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Acusado de atuar como lobista da multinacional francesa Alstom, o ex-secretário Estadual dos Transportes Jorge Fagali Neto fez sugestões, no fim de 2006, sobre como o governo estadual, sob comando do PSDB desde 1994, deveria agir para buscar recursos no exterior para as obras do Metrô. A revelação, baseada em uma cópia de e-mail em posse da Polícia Federal, foi revelada nesta quarta-feira, 4, pelo jornal O Estado de S.Paulo.
O e-mail, de 26 de setembro daquele ano, tinha como endereço o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP), então coordenador da campanha de José Serra (PSDB) para o governo de São Paulo. Uma dessas sugestões, segundo o jornal, foi concretizada após a eleição do tucano. Na época, Aloysio Nunes havia assumido a Casa Civil. Ainda de acordo com o jornal, a obra foi tocada por um consórcio que tinha a Alstom como sócia.
Fagali é um dos 11 indiciados pela Polícia Federal por suspeita de ilegalidades envolvendo contratos de energia da Alstom com o governo estadual. Ele é suspeito de cometer crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Na imagem do consultor, que nega as acusações, orienta Aloysio Nunes, a quem sucedeu na secretaria dos Transportes durante o governo Antonio Fleury Filho, a acionar o Banco Mundial para obter recursos para a Linha 4-Amarela do Metrô. Para isso, sugere um aditamento ao contrato com a instituição.
Sempre de acordo com a reportagem, em abril de 2008, no segundo ano da gestão Serra, o governo assinaria com o Banco Mundial, conforme sugerido pelo consultor, um aditamento de 95 milhões de dólares ao contrato de 209 milhões dólares, firmado em 2002, para a ampliação e aquisição de equipamentos, três e trilhos.
O e-mail de Fagali ao tucano chegou às PF por meio de uma ex-funcionária do consultor chamada Edna da Silva Flores. Em depoimento à polícia, em 9 de outubro, ela revelou que “Fagali trocava e-mails com Aloysio Nunes acerca de licitações de metrô em SP”. Ela relatou ainda a amizade do consultor com outros políticos, como José Serra.