A remoção violenta das mais de 1,6 mil famílias que ocupavam a favela Pinheirinho na cidade paulista de São José dos Campos no último domingo (22/01) expõe a política de Geraldo Alckmin e do PSDB para a população de baixa renda e sem direito a uma moradia digna. O saldo da truculenta ação policial de reintegração de posse determinada pela justiça daquele estado e imediatamente acatada pelo peessedebista foram 3 pessoas desaparecidas, 32 presos, centenas de feridos e cerca de seis mil pessoas desabrigadas. Alckmin não buscou uma solução negociada, sua polícia ameaçou a população através de panfletos jogados do céu por helicópteros e não foi garantido sequer um local provisório para as famílias ficarem. Muitas ainda dormem ao relento, em bancos de praças ou mesmo no chão. Simplesmente determinou o uso da força contra homens mulheres e crianças e a destruição das casas, devolvendo a área de 1 milhão de metros quadrados ao megaespeculador Naji Nahas, preso pela Polícia Federal em 2008 durante a Operação Satiaghara sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro.
Na avaliação da ministra dos direitos humanos Maria do Rosário, “é inaceitável o uso da violência em qualquer situação, especialmente para tratar com pessoas nessas condições”. Ainda no domingo, o governo Dilma movimentou-se para garantir assistência às famílias despejadas e, através do serviço de ouvidoria, busca colher denúncias de agressões policiais e abusos de autoridades durante a violenta ação promovida pelo governo do PSDB. Rosário afirmou via Twitter em 24/01, dois dias após a reintegração de posse que “os excessos devem ser punidos”. A truculência policial também foi registrada por vídeos postados no Youtube.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto, afirmou que “o que se viu aqui foi a violência do Estado típica do autoritarismo brasileiro, que resolve problemas sociais com a força da polícia”. Atento ao caso e sem descartar a possibilidade de que pessoas possam ter morrido em consequência da violência, Neto informou que a OAB paulista está fazxendo um levantamento no Instituto Médio Legal e promete tomar “providências para responsabilizar os governantes que fizeram essa barbárie”, completou.
“Esse não é o nosso método, do governo federal”, informou Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretário Geral da Presidência da República. Para ele, o local se transformou em praça de guerra por uma desocupação que só interessava a um “grande especulador”.
O episódio foi lembrado durante a marcha de abertura e em diversas atividades realizadas até o dia de hoje pelo Fórum Social Temático. O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos foi um dos muitos participantes a repudiar publicamente a ação. Na maioria dos estados brasileiros houveram ou estão sendo organizadas manifestações contra ação de Alckmin e do PSDB.