basquete.

Quer mais? Leia essas e outras pérolas dos reaças dos EUA aqui nesta matéria
Clique para ver...
 
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