Empregos têm o pior resultado em 10 anos
País abre 1,55 milhão de postos entre janeiro e novembro, mas o número fechado de 2013 será ainda menor
Diante do ritmo mais lento das obras, sobretudo as do setor público, a construção civil demitiu 31,7 mil trabalhadores somente em novembro deste ano |
O fraco desempenho da economia está se refletindo com mais força no emprego formal. Dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, tendo como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostram que, de janeiro a novembro, foram abertas 1,546 milhão de vagas, o pior resultado para o período desde 2003. Em novembro, especificamente, o mercado absorveu, depois de descontadas todas as demissões do período, 47,4 mil trabalhadores — metade do registrado em outubro.
No mês passado, houve fechamento de postos, sobretudo na indústria de transformação: foram demitidos 34,2 mil trabalhadores. Na agricultura, os cortes atingiram 33,2 mil pessoas. Já a construção civil, que não vive um bom momento, sobretudo por causa da escassez de obras públicas, apresentou saldo negativo de 31,7 mil vagas. Em compensação, o comércio absorveu boa parte dos demitidos ao abrir, liquidamente, 103,2 mil oportunidades. O setor de serviços, por sua vez, contratou 44,8 mil.
Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, dezembro terá um resultado negativo, que vai derrubar o saldo de 1,546 milhão de vagas, mas não será tão ruim quanto o verificado no mesmo mês de 2012, quando o total de demissões surpreendeu — 503 mil postos foram fechados. “Dezembro deve ser negativo. Sempre é. Mas esperamos que o resultado não seja tão ruim quanto o verificado no ano passado”, disse.
Investimentos
Na avaliação de Dias, os resultados do Caged nos últimos meses deste ano têm sido melhor que os verificados em igual período de 2012. “O mercado se mostra melhor do que no ano passado. E como a expectativa de investimento produtivos se mostra mais positiva, podemos apostar em um 2014 bem favorável”, assinalou. Ele não divulgou, porém, números preliminares de dezembro, pois as empresas só enviam os dados entre os dias 1º e 7 do mês seguinte.
Conforme o ministro, a estimativa do governo é de que o saldo líquido dos empregos com carteira assinada no ano que vem, quando a presidente Dilma Rousseff tentará a reeleição, seja superior ao de 2013. “Nossa expectativa é gerar mais empregos em 2014, seguramente”, destacou. O Palácio do Planalto acredita que um mercado de trabalho mais forte, mesmo com um Pibinho, manterá a sensação de bem-estar da população, fortalecendo a possibilidade de reeleição de Dilma.