Por Altamiro Borges
As revelações bombásticas do ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, de que vários secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) estiveram metidos no bilionário esquema de propinas da multinacional alemã seriam suficientes para justificar a imediata exoneração dos citados. O executivo deu nome aos bois - ou melhor, aos tucanos: Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), Edson Aparecido (Casa Civil), José Aníbal (Energia) e Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos). Ele também incluiu na lista da sujeira o senador Aloysio Nunes Ferreira, o deputado estadual Campos Machado (PTB) e o ex-tucano Walter Feldmann, que hoje é aliado fiel da verde Marina Silva.
Segundo farta documentação apresentada por Everton Rheinheimer, obtida com exclusividade pelo insuspeito Estadão, todos os citados embolsaram grana da empresa alemã, ajudando-a em contratos com o governo paulista, e utilizaram o dinheiro no esquema de caixa-2 do PSDB em várias eleições. O ex-executivo também incluiu na lista do propinoduto nomes do DEM e do PPS - duas legendas que adoram se travestir de paladinas de ética. Diante das novas e graves denúncias, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu propor a imediata exoneração dos mencionados.
O deputado Alencar Santana (PT) já anunciou que solicitará a convocação dos atuais secretários para prestarem esclarecimentos. A tarefa não é fácil, já que os tucanos têm folgada maioria na Alesp e são famosos por sabotar qualquer tentativa de apuração de escândalos de corrupção em São Paulo. Além disso, os chefões do PSDB contam com a generosidade da mídia - por motivos econômicos (fortunas em publicidade) e políticos (o principal partido da direita nativa). As graves denúncias do ex-diretor da Siemens não puderam ser ocultadas. Mesmo assim, o tratamento na cobertura midiática é seletivo.
Quando ministros do governo Dilma foram vítimas de denúncias vazias, sem provas, a mídia fez um enorme escarcéu exigindo a imediata exoneração. Manchetes diárias, comentários raivosos na tevê e rádio, cerco permanente dos citados e linchamento público. Com os atuais secretários do governador Geraldo Alckmin o tratamento é mais "civilizado". A mídia amiga relativiza as denúncias e ainda tenta confundir os leitores e telespectadores, apostando no diversionismo. Se não houver pressão das ruas e coragem dos parlamentares, a tendência é que o propinoduto tucano seja logo esquecido!
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Leia também:
- Penas de tucanos para todo lado
- Siemens revela caixa-2 do PSDB e DEM
- Aloysio Nunes afunda no propinoduto
As revelações bombásticas do ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, de que vários secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) estiveram metidos no bilionário esquema de propinas da multinacional alemã seriam suficientes para justificar a imediata exoneração dos citados. O executivo deu nome aos bois - ou melhor, aos tucanos: Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), Edson Aparecido (Casa Civil), José Aníbal (Energia) e Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos). Ele também incluiu na lista da sujeira o senador Aloysio Nunes Ferreira, o deputado estadual Campos Machado (PTB) e o ex-tucano Walter Feldmann, que hoje é aliado fiel da verde Marina Silva.
Segundo farta documentação apresentada por Everton Rheinheimer, obtida com exclusividade pelo insuspeito Estadão, todos os citados embolsaram grana da empresa alemã, ajudando-a em contratos com o governo paulista, e utilizaram o dinheiro no esquema de caixa-2 do PSDB em várias eleições. O ex-executivo também incluiu na lista do propinoduto nomes do DEM e do PPS - duas legendas que adoram se travestir de paladinas de ética. Diante das novas e graves denúncias, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu propor a imediata exoneração dos mencionados.
O deputado Alencar Santana (PT) já anunciou que solicitará a convocação dos atuais secretários para prestarem esclarecimentos. A tarefa não é fácil, já que os tucanos têm folgada maioria na Alesp e são famosos por sabotar qualquer tentativa de apuração de escândalos de corrupção em São Paulo. Além disso, os chefões do PSDB contam com a generosidade da mídia - por motivos econômicos (fortunas em publicidade) e políticos (o principal partido da direita nativa). As graves denúncias do ex-diretor da Siemens não puderam ser ocultadas. Mesmo assim, o tratamento na cobertura midiática é seletivo.
Quando ministros do governo Dilma foram vítimas de denúncias vazias, sem provas, a mídia fez um enorme escarcéu exigindo a imediata exoneração. Manchetes diárias, comentários raivosos na tevê e rádio, cerco permanente dos citados e linchamento público. Com os atuais secretários do governador Geraldo Alckmin o tratamento é mais "civilizado". A mídia amiga relativiza as denúncias e ainda tenta confundir os leitores e telespectadores, apostando no diversionismo. Se não houver pressão das ruas e coragem dos parlamentares, a tendência é que o propinoduto tucano seja logo esquecido!
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