Nova ação da Colômbia com apoio da CIA mata 10 guerrilheiros das Farc

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  • sábado, 28 de dezembro de 2013
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  • Nova ação da Colômbia com apoio da CIA mata 10 guerrilheiros das Farc

    27/12/2013 14:12
    Por Redação, com agências internacionais - de Bogotá

    Guerrilheiro das Farc monta guarda em área próxima ao local onde ocorreu o bombardeio
    Guerrilheiro das Farc monta guarda em área próxima ao local onde ocorreu o bombardeio
    Um grupamento de 10 guerrilheiros das Farc, incluindo um importante líder rebelde, foi aniquilado em um bombardeio militar na região central da Colômbia, informou o governo na manhã desta sexta-feira, numa demonstração de que a ofensiva contra a insurgência prossegue apesar do diálogo de paz para pôr fim a um conflito interno de quase 50 anos e a uma trégua unilateral do grupo esquerdista. O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, disse que a operação militar ocorreu numa área montanhosa do município de Cubarral, no departamento de Meta, e resultou na morte de dez rebeldes, inclusive o comandante da Frente 53 das Farc, conhecido como Jhon 26.
    Segundo Pinzón, o bombardeio contra o acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ocorreu na madrugada de domingo, mas, por causa de dificuldades climáticas e topográficas, só na quinta-feira os militares conseguiram chegar ao local para recolher os corpos e armamentos de longo alcance. Pinzón descreveu Jhon 26 como um “indivíduo de enorme relevância” para as Farc, dedicado à captação de recursos na região central da Colômbia, o que inclui Bogotá, uma metrópole com mais de 8 milhões de habitantes.
    O governo do presidente Juan Manuel Santos e as Farc iniciaram há 13 meses, em Havana, uma negociação de paz que busca encerrar um conflito interno que já dura quase meio século e deixou mais de 200 mil mortos e milhões de refugiados internos. Santos se recusou a declarar uma trégua bilateral durante as negociações, como propunha a guerrilha, alegando que as Farc poderiam tirar proveito militar dessa situação para estender o processo de paz indefinidamente. Em 15 de dezembro, as Farc declararam uma trégua unilateral de um mês, como gesto de boa vontade, mas o governo manteve sua ofensiva contra os insurgentes.
    Embora os assassinatos, chacinas e sequestros tenham se reduzido consideravelmente na Colômbia, ainda são frequentes os bombardeios das Forças Militares contra a guerrilha e os ataques rebeldes contra o Exército e a polícia, bem como os ataques contra a infraestrutura econômica do país.
    Apoio da CIA
    O governo de Juan Manuel Santos recebe o apoio dos Estados Unidos no combate às Farc. Um programa secreto da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA ajudou o governo da Colômbia a eliminar vários líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na última década, entre eles Raúl Reyes no Equador, segundo reportagem publicada diário conservador norte-americano The Washington Post, no início da semana.
    De acordo com o jornal, o programa contou com ajuda fundamental da Agência Nacional de Segurança (NSA), e teve um “orçamento de muitos milhões de dólares”, de caráter sigiloso, que não faz parte do chamado Plano Colômbia – pelo qual o governo norte-americano envia US$ 700 milhões por ano aos militares colombianos. O programa da CIA foi implementado com autorização do então presidente George W. Bush (2001-2009), no início do seu governo, e mantido por Barack Obama, afirmou o jornal, que consultou mais de 30 fontes envolvidas no processo.
    Desde o início, o papel dos EUA era proporcionar inteligência para localizar líderes das Farc e, a partir de 2006, fornecer um sistema de rastreamento por GPS para converter bombas de gravidade em bombas de alta precisão. A combinação dos dados da inteligência e das bombas guiadas por GPS permitiu, em 2008, que a Força Aérea colombiana localizasse e eliminasse o líder da guerrilha, Raúl Reyes, em território equatoriano, o que desencadeou a pior crise diplomática entre os dois países em mais de uma década.
    O Washington Post lembrou que, em 2006, a Colômbia foi o país que recebeu a terceira maior ajuda militar americana, depois de Egito e Israel, mas este programa secreto deu um salto qualitativo quando passou a incluir os dispositivos GPS. Uma bomba com esse sistema matou, naquele ano, Abu Musab al-Zarqawi, um dos chefes da Al-Qaeda, no Iraque. O ataque fez o então presidente colombiano, Álvaro Uribe, pedir em caráter reservado a Bush para receber o equipamento.
    Entretanto, os norte-americanos não entregaram aos colegas de Bogotá os códigos de criptografia que permitiam comunicar o sistema de orientação das bombas aos cérebros eletrônicos guiados por GPS. Em 2007, operações realizadas com o novo sistema de bombas inteligentes provocaram a morte de dois líderes das Farc. Primeiro, Tomás Medina, o Negro Acacio, e, seis semanas mais tarde, Gustavo Rueda, o Martin Caballero.
    Em 2008, a CIA localizou Reyes num acampamento no Equador, a pouco mais de 1,5 quilômetro da fronteira com a Colômbia. “Foi uma descoberta incômoda para a Colômbia e os EUA. Realizar um ataque significava que pilotos colombianos em aviões colombianos destruiriam um acampamento usando bombas construídas nos EUA e com um cérebro eletrônico controlado pela CIA”, destacou o Washington Post.
    Em 2010, os EUA repassaram à Colômbia os códigos de criptografia das bombas inteligentes.
    Guerrilheiros
    Um tribunal do Estado da Virgínia, nos EUA, solicitou em novembro que a Colômbia extradite dois membros das Farc que fazem parte da equipe que negocia com o governo de Juan Manuel Santos em Havana, segundo reportagem da edição desta sexta-feira do jornal colombiano El Tiempo. Os guerrilheiros Omar Retrepo e Adán Jimenez seriam responsáveis pela “Frente 36″ das Farc no Departamento (Estado) de Antioquia, no norte da Colômbia, e são acusados de tráfico de armas e de drogas, segundo documentos da Procuradoria-Geral da Colômbia, citados pelo jornal.
    Em 2012, o presidente Santos baixou decreto que suspendeu todas as ordens de captura de membros das Farc que façam parte da equipe de negociação. O texto não suspende, porém, ações penais em andamento.
     
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