Documentos que serão divulgados hoje pela Comissão da Verdade de São Paulo vão revelar, segundo os que participaram da investigação, dezenas de indícios de que o ex-Presidente Juscelino Kubitschek foi assassinado, embora sua morte tenha sido encoberta como resultado de um acidente automobilístico.
Não é, a rigor, uma novidade, mas a confirmação do que há muito todos suspeitavam.
Ratificada pela Comissão Nacional da Verdade, a evidência do assassinato do ex-presidente coloca o Supremo Tribunal Federal numa situação que, embora seus ministros possam recorrer a todas as explicações jurídicas, conduz a uma cumplicidade moral com o acobertamento da autoria daquele homicídio.
E nela permanecerá enquanto não admitir que sejam devidamente investigados, processados e julgados.
Não para, necessariamente, levá-los à cadeia.
Mas para levá-los, ao menos, à vergonha de terem planejado e executado um atentado mortal contra um homem de 74 anos, indefeso.
A cada sessão que realizarem no prédio construído por JK, haverá a sombra de seu desinteresse em apontar seus carrascos.
Diante do STF, agora, não é a estátua divina da Justiça quem se assenta, serena.
É JK, a lembrá-los de sua crença na justiça, que fazem tão implacável com a política e tão leniente com a morte.
-Por Fernando Brito, via Tijolaço http://tijolaco.com.br