Romeu Jr. repetia a intenção de botar as suas razões por escrito e Paulo Henrique Amorim e eu sugerimos um livro-entrevista. Ele gostou da ideia e outro jornalista aderiu à operação, Sergio Lirio, redator-chefe de CartaCapital, enquanto Paulo Henrique limitava-se a formular algumas perguntas sobre as atividades dantescas. Dias e dias de entrevista conduzida por Sergio e eu seguiram-se ao longo de um larguíssimo período. Na véspera do ponto final, entre perplexos e espantados, somos surpreendidos pelas declarações do nosso entrevistado à revista Veja, a mesma que a bem de sua demissão o perseguiu com empenho feroz.
Mino Carta, na CartaCapital dessa semana.
Longe de mim duvidar da honra do octogenário genovês, mas se você lembrar que o homem a quem ele se refere não é conhecido por qualquer coisa útil que tenha feito nos últimos 53 anos e que tinha acabado de ser desmascarado como colaborador do crime organizado em São Paulo com provas irrefutáveis que incluem grampos, documentos e fotos, fica difícil acreditar em suas boas intenções. O que ele queria de Tuma Júnior? Usá-lo para atacar Daniel Dantas? A acreditar-se no que Mino e PHA dizem de Daniel Dantas parece que ele, ou o Eurípedes Alcântara, fizeram uma proposta melhor ao pouco ético delegado e a esperteza excessiva de Mino e PHA acabou por fazê-los de idiotas. Tivessem agido com aquele mínimo de ética jornalistica que pregam e não estariam ajudando marginal a escrever livro de memórias.