O editor do jornal Folha de São Paulo, mais conhecido como panfleto do PSDB, ou jornal de assessoria dos tucanos, resolveu cobrar uma atitude do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB).
No texto "Não é com ele" ("Opinião", ontem), Ricardo Balthazar toca num assunto até aqui tratado com desdém, pela Folha inclusive, que é a total exclusão de responsabilidade de Alckmin no caso de corrupção envolvendo trens e metrô em SP, pois, se ele não sabia de nada, indicou mal e não prestou atenção em sua própria "cozinha", e, se sabia, tem responsabilidade no caso.
Não é com ele
Três dias depois, a Corregedoria do Estado recomendou à Secretaria de Planejamento que demitisse imediatamente um funcionário sob investigação por causa de suas ligações com a turma do cartel, Pedro Benvenuto.
Passados dois meses, o próprio Benvenuto decidiu entregar na semana passada o cargo que ocupava, como a Folha informou ontem. A Secretaria do Planejamento afirma que ainda estava estudando o que fazer com o caso quando foi surpreendida pela decisão de Benvenuto.
Não é fácil para Alckmin olhar para o outro lado. Dois auxiliares de sua confiança, o chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia, foram acusados de receber propina para facilitar negócios do cartel com o governo estadual.
Alckmin decidiu mantê-los, por uma razão simples. O governador sabe dos riscos que corre. Se as investigações avançarem no ano em que ele estará em busca da reeleição, mais revelações poderão lhe causar enorme embaraço.
Alckmin enfrentará uma eleição difícil em 2014. Ele acha que terá um trunfo se conseguir preservar a imagem de bom moço e administrador austero que os eleitores costumam associar a ele. Pode ser. Mas muito dependerá do andamento das investigações sobre o cartel, uma variável hoje completamente fora do controle do governador.
No texto "Não é com ele" ("Opinião", ontem), Ricardo Balthazar toca num assunto até aqui tratado com desdém, pela Folha inclusive, que é a total exclusão de responsabilidade de Alckmin no caso de corrupção envolvendo trens e metrô em SP, pois, se ele não sabia de nada, indicou mal e não prestou atenção em sua própria "cozinha", e, se sabia, tem responsabilidade no caso.
Não é com ele
Diante das investigações sobre o cartel de empresas que se uniu para fraudar licitações de trens nas administrações do PSDB em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin comporta-se às vezes como se o assunto não fosse com ele.
Em outubro, ele apareceu falando grosso em anúncio veiculado por seu partido na televisão. "Nós queremos toda a verdade, somos o maior interessado nisso", disse. "Vou fundo nessa história, punir os culpados."
Em outubro, ele apareceu falando grosso em anúncio veiculado por seu partido na televisão. "Nós queremos toda a verdade, somos o maior interessado nisso", disse. "Vou fundo nessa história, punir os culpados."
Três dias depois, a Corregedoria do Estado recomendou à Secretaria de Planejamento que demitisse imediatamente um funcionário sob investigação por causa de suas ligações com a turma do cartel, Pedro Benvenuto.
Passados dois meses, o próprio Benvenuto decidiu entregar na semana passada o cargo que ocupava, como a Folha informou ontem. A Secretaria do Planejamento afirma que ainda estava estudando o que fazer com o caso quando foi surpreendida pela decisão de Benvenuto.
Não é fácil para Alckmin olhar para o outro lado. Dois auxiliares de sua confiança, o chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia, foram acusados de receber propina para facilitar negócios do cartel com o governo estadual.
Alckmin decidiu mantê-los, por uma razão simples. O governador sabe dos riscos que corre. Se as investigações avançarem no ano em que ele estará em busca da reeleição, mais revelações poderão lhe causar enorme embaraço.
Alckmin enfrentará uma eleição difícil em 2014. Ele acha que terá um trunfo se conseguir preservar a imagem de bom moço e administrador austero que os eleitores costumam associar a ele. Pode ser. Mas muito dependerá do andamento das investigações sobre o cartel, uma variável hoje completamente fora do controle do governador.