Estratégias do 2.º turno levam candidatos a passarem por situações embaraçosas

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  • quarta-feira, 17 de outubro de 2012
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  • As estratégias de campanha utilizadas pelos dois candidatos a prefeito de Curitiba, Ratinho Jr. (PSC) e Gustavo Fruet (PDT), criam situações difíceis para ambos se justificarem. Neste segundo turno, estão cada vez mais comuns as comemorações de apoios de lideranças políticas que até dez dias atrás eram ferrenhos adversários de ambos e as críticas a partidos que há pouco tempo estavam próximos.
    Ratinho Júnior enfatizou no primeiro turno que seu partido era da base do governo Dilma Rousseff e que foi coordenador da campanha dela em Curitiba. Desde ontem, comerciais do candidato veiculados na tevê começaram a atacar a aliança de Fruet com o PT. No mesmo tom utilizado pela campanha de Luciano Ducci (PSB) no primeiro turno, um ator fala que o PT tentou mais de uma vez conquistar a prefeitura e que agora usa de outra tática para chegar ao Executivo municipal.
    “Funciona assim: o Gustavo vem na frente, e o PT segue bem atrás”, diz a propaganda.

    Ao mesmo tempo em que muda o tom e ataca o PT, a campanha de Ratinho tem dois coordenadores da campanha filiados ao partido de Lula e outros petistas trabalhando em funções menores. O coordenador de marketing Maurício Ramos e o coordenador jurídico Guilherme Gonçalves não se desfilaram do PT para trabalhar com Ratinho. Ramos, diretor da Getz Publicidade, fez a primeira campanha do PT aos 17 anos e sempre foi próximo do partido. O advogado Guilherme Gonçalves é petista desde a época em que cursava ensino médio e foi coordenador jurídico de várias campanhas do partido.
    Segundo a presidente do diretório municipal do PT, Roseli Isidoro, Gonçalves pediu licença para a direção para trabalhar com o candidato do PSC, assim como a jornalista Ana Carolina Caldas. “O Maurício nunca teve uma militância diária no PT. Essas pessoas têm direito de fazer escolhas e por isso não vejo impedimento. Só lamento que resolveram usar os mesmos instrumentos de Ducci para nos atacar”, diz Roseli.
    Ela também conta que, desde o primeiro turno de campanha, diversos outros petistas filiados foram trabalhar para Ratinho, o que criou uma situação embaraçosa para o diretório. Ainda assim, não há nenhuma previsão de punição a eles. A reportagem tentou contato com Maurício Ramos e Renato Adur, coordenadores da campanha, que não atenderam às ligações. Gonçalves preferiu não se pronunciar.
    Ratinho tem ainda o apoio dos três caciques políticos do PMDB: Rafael Greca, o senador Roberto Requião e o ex-governador Orlando Pessuti. Para o candidato, a presença dos três veteranos da política não contradiz o lema das “novas ideias”, base de sua campanha. “Eles aderiram ao nosso projeto e não nós ao projeto deles. O PMDB tinha duas opções e preferiu ficar do nosso lado. O apoio deles representa que a nossa visão de gestão da cidade é a visão que mais agrada à sociedade”, diz Ratinho.
    Críticas
    Fruet também precisou ontem explicar estratégia de campanha. Ele recebeu apoio do PPS de Rubens Bueno, que é um dos mais ferrenhos críticos do PT no Congresso e que era vice da campanha de Ducci, defendendo a continuidade da gestão atual que o pedetista tanto criticou na campanha. “Todos esses apoios eu recebo com muito respeito e entendo que, para eles, é uma situação de discussão e críticas internas. Mas essa é a razão do segundo turno. Nunca vai se ter um cenário perfeito”, disse. Segundo Fruet, o PPS apresentou propostas para a administração, mas não houve conversa sobre a participação do partido em uma possível gestão dele. Além disso, o candidato continua a ser lembrado pela sua oposição contra o PT quando foi deputado federal.

    Fruet bate bola, mas evita churrasquinho

    O candidato a prefeito de Curitiba pelo PDT, Gustavo Fruet, fez ontem uma caminhada pelas ruas da Vila Verde, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), bairro ao sul de Curitiba. Fruet cumprimentou moradores e comerciantes da vila. Jogou bola com crianças da comunidade. Também comprou um espetinho de carne vendido na rua, mas não comeu, entregando-o ao vereador Tito Zeglin (PDT), que o acompanhava. Além de Zeglin, a caminhada reuniu ainda os vereadores eleitos Cristiano Santos (PV), que foi o mais votado, e o petista Pedro Paulo. O candidato pretende priorizar o sul da cidade na campanha do segundo turno por ter feito, nesta região, menos votos do que Ratinho Júnior (PSC). (KK)

    Ratinho Júnior sobe na moto, mas não pilota

    O candidato à prefeitura de Curitiba Ratinho Júnior (PSC) esteve reunido ontem com integrantes do Motoclube Forasteiros e de outros três clubes de Curitiba, (Zapata, Roadbrothers e Filhos da Liberdade) no bairro no Cajuru. Com rock’n roll clássico ao fundo, André Viana, presidente do motoclube disse ao candidato que o “segmento dos motociclistas paga imposto, respeita a leis e faz trabalho social e, assim, merece o mesmo reconhecimento de outros grupos da sociedade civil organizada”. Ratinho Júnior, que disse ter sido motociclista até quebrar o pé e a clavícula em um acidente, se comprometeu a apoiar um evento internacional de motocicletas em Curitiba e abrir um canal de comunicação com os motoclubes caso seja eleito prefeito.
    gazeta do povo

     
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