– Quem lê jornais acha que o Brasil está acabando. (…) Eles começam a dizer que a percepção da economia é mais importante que a própria economia. É fantástico! P.S. Se ler o Correio Braziliense cai em depressão.

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  • sábado, 14 de dezembro de 2013
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  • Lula diz à base aliada que foco é a reeleição de Dilma em 2014

    13/12/2013 11:51
    Por Redação - de São Paulo

    Lula e Dilma erguem os braços na saudação dos militantes do PT durante o congresso
    Lula e Dilma erguem os braços na saudação dos militantes do PT durante o congresso
    Em meio a centenas de militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou, na noite passada, da intensa investida da direita contra a base aliada que dirige o ciclo de mudanças iniciado em 2003. Lula foi enfático:
    – O problema não é econômico, o problema é de pele, é de classe social.
    O ato, que contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff, aconteceu em Brasília e homenageou Luiz Gushiken e Marcelo Déda.
    Irônico, o líder político ainda disparou :
    – Quem lê jornais acha que o Brasil está acabando. (…) Eles começam a dizer que a percepção da economia é mais importante que a própria economia. É fantástico!
    Ele falou sobre o descontentamento da oposição em relação aos avanços alcançados na última década e ponderou que “se eu tivesse fracassado como imaginavam, diriam que era porque eu era um coitadinho de um operário, que não estava preparado. Fizeram um país para governar por mais de 20 anos e quem está governando há 12 anos somos nós. Um dia pegaram uma jovem de 20 anos, prenderam-na, torturaram-na, e depois a soltaram. Alguns anos depois essa jovem rebelde vira presidenta da República desse país. Isso não é uma coisa simples de compreender”.
    O ex-presidente afirmou que há um preconceito de pele com o campo progressista e popular que mesmo com uma imensa geração de emprego – 1,4 milhão apenas em 2013 – as notícias são apenas negativas.
    – Nos criticam pelos nossos acertos, mais do que pelos nossos erros. Quero entender qual é o país que está melhor que o nosso Brasil. Alguns países estão bem porque começaram décadas antes de nós, mas nenhum país está bem como o nosso. Não há nenhum país que tenha registrado 4,8 milhões de empregos formais em três anos, que tenha mais responsabilidade fiscal do que nós – afirmou Lula.
    Lula ainda falou dos desafios que estão já batendo à porta. Entre os assuntos tocados pelo ex-presidente esteve a tarefa de reeleger Dilma. Segundo ele, é um tarefa central para “continuidade do processo de mudanças”. Ele deixou um recado claro aos dirigentes, aliados, bem como a todo o campo progressista e popular, o ex-presidente pediu alerta e apoio para o próximo ano.
    – Não se iludam que cada coisa, quanto melhor fizermos, mais aumentará a ira da oposição contra nós. Tudo isso deixa as pessoas em dúvida sobre o que vai acontecer nesse país. Temos uma responsabilidade de reeleger a Dilma presidenta e para isso precisamos ter uma boa bancada de deputados federais, aumentar o número de senadores, eleger governadores e deputados estaduais – afirmou.
    Petistas presos
    Os organizadores tentaram, mas não funcionou a tentativa de descolar da solenidade de abertura o ato de desagravo aos petistas condenados pela ação penal 470 do Supremo Tribunal Federal (STF), o chamado ‘mensalão’, marcado para a manhã desta sexta. A divergência entre militância e lideranças do partido ficou ainda mais evidente.
    – Lula, guerreiro, defenda os companheiros! – gritava a plateia, após outras palavras de ordem que pediam a anulação da AP 470 e pontuavam o apoio da Rede Globo à ditadura militar.
    O mal-estar só foi abafado com a entrada triunfal de Lula e Dilma, mãos dadas e punho erguidos. O ex-presidente reafirmou o que vem dizendo publicamente desde as prisões dos petistas condenados: só vai se pronunciar sobre o assunto quando acabar o último julgamento.
    – É uma decisão minha e eu acho mais prudente, porque ainda temos muita coisa pela frente – justificou Lula.
    Durante seu discurso, porém, não resistiu ao intensificar suas corriqueiras críticas à imprensa, usando como exemplo o tratamento dispensado ao seu ex-ministro da Casa Civil. José Dirceu, preso há quase 30 dias no presídio da Papuda, em Brasília.
    – Nós temos que ter clareza que nosso partido tem sido vítima muito mais das nossas virtudes do que dos nossos erros. (…) Se for comparar o emprego do Zé Dirceu no hotel com a quantidade de cocaína no helicóptero, a gente percebe que houve desproporção na divulgação do assunto – disparou.
    A presidenta Dilma, por sua vez, não fez nenhuma referência aos companheiros presos, mas citou as dificuldades enfrentadas por um partido que, segundo ela, tem um lado e uma direção muito bem definidos.
    – Adquirimos um couro duro. Esse couro duro é que nos permite que olhemos sempre para nossas origens, para o fato de que somos um partido que representa uma causa, uma ideia e que não pode, nesses momentos difíceis, onde o couro fica duro, esquecer quem somos. É isso que nos mobiliza, e faz com que enfrentemos todas as dificuldades e saibamos que a vida é dura – afirmou.
    A defesa oficial dos companheiros presos ficou a cargo do presidente do PT, Rui Falcão, em um discurso que a imprensa, que acompanhava atentamente o evento, considerou “muito duro” e “imprudente”. Reeleito com mais de 70% dos votos, Falcão agradeceu a militância e comprou sua bandeira, ao classificar a ação penal 470 como um “tsunami de manipulação”. Segundo ele, o processo, com a ajuda imprescindível da imprensa, foi um “típico caso da manipulação alimentando a mentira, e da mentira alimentando a manipulação”. Para o presidente do PT, a história vai provar que os petistas foram condenados sem provas.
    – Repito, sem titubear: nenhum companheiro condenado comprou votos no Congresso Nacional, não usou dinheiro público, nem enriqueceu pessoalmente – afirmou.
    E, atacando o adversário histórico, questionou:
    – Por que o silêncio de mais de uma década, no martelo dos juízes, no famoso mensalão do PSDB mineiro? Por que o tratamento diferenciado de certos setores da grande imprensa em relação ao trensalão do governo tucano de São Paulo?
     
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