Só quem acredita em tudo, para usar a grande máxima de Wellington, poderia acreditar na hipótese de Joaquim Barbosa acolher o pedido de Haddad para que vigorasse imediatamente o reajuste do IPTU em São Paulo.
Não se trata apenas do ódio patológico já demonstrado tantas vezes por Barbosa pelo PT. Barbosa parece aquele chefe do Inspetor Clouseau que desenvolve uma raiva de tal ordem pelo subordinado que acaba por levá-lo ao manicômio. Em sua louca cavalgada, ele fez coisas incríveis como negar a Dirceu o direito de ver o enterro de Chávez. Temos visto o que tem feito com Genoino também.
Mas o problema vai além.
Na questão do IPTU, você tem de um lado as pessoas mais ricas de São Paulo, sobre as quais recairia um aumento. Na defesa delas, e de seus privilégios, saiu nada menos que a Fiesp, que congrega as indústrias paulistas.
De outro lado, você tem o Zé do Povo, como o patriarca Globo, Irineu Marinho, segundo está dito em sua biografia, chamava as pessoas da plebe.
O Zé do Povo, ou ZP, é alguém, por exemplo, do Parque do Carmo, uma região remota de São Paulo na qual o IPTU baixaria 12%.
Quem se interessa pelo ZP?
O único problema, para quem não se importa com os desvalidos, é que o ZP vota, e seu voto vale tanto quanto o do presidente da Fiesp.
Barbosa já deu diversas demonstrações de que gosta mesmo é da companhia dos Marinhos e seus assemelhados.
Tente achá-lo com a habitual fisionomia severa em fotos em que aparece ao lado de um Marinho, ou de Aécio, ou de alguém deste gênero.
São risos, risos e ainda risos.
O ZP não existe.
Sua decisão a favor da Fiesp e contra o ZP não surpreende.
Minha única surpresa, na verdade, era e é Haddad crer que o desfecho de sua ida a Brasília pudesse ser outro.
*Por Paulo Nogueira - jornalista e Editor do sítio Diário do Centro do Mundo, fonte desta postagem.
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