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  • quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
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  • Leandro Fortes 

    Dos muitos tipos de ração oferecidos pela direita nacional a seus súditos hidrófobos, a mais comum é essa baseada na deturpação histórica de fatos, de modo a criar um ambiente, ainda que artificial, de satisfação ideológica.

    A hipótese de que Lula foi informante do DOPS, durante a ditadura militar, é esdrúxula por si, mas não se trata de um movimento original. Longe disso.

    Em 2009, um colunista da Folha de S.Paulo, César Benjamim, acusou Lula de ter estuprado um menino do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP), enquanto esteve preso, no início da década de 1980.
    Benjamin é um ressentido clássico. Participou da luta armada durante a ditadura militar, ajudou a fundar o PT e, na meia idade, foi vítima de um surto conservador não muito raro entre oportunistas.

    Deu-se, então, ao desfrute da calúnia pura e simples em troca do beneplácito da mídia e da direita que sempre o odiou. Não ganhou uma coisa nem outra. Apenas se tornou, primeiro, patético, para, logo depois, ser esquecido.

    Em 2010, não satisfeita com o vexame de Benjamin, a Folha fez publicar, na primeira página, uma ficha do DOPS falsa da então candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A ideia (na verdade, pretensão) era a de colar em Dilma a pecha de guerrilheira e fria assassina, um bicho-papão da classe média ressuscitado da Guerra Fria. Era contra Dilma, mas o alvo era Lula.

    O alvo sempre foi – e sempre será – Lula.

    Agora, nos vem outro peralta ressentido, o delegado Romeu Tuma Jr., com outro menino do MEP na manga. Desta vez, Lula é acusado de ter sido informante do DOPS. Provas? A possibilidade de haver um informe interno, reservado e sigiloso, com as inconfidências de um certo “Barba”. Isso em uma época em que possivelmente todos os informantes, inclusive os que adiantavam os números do bicho para a polícia, usavam barba.

    Tuminha foi demitido do Ministério da Justiça quando lá ocupava o cargo de Secretário Nacional de Justiça, em 2010. Foi flagrado pela Polícia Federal trocando telefonemas com Li Kwong Kwen, o Paulo Li, chefe da máfia chinesa trazia celulares falsificados procedentes da China para o Brasil. A quadrilha também intermediava vistos de permanência no Brasil para imigrantes chineses em situação irregular, uma área sob responsabilidade de Tuma Jr.

    Esperou o momento certo para se vingar com este livro de revelações tão bombásticas quanto vazias. Veio, claro, pela Veja, o esgoto certo para essas coisas.

    Leia aqui o que a Veja achava dele, Tuminha, em 2010:


    Então, se ainda hoje um intrépido repórter do Jornal Nacional aparecer com um exclusivíssimo documento do DOPS com notícias de um informante chamado “Barba”, por favor, não me acordem.
     
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