Alexandre Garcia: filhote da ditadura

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  • sexta-feira, 22 de novembro de 2013
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  • Por Altamiro Borges

    O comentário escroto de Alexandre Garcia na Rádio Metrópole nesta sexta-feira (22) gerou uma onda de indignação e protestos nas redes sociais. De forma leviana e desumana, ele questionou o estado de saúde do deputado José Genoino (PT-SP), que ficou quase uma semana detido no presídio da Papuda, em Brasília, apesar dos seus graves e conhecidos problemas cardíacos. O serviçal da Globo discordou da decisão de conceder-lhe prisão domiciliar provisória para tratamento. "A gente fica pensando: será que ele tomou os remédios para provocar o que aconteceu? Fica uma certa desconfiança".

    Alexandre Garcia é famoso por suas posições reacionárias. Ele não nega sua origem fascistóide. Por 18 meses, entre os anos 1979 e 1980, ele foi porta-voz oficial do "presidente" João Batista Figueiredo - o último carrasco da ditadura militar. Enquanto patriotas brasileiros, como Genoíno, Dirceu e tantos outros, estavam presos ou no exílio, o "jornalista" defendia os gorilas golpistas - com suas torturas e assassinatos, fechamento do Congresso Nacional, intervenção em sindicatos e censura. Talvez isto explique seu ódio aos líderes petistas que ajudaram a derrubar a ditadura e a redemocratizar o país.

    Se dependesse deste filhote do regime militar, o Brasil seria palco de um novo golpe - desta vez para derrubar o "lulopetismo". Quando do golpe em Honduras, ele escreveu um artigo intitulado "Zelaya e Goulart" desqualificando a atuação altiva do Itamaraty na crise deste sofrido país da América Central. A sua visão conspirativa, típica do serviço de inteligência e terrorismo dos EUA, explica porque ele é chamado por muitos de Alexandre da CIA e porque ele tem tanto ódio de Genoíno. Vale relembrar:

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    “Ontem me caiu à ficha sobre que razões teriam levado o governo brasileiro a tão teimosa posição. E acho que as encontrei na História recente do Brasil. O presidente João Goulart, tal como Zelaya, estava influenciado por lideranças externas da esquerda revolucionária. Jango se deixava influenciar por Fidel Castro – que chegou a mandar milhões de dólares para a ‘revolução socialista’ brasileira... O mentor de Zelaya é o tenente-coronel pára-quedista Hugo Chávez, que quer implantar a ‘revolução bolivariana’ na América Latina”.

    “Tal como Goulart, Zelaya promoveu movimentos populistas visando a permanecer no poder, a cancelar eleições e a fechar o Congresso. No Brasil, o povo saiu às ruas e os jornais publicaram editoriais de primeira página, exigindo um basta no governo Jango; exigindo corte na revolução socialista e populista que estava em marcha. Aqui, os militares deram o ‘coup-de-grâce’; em Honduras, o presidente golpista foi apeado do poder pelo Judiciário e pelo Legislativo... Lá como cá houve, na verdade, um contragolpe”.


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