"Dollies" Musicais - Primeira Parte.

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  • sábado, 13 de março de 2010
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  • Ao longo da história da indústria fonográfica o aparecimento de clones de grupos ou cantores que sejam grandes vendedores de discos tem sido um fato recorrente. Essas "Dollies" musicais geralmente são lançadas por gravadoras concorrentes daquela do artista original, que pegam carona no sucesso alheio para faturar um qualquer. Quando o original é uma porcaria, os clones ultrapassam os limites do suportável por indivíduos com qualquer QI superior aos dos leitores da “Veja” e da “Caras”. Assim, quem com mais de 30 anos não se lembra – sem nenhuma saudade - dos insuportáveis Menudos e dos seus indefectíveis imitadores espalhados pelos Ciclones, Tremendos e Dominós da vida? Já os mais velhos, com certeza, também devem se lembrar de Pat Boone, lançado como o contraponto pentecostal da América careta e reacionária ao fenômeno Elvis (e ao seu devastador movimento dos quadris!). Mas alguns desses “papéis-carbonos” acabam, posteriormente, tomando outros caminhos e construindo carreiras bastante sólidas. É o caso do Roberto Carlos, cujo primeiro disco procurava seguir a onda João Gilberto, ou de Elis Regina, vendida pela gravadora Continental como a nova Celly Campello, no inacreditável disco “Viva a Brotolândia” (1961). Alguns clones, porém, por serem realmente muito parecidos com os originais (quando estes são bons, of course), acabam se tornando bastante interessantes e dignos de uma audição mais atenta: é a eles que vou dedicar os posts da série “Dollies Musicais” que, como não poderia deixar de ser, irão refletir uma seleção bastante pessoal deste contador de abobrinhas.

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    Em 1968, muita gente acreditava que a carreira de Roberto Carlos estava próxima do fim: a revista “O Cruzeiro” chegou a publicar naquele ano uma longa matéria intitulada “Roberto Carlos: como morre um ídolo”. Porém, nesse mesmo momento, despontava no mercado um novo grande vendedor de discos: Paulo Sérgio. De origem pobre e natural do mesmo estado que o “Rei”, o Espírito Santo, o jovem cantor tinha um timbre de voz muito parecido com o do seu ídolo e interpretava o mesmo tipo de balada romântica que tanto sucesso tinha trazido para o líder da "Jovem Guarda". Consagrava-se ali uma das principais fontes daquele gênero musical híbrido que mais de uma década depois passaria – de forma pejorativa – a ser conhecido como “Brega”: a dos “imitadores” de Roberto Carlos (a outra fonte importante vem de uma tradição mais antiga de música romântica com raízes no bolero, na guarânia e no samba-canção). Sem sombra de dúvidas, o maior sucesso de Paulo Sérgio é a balada “Última Canção”, de 1968, onde se nota bastante bem a grande semelhança entre a sua voz e a de Roberto:

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    Em 1965, a rede de televisão norte-americana NBC selecionou através de um anúncio de jornal quatro jovens para participarem de uma banda, cujo objetivo era fazer frente ao sucesso dos Beatles: surgiam assim os Monkees. Formado por Mike Nesmith, Peter Tork, Micky Dolenz e Davy Jones, o grupo estrelou uma série de televisão entre 1966 e 1968 e um longa-metragem para o cinema (exibido no Brasil com o título “Os Monkees estão chegando”), gravou algumas boas canções – como “Last Train To Clarksville” - e possui, no mínimo, um disco antológico: o ótimo “Headquarters” (1967).
     
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