O inimigo Josias de Souza deseja um Feliz Natal e Próspero Ano-Novo para a presidenta Dilma Rousseff, mas do seu jeito corrupto acusando a presidenta e tentando trazer questões que nem foram consideradas pela presidência da República. O inimigo Josias de Souza não fala sobre o corrupto PSDB e seus caciques no escândalo do Metrô Paulistano, trata-se de muito cinismo.

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  • segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
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  • Snowden e Molina convidam Dilma a ser Dilma

    Josias de Souza

    Marlene Bergamo/Folha


    Há duas pedras no caminho da diplomacia de Dilma Rousseff. Chamam-se Edward Snowden e Roger Pinto Molina. Dependendo do modo como lidar com a dupla, a presidente pode restaurar o instituto do asilo ou avacalhá-lo de vez. No momento, Brasília flerta descaradamente com a avacalhação.
    Numa conversa por e-mail com a repórter Sônia Bridi, Snowden respondeu assim a uma pergunta sobre seu interesse em asilar-se no Brasil: “Claro! Se o governo brasileiro quiser defender os direitos humanos, será uma honra para mim fazer parte disso.” Ele já insinuara o desejo em carta aberta aos brasileiros.


    Do Aposentado Invocado para Josias de Souza: 

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    Sob refletores, Dilma absteve-se de dizer na semana passada se daria ou não asilo a Snowden. Em privado, seus auxiliares afirmaram que não convém desafiar os EUA acolhendo um cidadão acusado pela administração Obama de ter praticado crimes. Se prevalecer esse entendimento, Dilma se desobrigará de fazer sentido.
    Reunidos em 12 de julho na cidade de Montevidéu, os presidentes dos países-membros do Mercosul assinaram uma valente declaração conjunta. Na peça, solidarizaram-se com os países que haviam oferecido asilo político ao ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA): Venezuela, Bolívia e Equador.
    Subscrito por Dilma, o texto exalta “o direito de todo Estado soberano de conceder asilo a qualquer cidadão conforme as normas de direito internacional.'' Numa estocada em Obama, anota: “É fundamental assegurar que seja garantido o direito dos asilados de transitar com segurança até o país que tenha concedido o asilo.''
    Dois meses depois, Dilma cancelou a visita que faria à Casa Banca em outubro. Fez isso, segundo explicou em nota, porque “as práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos.”
    Dilma poucas vezes foi tão Dilma. Espionada, exigiu explicações. Desatendida, fechou a cara e deu uma banana para Washington. O gesto rendeu-lhe pontos nas pesquisas. Agora, num instante em que Snowden reivindica a proteção da bandeira brasileira, Dilma insinua que pode portar-se como uma banana, nome dado às pessoas frouxas, palermas, sem iniciativa. Nada poderia ser menos Dilma.
    O caso do senador Roger Molina é ainda mais sintomático. Líder da oposição no Senado boliviano, ele já havia obtido o asilo de Dilma. Mas Evo Morales negou-se a emitir o salvo-conduto que lhe permitiria deixar a Bolívia em segurança.
    Desovado clandestinamente no Brasil após passar 452 dias numa sala da embaixada brasileira em La Paz, Roger Pinto asilou-se de favor num quarto de empregada do apartamento funcional do senador Sérgio Petecão (PSD-AC).
    Suprema subserviência: quando a Bolívia estendeu a mão a Snowden, Dilma aderiu ao comunicado do Mercosul que reconheceu “o direito soberano” do companheiro Evo de conceder-lhe asilo. Quando Dilma acolheu o senador boliviano na embaixada de La Paz, assistiu passivamente à recusa de Evo de liberar o salvo-conduto que permitiria ao adversário “transitar com segurança” até o Brasil.
    Agora, quando tem a oportunidade de aplicar ao caso do senador boliviano a mesma fórmula que os presidentes do Mercosul aprovaram para Snowden, Dilma silencia, submetendo o personagem a uma espera torturante que já dura quatro meses. Como diria Dilma nos seus tempos de Dilma: no que se refere à política de concessão de asilo, o governo já não faz nexo.
    Sob Lula, a Polícia Federal deteve e repatriou dois boxeadores —Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara— que desertaram da delegação cubana nos Jogos Panamericanos com pretensões de permanecer no Brasil. Depois, contra uma ordem de extradição do STF, o governo concedeu refúgio a Cesare Battisti, condenado por crime de sangue numa Itália democrática.
    Retorne-se ao primeiro parágrafo: dependendo do modo como lidar com Snowden e Molina, Dilma pode restaurar a beleza do instituto do asilo ou avacalhá-lo de vez. No momento, uma Brasília autoconvertida em capital de uma insuspeitada república de bananas flerta descaradamente com a avacalhação.
     
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