Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Gastei boa parte da última terça-feira ao telefone em busca de informações concretas para opor à boataria em relação ao setor energético que a mídia tem promovido em lugar de fazer jornalismo sobre assunto tão vital para o país, com suas insistentes versões sobre um iminente “racionamento” de energia e “aumento” no preço das contas de luz.
De alguns dias para cá, eclodiu um bombardeio nos grandes meios de comunicação. Na mesma terça-feira, na Globo News, apresentadoras diziam sentir “muito medo” de ficarem no escuro. Os grandes jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro passaram a dar manchetes em letras garrafais tentando vender a tal iminência de “racionamento”.
A reunião de janeiro do governo com diversas áreas do setor elétrico, a qual integra um cronograma de reuniões que acontecem todos os meses e que continuarão acontecendo nos meses vindouros, foi apresentada pela mídia como “reunião de emergência para tratar do risco de racionamento”.
Veja, abaixo, o cronograma de reuniões ordinárias extraído do site de Luis Nassif. A reunião de janeiro foi apresentada pela mídia como “reunião de emergência”.
Conversei com o titular de uma diretoria “de mercado” de uma grande empresa geradora de energia hidrelétrica do Sudeste que, por razões óbvias, não quer se identificar. Como a maioria dos técnicos do setor, descartou completamente qualquer possibilidade de racionamento.
Abaixo, reproduzo texto que me enviou para publicação nesta página logo após nossa conversa telefônica, sempre com a condição de não ter seu nome revelado.
*****
Eduardo, bom dia.
Após nossa conversa, envio dois links sobre o dito “racionamento” e algumas considerações pessoais.
*
1) MANIFESTAÇÃO DO PRESIDENTE DA EPE (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA) publicada pela Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-08/tolmasquim-condicoes-estruturais-do-pais-afastam-risco-de-racionamento-de-energia
Tolmasquim: condições estruturais do país afastam risco de racionamento de energia
08/01/2013 – 19h23
Nacional
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O país tem condições estruturais que dão segurança e tranquilidade ao setor elétrico e permitem descartar a possibilidade de um racionamento de energia, disse hoje (8), em entrevista coletiva, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Ele esclareceu, porém, que, apesar disso, está sendo feito o acompanhamento dos “ciclos da natureza”, referindo-se à questão das chuvas.
A situação atual é “totalmente diferente” da que ocorreu no país em 2001, segundo o presidente da EPE, quando houve um “apagão” de energia e o consequente racionamento. Àquela época, segundo ele, não havia uma quantidade de usinas térmicas de reserva suficiente para funcionar como uma espécie de seguro ou “colchão” do sistema elétrico.
“É o ponto que faz a diferença e que permite ter uma certa tranquilidade”, disse. Tolmasquim acrescentou que “naquela ocasião, não tinha entrado uma quantidade de oferta de energia nem de linhas [de transmissão]”.
Tolmasquim relacionou a expectativa de tranquilidade para este ano à entrada prevista de 9 mil megawatts (MW) de capacidade nova de geração ao longo do ano. O destaque são as usinas hidrelétricas Santo Antonio e Jirau, que adicionarão ao sistema elétrico nacional mais de 3 mil MW. As usinas hídricas correspondem a 40% dos 9 mil MW.
Novas usinas térmicas também estão programadas, representando 2,5 mil MW, ou cerca de 30% do total previsto. O restante são usinas de fontes renováveis, com ênfase para eólicas (energia dos ventos). Em linhas de transmissão, serão implantados 10 mil quilômetros durante o ano.
“Essa diferença estrutural é uma situação distinta da que ocorreu em 2001”, sustentou. Continuou assegurando que hoje, ao contrário daquela época, o país tem um planejamento instalado no setor, leilões de expansão da geração e de transmissão e ainda um comitê de monitoramento do setor elétrico que se reúne mensalmente e envolve agentes do setor, sob a coordenação do Ministério de Minas e Energia.
A expansão das obras em curso no país e a questão da segurança são temas de discussão permanente, garantiu. O comitê se reúne amanhã (9), em Brasília.
Tolmasquim disse que as usinas térmicas dão segurança ao sistema, mas reconheceu que sua utilização é cara. Ele garantiu que ainda há uma margem de manobra envolvendo 1 mil megawatts de térmicas de combustíveis fósseis que ainda não foram despachadas por motivos diversos, entre eles a importação de gás. “O que está entrando é uma coisa planejada. Não é uma coisa emergencial. A situação está sob controle.” O presidente da EPE reconheceu, entretanto, que seria melhor se o período de chuvas já tivesse começado.
Em relação às tarifas de energia, Tolmasquim explicou que a queda de 20%, que entrará em vigor em fevereiro, poderá ser afetada por fatores conjunturais, levando a redução a ser maior ou menor. Para ele, as avaliações feitas pelo governo sobre o cenário atual e as séries históricas dão tranquilidade ao setor.
Dados fornecidos por Tolmasquim mostram que, de 2001 a 2012, a capacidade instalada de geração de energia cresceu 75% no Brasil. Houve aumento de 150% na capacidade instalada de termelétricas, excluindo usinas a biomassa e nuclear. Cerca de 85% dessa expansão ocorreram nos últimos dez anos.
No mesmo período, a capacidade instalada de transmissão evoluiu 68%, “também um valor bastante expressivo”. Diferentemente do que sucedeu na época do racionamento, também aumentou em 80% a capacidade de o Sul fornecer energia para as demais regiões.
Ao mesmo tempo, triplicou a capacidade de o Nordeste, onde as previsões são de menor volume de chuvas, importar energia de outras regiões, informou. “O Nordeste ficou menos vulnerável porque pode contar com as outras regiões”.
Antes de 2001, implantavam-se em média no Brasil 1 mil quilômetros de linhas por ano. Nos últimos dez anos, o presidente da EPE disse que a média tem sido de 4,3 mil quilômetros de linhas de transmissão implantadas por ano.
Edição: Davi Oliveira
*
2) MANIFESTAÇÃO DO GRUPO CPFL (SÃO PAULO) também publicada pela Agência Brasil.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-08/grupo-cpfl-energia-nao-ve-risco-de-racionamento-no-pais
Grupo CPFL Energia não vê risco de racionamento no país
08/01/2013 – 12h29
Nacional
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Grupo CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, disse hoje (8) não acreditar em risco de racionamento de energia no país por causa da redução do nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Segundo Ferreira Júnior, a capacidade das usinas termelétricas usadas para suprir a queda no fornecimento é quatro vezes maior do que na época em que houve racionamento no país, em 2001.
O grupo atua na área de distribuição de energia, em quatro estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais), com 13% de participação no mercado nacional. Também atua nas áreas de geração de energia, com 19 usinas em operação, e de comercialização.
Para Ferreira Júnior, o risco de racionamento é mínimo porque todas as térmicas estão em funcionamento e o período de chuvas está começando. “Não há razão para que a gente tenha pânico no momento, pois todas as usinas [térmicas] foram despachadas [acionadas] para recompor o potencial dos reservatórios. É a função delas”, destacou.
Em relação a um eventual aumento das tarifas de energia devido ao uso dessas usinas, o presidente do grupo disse que a elevação é previsível. “Quando se tem a geração térmica, existe um expediente para que haja um repasse de preços à tarifa, mas no aniversário de reajuste das concessionárias”, disse.
O baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas deve ser um dos temas discutidos pelos integrantes do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que se reunirão amanhã (9), em Brasília. Presidida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a reunião já estava prevista no calendário aprovado em dezembro passado, de acordo com nota do ministério.
Segundo Wilson Ferreira Júnior, o governo tem usado todos os instrumentos de que dispõe para enfrentar a situação, incluindo a liberação do uso das térmicas para que o país não enfrente falta de energia até a recomposição dos reservatórios das hidrelétricas. “Temos que reconhecer que o sistema hoje é muito mais robusto que no passado. Temos as termelétricas que estão funcionando e era o que tinha que acontecer mesmo”, explicou.
O presidente da CPFL Energia se reuniu hoje, em Brasília, com o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, para explicar uma operação que envolve o controle do Grupo Rede Energia.
Edição: Juliana Andrade
*
Apenas um esclarecimento: a EPE é a entidade criada no governo Lula da Silva, quando a presidenta Dilma era ministra das Minas e Energia. A EPE (primeiro link) tem o dever de planejar as grandes obras para o sistema elétrico nacional, a fim de que não falte energia.
A EPE foi criada para recriar esse planejamento, estilhaçado pelo governo FHC (que, diga-se de passagem, entregou o Ministério das Minas e Energia à incompetência do DEM).
O governo Fernando Henrique simplesmente acabou com o planejamento dessas grandes obras, que era feito por um Comitê coordenado pela ELETROBRÁS.
Considero o noticiário que está sendo veiculado muito prejudicial ao povo brasileiro. Isso por que esse tipo de matéria chega aos mercados externos. Esses mercados são imperfeitos, as expectativas dos investidores, por mais bem informados que os mesmos sejam, nem sempre são racionais.
*****
Diante disso tudo, quem está bem informado sobre a situação energética do Brasil e, portanto, não cai na boataria da mídia, vertida com objetivos políticos e econômicos, pergunta-se: por que a presidente da República não convoca rede nacional de rádio e televisão para esclarecer a sociedade?
Aí entra a busca de informações que fiz na terça-feira junto a fontes do governo Dilma. Após intermináveis ligações, consegui o telefone de pessoa com acesso à presidente que me pôde informar a razão pela qual o governo não está se empenhando com maior contundência em desmentir a boataria terrorista midiática.
Segundo me foi informado, há muito que a presidente já decidiu que “não vale a pena bater boca com a mídia”. Foi-me dado exemplo dessa questão do setor elétrico. Dilma já desmentiu várias vezes o “racionamento” e a mídia, além de não dar o devido destaque às suas palavras, desmente o que diz.
A alternativa seria enveredar por um bate-boca inútil, pois os grandes veículos que tentam aterrorizar a população sempre ficam com a última palavra, já que quem formata o noticiário são eles. Assim como em outras questões, tais como o crescimento modesto do PIB em 2012, portanto, a presidente julga que é melhor deixar que os fatos desmintam a mídia.
Explico: em pouco tempo, os brasileiros receberão contas de luz mais baratas, com desconto médio de 20%, e não terá ocorrido racionamento algum. Dessa forma, quem está recebendo as tais informações de que além de racionamento haverá aumento na conta de luz, concluirá que recebeu informações falsas daqueles meios de comunicação.
Além disso, como o noticiário tem insistido no fato de que os reservatórios estão no mesmo nível de 2001 – quando o governo FHC impôs um duro racionamento ao país –, ao constatarem que, além de não haver racionamento, a energia ficou mais barata, as pessoas poderão mensurar a superioridade deste governo sobre aquele.
Gastei boa parte da última terça-feira ao telefone em busca de informações concretas para opor à boataria em relação ao setor energético que a mídia tem promovido em lugar de fazer jornalismo sobre assunto tão vital para o país, com suas insistentes versões sobre um iminente “racionamento” de energia e “aumento” no preço das contas de luz.
De alguns dias para cá, eclodiu um bombardeio nos grandes meios de comunicação. Na mesma terça-feira, na Globo News, apresentadoras diziam sentir “muito medo” de ficarem no escuro. Os grandes jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro passaram a dar manchetes em letras garrafais tentando vender a tal iminência de “racionamento”.
A reunião de janeiro do governo com diversas áreas do setor elétrico, a qual integra um cronograma de reuniões que acontecem todos os meses e que continuarão acontecendo nos meses vindouros, foi apresentada pela mídia como “reunião de emergência para tratar do risco de racionamento”.
Veja, abaixo, o cronograma de reuniões ordinárias extraído do site de Luis Nassif. A reunião de janeiro foi apresentada pela mídia como “reunião de emergência”.
Conversei com o titular de uma diretoria “de mercado” de uma grande empresa geradora de energia hidrelétrica do Sudeste que, por razões óbvias, não quer se identificar. Como a maioria dos técnicos do setor, descartou completamente qualquer possibilidade de racionamento.
Abaixo, reproduzo texto que me enviou para publicação nesta página logo após nossa conversa telefônica, sempre com a condição de não ter seu nome revelado.
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Eduardo, bom dia.
Após nossa conversa, envio dois links sobre o dito “racionamento” e algumas considerações pessoais.
*
1) MANIFESTAÇÃO DO PRESIDENTE DA EPE (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA) publicada pela Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-08/tolmasquim-condicoes-estruturais-do-pais-afastam-risco-de-racionamento-de-energia
Tolmasquim: condições estruturais do país afastam risco de racionamento de energia
08/01/2013 – 19h23
Nacional
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O país tem condições estruturais que dão segurança e tranquilidade ao setor elétrico e permitem descartar a possibilidade de um racionamento de energia, disse hoje (8), em entrevista coletiva, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Ele esclareceu, porém, que, apesar disso, está sendo feito o acompanhamento dos “ciclos da natureza”, referindo-se à questão das chuvas.
A situação atual é “totalmente diferente” da que ocorreu no país em 2001, segundo o presidente da EPE, quando houve um “apagão” de energia e o consequente racionamento. Àquela época, segundo ele, não havia uma quantidade de usinas térmicas de reserva suficiente para funcionar como uma espécie de seguro ou “colchão” do sistema elétrico.
“É o ponto que faz a diferença e que permite ter uma certa tranquilidade”, disse. Tolmasquim acrescentou que “naquela ocasião, não tinha entrado uma quantidade de oferta de energia nem de linhas [de transmissão]”.
Tolmasquim relacionou a expectativa de tranquilidade para este ano à entrada prevista de 9 mil megawatts (MW) de capacidade nova de geração ao longo do ano. O destaque são as usinas hidrelétricas Santo Antonio e Jirau, que adicionarão ao sistema elétrico nacional mais de 3 mil MW. As usinas hídricas correspondem a 40% dos 9 mil MW.
Novas usinas térmicas também estão programadas, representando 2,5 mil MW, ou cerca de 30% do total previsto. O restante são usinas de fontes renováveis, com ênfase para eólicas (energia dos ventos). Em linhas de transmissão, serão implantados 10 mil quilômetros durante o ano.
“Essa diferença estrutural é uma situação distinta da que ocorreu em 2001”, sustentou. Continuou assegurando que hoje, ao contrário daquela época, o país tem um planejamento instalado no setor, leilões de expansão da geração e de transmissão e ainda um comitê de monitoramento do setor elétrico que se reúne mensalmente e envolve agentes do setor, sob a coordenação do Ministério de Minas e Energia.
A expansão das obras em curso no país e a questão da segurança são temas de discussão permanente, garantiu. O comitê se reúne amanhã (9), em Brasília.
Tolmasquim disse que as usinas térmicas dão segurança ao sistema, mas reconheceu que sua utilização é cara. Ele garantiu que ainda há uma margem de manobra envolvendo 1 mil megawatts de térmicas de combustíveis fósseis que ainda não foram despachadas por motivos diversos, entre eles a importação de gás. “O que está entrando é uma coisa planejada. Não é uma coisa emergencial. A situação está sob controle.” O presidente da EPE reconheceu, entretanto, que seria melhor se o período de chuvas já tivesse começado.
Em relação às tarifas de energia, Tolmasquim explicou que a queda de 20%, que entrará em vigor em fevereiro, poderá ser afetada por fatores conjunturais, levando a redução a ser maior ou menor. Para ele, as avaliações feitas pelo governo sobre o cenário atual e as séries históricas dão tranquilidade ao setor.
Dados fornecidos por Tolmasquim mostram que, de 2001 a 2012, a capacidade instalada de geração de energia cresceu 75% no Brasil. Houve aumento de 150% na capacidade instalada de termelétricas, excluindo usinas a biomassa e nuclear. Cerca de 85% dessa expansão ocorreram nos últimos dez anos.
No mesmo período, a capacidade instalada de transmissão evoluiu 68%, “também um valor bastante expressivo”. Diferentemente do que sucedeu na época do racionamento, também aumentou em 80% a capacidade de o Sul fornecer energia para as demais regiões.
Ao mesmo tempo, triplicou a capacidade de o Nordeste, onde as previsões são de menor volume de chuvas, importar energia de outras regiões, informou. “O Nordeste ficou menos vulnerável porque pode contar com as outras regiões”.
Antes de 2001, implantavam-se em média no Brasil 1 mil quilômetros de linhas por ano. Nos últimos dez anos, o presidente da EPE disse que a média tem sido de 4,3 mil quilômetros de linhas de transmissão implantadas por ano.
Edição: Davi Oliveira
*
2) MANIFESTAÇÃO DO GRUPO CPFL (SÃO PAULO) também publicada pela Agência Brasil.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-08/grupo-cpfl-energia-nao-ve-risco-de-racionamento-no-pais
Grupo CPFL Energia não vê risco de racionamento no país
08/01/2013 – 12h29
Nacional
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Grupo CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, disse hoje (8) não acreditar em risco de racionamento de energia no país por causa da redução do nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Segundo Ferreira Júnior, a capacidade das usinas termelétricas usadas para suprir a queda no fornecimento é quatro vezes maior do que na época em que houve racionamento no país, em 2001.
O grupo atua na área de distribuição de energia, em quatro estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais), com 13% de participação no mercado nacional. Também atua nas áreas de geração de energia, com 19 usinas em operação, e de comercialização.
Para Ferreira Júnior, o risco de racionamento é mínimo porque todas as térmicas estão em funcionamento e o período de chuvas está começando. “Não há razão para que a gente tenha pânico no momento, pois todas as usinas [térmicas] foram despachadas [acionadas] para recompor o potencial dos reservatórios. É a função delas”, destacou.
Em relação a um eventual aumento das tarifas de energia devido ao uso dessas usinas, o presidente do grupo disse que a elevação é previsível. “Quando se tem a geração térmica, existe um expediente para que haja um repasse de preços à tarifa, mas no aniversário de reajuste das concessionárias”, disse.
O baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas deve ser um dos temas discutidos pelos integrantes do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que se reunirão amanhã (9), em Brasília. Presidida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a reunião já estava prevista no calendário aprovado em dezembro passado, de acordo com nota do ministério.
Segundo Wilson Ferreira Júnior, o governo tem usado todos os instrumentos de que dispõe para enfrentar a situação, incluindo a liberação do uso das térmicas para que o país não enfrente falta de energia até a recomposição dos reservatórios das hidrelétricas. “Temos que reconhecer que o sistema hoje é muito mais robusto que no passado. Temos as termelétricas que estão funcionando e era o que tinha que acontecer mesmo”, explicou.
O presidente da CPFL Energia se reuniu hoje, em Brasília, com o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, para explicar uma operação que envolve o controle do Grupo Rede Energia.
Edição: Juliana Andrade
*
Apenas um esclarecimento: a EPE é a entidade criada no governo Lula da Silva, quando a presidenta Dilma era ministra das Minas e Energia. A EPE (primeiro link) tem o dever de planejar as grandes obras para o sistema elétrico nacional, a fim de que não falte energia.
A EPE foi criada para recriar esse planejamento, estilhaçado pelo governo FHC (que, diga-se de passagem, entregou o Ministério das Minas e Energia à incompetência do DEM).
O governo Fernando Henrique simplesmente acabou com o planejamento dessas grandes obras, que era feito por um Comitê coordenado pela ELETROBRÁS.
Considero o noticiário que está sendo veiculado muito prejudicial ao povo brasileiro. Isso por que esse tipo de matéria chega aos mercados externos. Esses mercados são imperfeitos, as expectativas dos investidores, por mais bem informados que os mesmos sejam, nem sempre são racionais.
*****
Diante disso tudo, quem está bem informado sobre a situação energética do Brasil e, portanto, não cai na boataria da mídia, vertida com objetivos políticos e econômicos, pergunta-se: por que a presidente da República não convoca rede nacional de rádio e televisão para esclarecer a sociedade?
Aí entra a busca de informações que fiz na terça-feira junto a fontes do governo Dilma. Após intermináveis ligações, consegui o telefone de pessoa com acesso à presidente que me pôde informar a razão pela qual o governo não está se empenhando com maior contundência em desmentir a boataria terrorista midiática.
Segundo me foi informado, há muito que a presidente já decidiu que “não vale a pena bater boca com a mídia”. Foi-me dado exemplo dessa questão do setor elétrico. Dilma já desmentiu várias vezes o “racionamento” e a mídia, além de não dar o devido destaque às suas palavras, desmente o que diz.
A alternativa seria enveredar por um bate-boca inútil, pois os grandes veículos que tentam aterrorizar a população sempre ficam com a última palavra, já que quem formata o noticiário são eles. Assim como em outras questões, tais como o crescimento modesto do PIB em 2012, portanto, a presidente julga que é melhor deixar que os fatos desmintam a mídia.
Explico: em pouco tempo, os brasileiros receberão contas de luz mais baratas, com desconto médio de 20%, e não terá ocorrido racionamento algum. Dessa forma, quem está recebendo as tais informações de que além de racionamento haverá aumento na conta de luz, concluirá que recebeu informações falsas daqueles meios de comunicação.
Além disso, como o noticiário tem insistido no fato de que os reservatórios estão no mesmo nível de 2001 – quando o governo FHC impôs um duro racionamento ao país –, ao constatarem que, além de não haver racionamento, a energia ficou mais barata, as pessoas poderão mensurar a superioridade deste governo sobre aquele.