247 - O clima é de revolta no meio jornalístico. Havia praticamente a certeza de vitória pela 58ª Edição do Prêmio Esso de Jornalismo para a série de reportagens publicada pela revista Istoé sobre o chamado propinoduto tucano. As denúncias sobre o esquema de propina entre multinacionais, servidores públicos e políticos do PSDB em licitações do transporte ferroviário do Estado de São Paulo, no entanto, não recebeu o prestígio dos jurados.
O escândalo de grandes proporções, que envolve principalmente as empresas Siemens e Alstom, ocorreu durante os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin no Estado. As reportagens sobre o caso, dadas com aprofundamento pela publicação da Editora Três, foram responsáveis por reabrir o caso na Suíça, iniciar uma sindicância por prevaricação contra o procurador Rodrigo de Grandis e resultar no bloqueio de R$ 60 milhões de suspeitos envolvidos.
Um grupo de jurados tucanos, no entanto, trabalhou para que o grande reconhecimento da área de jornalismo não fosse entregue à publicação, que deu várias capas sobre o assunto. Ricardo Setti, colunista de Veja, Marcus Emilio Gonçalves, ex-editor de Veja, José Marcio Mendonça, economista ligado ao PSDB, Kristina Michaellis, ex-Veja, e Matinad Suzuki, ex-Folha, foram os responsáveis por evitar que o Prêmio Esso fosse destinado aos governos tucanos.
Renomada premiação, ao invés de prestigiar uma das maiores investigações jornalísticas do momento, preferiu se desmoralizar de vez.