Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Com a desistência de José Serra, anunciada esta semana, e Marina Silva recolhida a um segundo plano como coadjuvante de Eduardo Campos, 2014 vai começar tendo a largada da corrida sucessória definida e três candidatos já em campanha, embora o início oficial, segundo o calendário do TSE, esteja marcado para o dia 6 de julho.
Em resumo: mesmo com a entrada de um ou outro figurante nanico, a disputa se dará mesmo entre a presidente Dilma Rousseff, do PT, o senador tucano Aécio Neves e o governador pernambucano Eduardo Campos, presidente do PSB.
Ainda que Marina permaneça à frente de Eduardo nas próximas pesquisas, não aposto um centavo que o governador cederá a candidatura presidencial a ela, que aparece em segundo lugar, e é a única que poderia provocar um segundo turno, pelos levantamentos divulgados até agora.
Dilma entra na corrida com larga vantagem, oscilando com 40 % das intenções de votos, o dobro de Aécio, que tem o dobro de Eduardo, ainda lutando para sair dos índices de um dígito. Na verdade, o jovem candidato do PSB entra nesta disputa de olhos voltados já para 2018, com o objetivo principal de marcar posição e tornar seu nome nacionalmente mais conhecido. Se conseguir mais do que isso, será lucro, o que, no momento, é pouco provável.
O embate principal, por tudo o que se viu e ouviu nas movimentações dos três candidatos nos últimos dias, se dará mais uma vez entre PT e PSDB. Tanto Dilma como Aécio escolheram um ao outro como o adversário principal a combater, enquanto Eduardo corre por fora, mais preocupado por enquanto na construção de palanques e alianças do que em bater no governo do qual participou até outro dia.
A esperança dos candidatos de oposição de mudar o quadro atual, favorável à reeleição de Dilma, se baseia mais em obstáculos que o governo poderá enfrentar, em ano de dificuldades econômicas e possíveis protestos durante a Copa do Mundo, do que propriamente em alguma ideia nova ou proposta viável capaz de cativar os 66% de eleitores que gostariam de ver mudanças no país.
A presidente termina este ano de baixo crescimento com muita desconfiança dos investidores e perspectivas modestas, mas apresentando indicadores positivos naqueles quesitos que falam mais de perto ao bolso e ao coração do eleitor: emprego e renda. Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, o desemprego caiu para 4,6%, o menor índice da série histórica iniciada em 2002, e a renda média do trabalhador brasileiro cresceu 3% em relação a outubro do ano passado. A inflação deve fechar o ano em 5,85%, mais uma vez dentro da meta.
Em seu encontro de fim de ano com os jornalistas que fazem a cobertura do Palácio do Planalto, Dilma tocou num ponto sensível: "Há uma tendência de olhar o copo meio vazio. Isso é complicado, porque uma parte da economia é expectativa. Se você instila desconfiança isso é muito ruim".
Não foi por outro motivo que, ao apresentar seu genérico esboço de programa de governo esta semana, Aécio Neves dedicou boa parte do discurso a falar o que os empresários queriam ouvir, já que andam de bico com Dilma, por conta, segundo eles, de uma exagerada intervenção do governo na economia. O chamado mundo do trabalho só entrou no programa na última hora, por sugestão de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, provável aliado de Aécio na disputa presidencial. Até agora, o PSDB está sozinho na parada. O PPS velho de guerra aderiu ao PSB e o DEM ainda está esperando para ver o rumo dos ventos.
Diante disso, a oposição e seus parceiros na grande mídia procuraram investir em caminhos alternativos para desgastar Dilma, e o principal deles é anunciar e incentivar grandes protestos nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo, tentando repetir o que aconteceu em junho passado, quando as grandes manifestações de rua abalaram seriamente a popularidade da presidente.
Só fatos novos e muito graves poderão romper a atual hegemonia petista, que completaria 16 anos no governo central, caso se confirme a vitória de Dilma. Fora isso, a única coisa certa é que o Carnaval em 2014 cai no final de fevereiro, início de março, o que fará o ano político começar mais tarde. E aí logo vem a Copa do Mundo, depois as eleições, as festas de final de ano e, então, 2015 já estará batendo na porta.
Feliz 2015!
Com a desistência de José Serra, anunciada esta semana, e Marina Silva recolhida a um segundo plano como coadjuvante de Eduardo Campos, 2014 vai começar tendo a largada da corrida sucessória definida e três candidatos já em campanha, embora o início oficial, segundo o calendário do TSE, esteja marcado para o dia 6 de julho.
Em resumo: mesmo com a entrada de um ou outro figurante nanico, a disputa se dará mesmo entre a presidente Dilma Rousseff, do PT, o senador tucano Aécio Neves e o governador pernambucano Eduardo Campos, presidente do PSB.
Ainda que Marina permaneça à frente de Eduardo nas próximas pesquisas, não aposto um centavo que o governador cederá a candidatura presidencial a ela, que aparece em segundo lugar, e é a única que poderia provocar um segundo turno, pelos levantamentos divulgados até agora.
Dilma entra na corrida com larga vantagem, oscilando com 40 % das intenções de votos, o dobro de Aécio, que tem o dobro de Eduardo, ainda lutando para sair dos índices de um dígito. Na verdade, o jovem candidato do PSB entra nesta disputa de olhos voltados já para 2018, com o objetivo principal de marcar posição e tornar seu nome nacionalmente mais conhecido. Se conseguir mais do que isso, será lucro, o que, no momento, é pouco provável.
O embate principal, por tudo o que se viu e ouviu nas movimentações dos três candidatos nos últimos dias, se dará mais uma vez entre PT e PSDB. Tanto Dilma como Aécio escolheram um ao outro como o adversário principal a combater, enquanto Eduardo corre por fora, mais preocupado por enquanto na construção de palanques e alianças do que em bater no governo do qual participou até outro dia.
A esperança dos candidatos de oposição de mudar o quadro atual, favorável à reeleição de Dilma, se baseia mais em obstáculos que o governo poderá enfrentar, em ano de dificuldades econômicas e possíveis protestos durante a Copa do Mundo, do que propriamente em alguma ideia nova ou proposta viável capaz de cativar os 66% de eleitores que gostariam de ver mudanças no país.
A presidente termina este ano de baixo crescimento com muita desconfiança dos investidores e perspectivas modestas, mas apresentando indicadores positivos naqueles quesitos que falam mais de perto ao bolso e ao coração do eleitor: emprego e renda. Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, o desemprego caiu para 4,6%, o menor índice da série histórica iniciada em 2002, e a renda média do trabalhador brasileiro cresceu 3% em relação a outubro do ano passado. A inflação deve fechar o ano em 5,85%, mais uma vez dentro da meta.
Em seu encontro de fim de ano com os jornalistas que fazem a cobertura do Palácio do Planalto, Dilma tocou num ponto sensível: "Há uma tendência de olhar o copo meio vazio. Isso é complicado, porque uma parte da economia é expectativa. Se você instila desconfiança isso é muito ruim".
Não foi por outro motivo que, ao apresentar seu genérico esboço de programa de governo esta semana, Aécio Neves dedicou boa parte do discurso a falar o que os empresários queriam ouvir, já que andam de bico com Dilma, por conta, segundo eles, de uma exagerada intervenção do governo na economia. O chamado mundo do trabalho só entrou no programa na última hora, por sugestão de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, provável aliado de Aécio na disputa presidencial. Até agora, o PSDB está sozinho na parada. O PPS velho de guerra aderiu ao PSB e o DEM ainda está esperando para ver o rumo dos ventos.
Diante disso, a oposição e seus parceiros na grande mídia procuraram investir em caminhos alternativos para desgastar Dilma, e o principal deles é anunciar e incentivar grandes protestos nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo, tentando repetir o que aconteceu em junho passado, quando as grandes manifestações de rua abalaram seriamente a popularidade da presidente.
Só fatos novos e muito graves poderão romper a atual hegemonia petista, que completaria 16 anos no governo central, caso se confirme a vitória de Dilma. Fora isso, a única coisa certa é que o Carnaval em 2014 cai no final de fevereiro, início de março, o que fará o ano político começar mais tarde. E aí logo vem a Copa do Mundo, depois as eleições, as festas de final de ano e, então, 2015 já estará batendo na porta.
Feliz 2015!