Correio Braziliense: Caos no Brasil. O país vai acabar. Estresse aumenta. Diante do número recorde de viajantes às vésperas do Natal. Do Aposentado Invocado: Número recorde? Por que?

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  • sábado, 21 de dezembro de 2013
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    Atrasos e muito estresse 
    Diante do número recorde de viajantes às vésperas do Natal, quase metade dos voos saiu depois do horário


    VERA BATISTA
    RODOLFO COSTA




    Para muitos passageiros, o embarque foi marcado por aborrecimento e filas gigantescas devido à falta de estrutura das empresas aéreas para prestar atendimento adequado nos aeroportos (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
    Para muitos passageiros, o embarque foi marcado por aborrecimento e filas gigantescas devido à falta de estrutura das empresas aéreas para prestar atendimento adequado nos aeroportos


    Israel Vaz e a mulher, Damares, descobriram que o voo da Gol não estava programado pouco antes do previsto  (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
    Israel Vaz e a mulher, Damares, descobriram que o voo da Gol não estava programado pouco antes do previsto



    "Os aeronautas não entraram em greve, mas o terminal está um caos. Fica difícil entender o porquê disso" Raquel Castro Alves, bancária


    Os brasileiros que se arriscaram a embarcar no dia de maior movimento do ano nos aeroportos para comemorar o Natal — pelo menos 360 mil pessoas passaram pelos guichês das empresas aéreas — foram submetidos a uma série de transtornos. Segundo dados da Infraero e das concessionárias que administram terminais privatizados, os atrasos foram constantes ao longo da sexta-feira.

    Somente em Guarulhos (SP), metade dos voos saiu depois do horário previsto, provocando irritação nos passageiros, muitos correndo o risco de perderem conexões, inclusive para o exterior. Em Brasília, até as 20h, quase 40% das decolagens ocorreram além do tempo previsto. Na média do país, os atrasos atingiram 23,3% dos voos, índice muito superior aos 15% considerados aceitáveis pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, “não fossem os problemas em São Paulo, a situação seria de tranquilidade nos demais aeroportos”.

    Os transtornos começaram cedo no aeroporto de Brasília. Das 6h às 10h, milhares de pessoas lotaram o saguão de embarque, explicitando o despreparo das companhias para atender a clientela. As filas nos guichês eram enormes, sobretudo nos da Gol, de novo a campeã em atrasos. As reclamações foram intensas. “Havia vários guichês sem atendentes. A empresa não podia se omitir, com tanta gente esperando para viajar”, disse o militar Tiago Saldanha, 21 anos, que foi passar o Natal com a família em Belo Horizonte.

    Mesmo os que receberam atendimento prioritário na Gol ficaram reféns da falta de estrutura. “Faltou organização para enfrentar uma demanda tão grande. O serviço prestado é de indignar”, reclamou a advogada Patrícia Santiago, 41, que esperou 40 minutos na fila para ir ao Rio de Janeiro com o marido e dois filhos.

    Visivelmente cansados, o servidor público Israel Sales Vaz, 28, e a mulher, Damares, 28, chegaram às 6h no terminal de Brasília acreditando que, uma hora depois, viajariam para Cuiabá. Ledo engano. “Fomos fazer o check-in no totem de atendimento da Gol, mas o voo não constava no painel”, lamentou Israel. A decolagem mais próxima para a capital matogrossense só ocorreria às 12h21. “E ainda enfrentamos 50 minutos de fila até que as malas fossem encaminhadas ao avião”, disse Damares.

    Perto do caos
     A Avianca também apresentou problemas no atendimento. Sem espaço para comportar os clientes nas filas de check-in , a empresa obrigou vários clientes a aguardarem atendimento bem distante do guichês. “Segui todas as recomendações das autoridades e antecipei a minha chegada ao aeroporto. De nada adiantou. O atendimento demorou tanto que quase perdi o meu voo. Os aeronautas não entraram em greve, mas o terminal está um caos. Fica difícil entender o porquê disso”, comentou a bancária Raquel Castro Alves, que embarcou com o filho, Rodrigo, 7, para Natal (RN).

    A decepção foi geral durante todo o dia. Atônitos, passageiros olhavam em direção aos guichês para acompanhar o fluxo das enormes filas. O geólogo Luiz Lobato, 56, precisou de 50 minutos apenas para despachar a bagagem. “Demorou mais tempo do que eu esperava. Cheguei ao aeroporto uma hora antes do recomendado, mas vi que o problema estava disseminado. Está difícil para todos”, disse ele, que ia para Porto Alegre (RS).

    A ex-ministra Marina Silva, que deve ser candidata à vice na chapa presidencial liderada por Eduardo Campo, do PSB, também não escapou do tumulto. Ela teve que percorrer um longo périplo a fim de embarcar para o Acre, onde passará o Natal com a família. Polida, no entanto, não reclamou dos problemas, para não criar um fato político. O presidente da ONG D+, Carlos Alberto Guaniere, 53, no entanto, não se furtou de criticar o atendimento das empresas aéreas. Ele aguardou 1h50 na fila para conseguir fazer o check-in. “Vendo a situação de hoje nos aeroportos, com certeza, podemos dizer que o Brasil não está preparado para grandes eventos, como a Copa do Mundo”, enfatizou.

    Na TAM, nem mesmo o reforço de pessoal foi suficiente para amenizar os problemas. A assistente social Michele Julião, 31, que voou de Brasília para Campo Grande (MS), só não atingiu ao limite do estresse porque chegou duas horas antes ao aeroporto. “Por isso, consegui despachar a minha bagagem a tempo. Mas não está fácil a vida de quem viaja. Principalmente, nos períodos de pico de passageiros”, emendou.
     
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