Pressão para que Serra dispute vaga no Legislativo tensiona relação com Aécio
Por , iG Brasília
Irritado com sugestões para se candidatar a deputado federal ou a senador, ex-governador paulista tem se ausentado dos encontros políticos de Aécio Neves em SP
Na maratona de eventos políticos em São Paulo, organizada com o objetivo de articular a campanha do senador Aécio Neves (PMDB-MG) à Presidência da República, a ausência do ex-governador José Serra chama a atenção dos tucanos. Nos últimos meses, as constantes sugestões para que Serra se candidate a deputado federal ou a senador contribuiram para minar ainda mais a relação entre os dois.
Nos bastidores, interlocutores do ex-governador se queixam da forma como Aécio age em relação a Serra. Ao comentar a agenda do mineiro em São Paulo, dizem que em mais de uma ocasião Serra não foi comunicado do evento ou foi avisado em cima da hora. Dali em diante, o ex-governador passou então a cumprir uma agenda paralela de pré-campanha, comparecendo algumas vezes nos mesmos locais incluídos no calendário de Aécio, só que em datas diferentes.
Nas últimas semanas, Serra também manifestou a pelo menos um aliado que está incomodado com as declarações públicas feitas por aliados de Aécio, principalmente os que defendem uma candidatura sua a deputado federal. Do lado do senador mineiro, aliados minimizam o atrito e dizem esperar um acordo mais adiante.
Um dos primeiros a externar a ideia de Serra como candidato à Câmara ou ao Senado foi o deputado estadual Antônio de Souza Ramalho (PSDB-SP), com quem o ex-governador mantinha assídua conversa. A sugestão rendeu a Ramalho o rompimento das ligações semanais.
“Serra me ligava toda semana. Deixou de fazer isso depois que defendi que ele se candidatasse a deputado federal ou até mesmo ao Senado”, disse o deputado que tem conversado com outros partidos interessados em se coligarem com o PSBD na chapa nacional.
“Tem vários partidos dispostos a compor com o PSDB e dar essa vaga de Senado para Serra. É uma conversa que temos que ter”, reclamou Ramalho, que chegou a conversar sobre o assunto com o deputado Paulinho da Força (SDD-SP), que também defende a composição com Aécio Neves candidato à Presidência da República e Serra como candidato a uma das Casas do Legislativo.
Ramalho não esconde que a falta de Serra nos encontros tem sido sentida e causado constrangimento. “Ele está se valorizando. Inteligente como é, tenho certeza que ele virá com Aécio. Mas está demorando”, considerou.
Mais ligado ao governador Geraldo Alckmin, o deputado estadual Pedro Tobias (PSDB-SP) também insiste na candidatura de Serra a uma vaga na Câmara. “Eu defendo que ele saia candidato a deputado federal ou, se ele quiser, a senador. Ele tem resistência, diz que não quer, mas precisa entender que não tem volta. O candidato a presidente é Aécio Neves”, disse.
Já os mais próximos de Aécio tentam minimizar a falta de Serra nos eventos e ignoram a possível irritação. “Eles estão conversando, se falaram pelo telefone. Acho que Serra virá no momento certo”, considerou o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), aliado de primeira hora de Aécio. “Não sei se ele está irritado. Ele não disse. A única coisa que sei que ele disse que ninguém fala por ele, só ele mesmo”.
No entanto, interlocutores mais próximos a Serra dizem que Aécio realmente telefonou para Serra, mas não falaram de candidatura. De forma reservada, os mais ligados ao ex-governador dizem que não tem motivos para acompanhar Aécio nos encontros políticos porque seria contraditório, já que também é pré-candidato à Presidência da República e se colocará como tal em março. Participar das atividades seria como apoiar a candidatura de Aécio, o que, segundo interlocutores de Serra, não corresponde à realidade.
A assessoria de José Serra afirma que ele não tem comparecido aos encontros por conflito de agenda. Neste final de semana, de acordo com a assessoria, ele viajou na sexta-feira, pela manhã, com previsão de retorno somente na segunda-feira.
Aliados do ex-governador, como o ex-governador Alberto Goldman e o senador Aloysio Nunes Ferreira, também se integraram à pré-campanha de Aécio Neves. Próximo a Alckmin, mas indicado para presidir o PSDB paulista com apoio de Serra, Duarte Nogueira também tem participado ativamente da organização da agenda de Aécio pelo interior do estado.
Pré-campanha
Neste fim de semana, em encontros em Campinas e Sorocaba, Aécio fez discurso de candidato. No primeiro destino, pediu aos paulistas que o fizessem vencer as eleições em São Paulo para que ele pudesse vencer a eleição no Brasil. “Juntos, vamos subir a rampa do Planalto”, discursou. O tom foi o mesmo em Sorocaba. Na próxima semana, já tem eventos marcados em São José dos Campos e Santos.
Aécio já realizou encontros com tucanos nas regiões de Ribeirão Preto, Barretos, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Franca, e Bauru, além de eventos na capital paulista com empresários, todos sem a presença de Serra.
No dia 17 de dezembro, Aécio pretende transformar em um grande evento político a última reunião do diretório nacional do partido, em Brasília. O encontro ocorrerá no Congresso e o tucano pretende já lançar as propostas de campanha. O documento vem sendo chamado de “decálogo do PSDB” e, segundo o próprio senador, será a base do programa de governo.
Para o encontro Aécio planeja um discurso mais impactante, com críticas fortes ao governo petista e com o principal objetivo de motivar os dirigentes estaduais para a campanha em 2014. A expectativa é de que 200 pessoas participem da reunião de fim de ano, entre integrantes do diretório nacional do PSDB, as bancadas da Câmara e do Senado, além dos presidentes dos diretórios estaduais.
Nas últimas semanas, Serra também manifestou a pelo menos um aliado que está incomodado com as declarações públicas feitas por aliados de Aécio, principalmente os que defendem uma candidatura sua a deputado federal. Do lado do senador mineiro, aliados minimizam o atrito e dizem esperar um acordo mais adiante.
Um dos primeiros a externar a ideia de Serra como candidato à Câmara ou ao Senado foi o deputado estadual Antônio de Souza Ramalho (PSDB-SP), com quem o ex-governador mantinha assídua conversa. A sugestão rendeu a Ramalho o rompimento das ligações semanais.
“Serra me ligava toda semana. Deixou de fazer isso depois que defendi que ele se candidatasse a deputado federal ou até mesmo ao Senado”, disse o deputado que tem conversado com outros partidos interessados em se coligarem com o PSBD na chapa nacional.
“Tem vários partidos dispostos a compor com o PSDB e dar essa vaga de Senado para Serra. É uma conversa que temos que ter”, reclamou Ramalho, que chegou a conversar sobre o assunto com o deputado Paulinho da Força (SDD-SP), que também defende a composição com Aécio Neves candidato à Presidência da República e Serra como candidato a uma das Casas do Legislativo.
Ramalho não esconde que a falta de Serra nos encontros tem sido sentida e causado constrangimento. “Ele está se valorizando. Inteligente como é, tenho certeza que ele virá com Aécio. Mas está demorando”, considerou.
Mais ligado ao governador Geraldo Alckmin, o deputado estadual Pedro Tobias (PSDB-SP) também insiste na candidatura de Serra a uma vaga na Câmara. “Eu defendo que ele saia candidato a deputado federal ou, se ele quiser, a senador. Ele tem resistência, diz que não quer, mas precisa entender que não tem volta. O candidato a presidente é Aécio Neves”, disse.
Já os mais próximos de Aécio tentam minimizar a falta de Serra nos eventos e ignoram a possível irritação. “Eles estão conversando, se falaram pelo telefone. Acho que Serra virá no momento certo”, considerou o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), aliado de primeira hora de Aécio. “Não sei se ele está irritado. Ele não disse. A única coisa que sei que ele disse que ninguém fala por ele, só ele mesmo”.
No entanto, interlocutores mais próximos a Serra dizem que Aécio realmente telefonou para Serra, mas não falaram de candidatura. De forma reservada, os mais ligados ao ex-governador dizem que não tem motivos para acompanhar Aécio nos encontros políticos porque seria contraditório, já que também é pré-candidato à Presidência da República e se colocará como tal em março. Participar das atividades seria como apoiar a candidatura de Aécio, o que, segundo interlocutores de Serra, não corresponde à realidade.
A assessoria de José Serra afirma que ele não tem comparecido aos encontros por conflito de agenda. Neste final de semana, de acordo com a assessoria, ele viajou na sexta-feira, pela manhã, com previsão de retorno somente na segunda-feira.
Aliados do ex-governador, como o ex-governador Alberto Goldman e o senador Aloysio Nunes Ferreira, também se integraram à pré-campanha de Aécio Neves. Próximo a Alckmin, mas indicado para presidir o PSDB paulista com apoio de Serra, Duarte Nogueira também tem participado ativamente da organização da agenda de Aécio pelo interior do estado.
Pré-campanha
Neste fim de semana, em encontros em Campinas e Sorocaba, Aécio fez discurso de candidato. No primeiro destino, pediu aos paulistas que o fizessem vencer as eleições em São Paulo para que ele pudesse vencer a eleição no Brasil. “Juntos, vamos subir a rampa do Planalto”, discursou. O tom foi o mesmo em Sorocaba. Na próxima semana, já tem eventos marcados em São José dos Campos e Santos.
Aécio já realizou encontros com tucanos nas regiões de Ribeirão Preto, Barretos, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Franca, e Bauru, além de eventos na capital paulista com empresários, todos sem a presença de Serra.
No dia 17 de dezembro, Aécio pretende transformar em um grande evento político a última reunião do diretório nacional do partido, em Brasília. O encontro ocorrerá no Congresso e o tucano pretende já lançar as propostas de campanha. O documento vem sendo chamado de “decálogo do PSDB” e, segundo o próprio senador, será a base do programa de governo.
Para o encontro Aécio planeja um discurso mais impactante, com críticas fortes ao governo petista e com o principal objetivo de motivar os dirigentes estaduais para a campanha em 2014. A expectativa é de que 200 pessoas participem da reunião de fim de ano, entre integrantes do diretório nacional do PSDB, as bancadas da Câmara e do Senado, além dos presidentes dos diretórios estaduais.