Ex-diretor da Siemens diz que "há forte esquema de corrupção" no governo tucano..._+_Aloysio Nunes, ex-Paulo Preto, agora no propinoduto tucano_+_MÁFIA DOS FISCAIS: MP VAI INVESTIGAR _+_CÚPULA DO GOVERNO ALCKMIN CAI NO PROPINODUTO_+_PF indicia e ex-diretor da CPTM por lavagem de dinheiro e evasão de divisas_+_Siemens revela caixa 2 de PSDB e DEM
Ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer dá nomes de Arnaldo Jardim (PPS-SP), aliado dos tucanos, deputado Edson Aparecido (PSDB), senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), os secretários estaduais José Aníbal (Energia), deputado (PSDB-SP); Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico).
Em relatório entregue no dia 17 de abril ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer afirma que o hoje secretário da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB), deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), foi apontado pelo lobista Arthur Gomes Teixeira como um dos recebedores de propina das multinacionais suspeitas de participar do cartel dos trens em São Paulo.
O ex-executivo, que é um dos seis lenientes que assinaram um acordo um mês depois com o Cade em que a empresa alemã revela as ações do cartel de trens, também cita o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), aliado dos tucanos, como possível beneficiário.
Trata-se do primeiro documento oficial que vem a público que faz referência a supostas propinas pagas a políticos ligados a governos tucanos. Até agora, o Ministério Público e a Polícia Federal apontavam suspeitas de corrupção que envolviam apenas ex-diretores de estatais como a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
As acusações do ex-diretor da Siemens foram enviadas pelo Cade à Polícia Federal e anexadas ao inquérito que investiga o cartel de trens no Estado de São Paulo e no Distrito Federal.
No texto, Rheinheimer afirma ainda ter em seu poder "uma série documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os governos (Mário) Covas, Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM". "Trata-se de um esquema de corrupção de grandes proporções, porque envolve as maiores empresas multinacionais do ramo ferroviário como Alstom, Bombardier, Siemens e Caterpillar e os governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal", escreveu.
Outros quatro políticos são citados pelo ex-diretor da Siemens como "envolvidos com a Procint". A Procint Projetos e Consultoria Internacional, do lobista Athur Teixeira, segundo o Ministério Público e a Polícia Federal, é suspeita de intermediar propina a agentes públicos.
O documento faz menção ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), os secretários estaduais José Aníbal (Energia), deputado (PSDB-SP); Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico).
Rheinheimer foi diretor da divisão de Transportes da Siemens, onde trabalhou por 22 anos, até março de 2007.
Ele e outro leniente prestaram depoimento à Polícia Federal em regime de colaboração premiada - em troca de eventual redução de pena ou até mesmo perdão judicial, eles decidiram contar o que sabem do cartel. Esses depoimentos estão sob sigilo.
Menções
Sobre Aparecido e Jardim, Rheinheimer sustenta em seu texto que "seus nomes foram mencionados pelo diretor-presidente da Procint, Arthur Teixeira, como sendo os destinatários de parte da comissão paga pelas empresas de sistemas (Alstom, Bombardier, Siemens, CAF, MGE, T'Trans, Temoinsa e Tejofran) à Procint".
De Aloysio, Jurandir e Garcia, diz ter tido "a oportunidade de presenciar o estreito relacionamento do diretor-presidente da Procint, Arthur Teixeira, com estes políticos". Sobre Aníbal, anotou: "Tratava diretamente com seu assessor, vice-prefeito de Mairiporã, Silvio Ranciaro."
Ele ainda apontou o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filipelli (PMDB), e o ex-governador do DF José Roberto Arruda como "políticos envolvidos com a MGE Transportes (Caterpillar)". A MGE é apontada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal como a outra rota da propina, via subcontratações - a empresa era fornecedora da Siemens e de outras companhias do cartel.
Rheinheimer diz ser o autor da carta anônima que deflagrou a investigação do cartel dos trens, enviada em 2008 ao ombudsman da Siemens. Ele relata ter feito as denúncias para se "defender de rumores sobre seu envolvimento neste escândalo". O executivo assevera que, apesar de suas denúncias, a Siemens optou por "abafar o caso".
Ameaça
No texto, ele se diz disposto a contar o que sabe, mas sugere receber em contrapartida sua nomeação para um alto cargo na mineradora Vale.
Rheinheimer afirma que queria induzir a Siemens a fazer uma autodenúncia ao Cade para facilitar a obtenção de autorização judicial para execução dos mandados de busca e apreensão nas outras empresas. Segundo ele, isso resolveria "o maior problema do Ministério Público de São Paulo, que é o acesso às provas para poder levar adiante suas investigações sobre corrupção ativa". "Além de envolver muitos projetos e dezenas de pessoas, o esquema de corrupção se estende por um longo período (1998-2012)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Aloysio Nunes, ex-Paulo Preto, agora no propinoduto tucano
por Renato Rovai
O ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer entregou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um relatório onde mostra “a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os governos (Mário) Covas, Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM”. Apesar de o relatório ter sido entregue no dia 17 de abril, somente hoje, a informação veio a público, a partir de uma matéria d’O Estado de S. Paulo, dos jornalistas Fernando Gallo, Ricardo Chapola e Fausto Macedo.
Rheinheimer diz ter provas e dá nome e sobrenome dos políticos tucanos que receberam propinas das empresas do cartel dos trens. Os “propineiros tucanos” fazem parte da Cúpula do PSDB. E essa é a primeira vez que os políticos são nominalmente citados no esquema de corrupção.
O ex-diretor esteve à frente da divisão de Transportes da Siemens até março de 2007, sendo que trabalhou por 22 anos na empresa. Ele é um dos seis denunciantes que topou contar tudo o que sabe em troca de redução de possíveis condenações, no acordo de leniência.
O documento trazido por Rheinheimer faz menção ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), os secretários estaduais José Aníbal (Energia), também deputado (PSDB-SP), e Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos). Todos homens fortes do tucanato. Aloysio Nunes estava sendo cotado para ser vice de Aécio. O senador já foi alvo de denúncias em 2010, por sua ligação com Paulo Preto, o homem de confiança dos tucanos paulistas, acusado de sumir com quatro milhões de reais do “caixa 2″ da campanha de Serra.
O ex-diretor da Siemens cita ainda o secretário de Desenvolvimento Econômico de Alckmin, Rodrigo Garcia. Ele era o homem forte do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e é deputado federal licenciado pelo DEM-SP. A máfia dos auditores fiscais na capital paulista, denunciada pelo governo Fernando Haddad, utilizava uma sala comercial para arrecadar propinas de construtoras, alugada em nome de Marco Aurélio Garcia, irmão de Rodrigo. Em menos de um mês, o secretário de Alckmin aparece envolvido em dois casos de corrupção, e continua no cargo.
Rheinheimer afirma ainda que o secretário da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin, deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), era um dos que recebiam propina das empresas suspeitas de participar do cartel dos trens de São Paulo. É o Zé Dirceu de Alckmin.
As denúncias foram anexadas ao inquérito que investiga o cartel dos trens. Será que o Ministério Público vai arquivar na pasta errada como o procurador da República Rodrigo de Grandis fez com o pedido de investigação do acusados da Suíça?
Executivo da SIEMENS denuncia caixa 2 e propina no Governo TUCANO de São Paulo.
Everton Rheinheimer, ex-diretor da SIEMENS, entregou relatório ao CADE, no dia 17 de abril um relatório onde afirma dispor de "documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM".
Mais:
MÁFIA DOS FISCAIS: MP VAI INVESTIGAR IRMÃO DE SECRETÁRIO DE ALCKMIN
O empresário Marco Aurélio Garcia (irmão de Rodrigo Garcia - na foto -, atual secretário de Desenvolvimento do governo Geraldo Alckmin) será investigado pela suspeita de lavagem de dinheiro do grupo de auditores da máfia dos fiscais, que atuou na Prefeitura de São Paulo; Garcia era o locatário do escritório no centro de São Paulo onde os auditores se reuniam para discutir negócios do grupo; ele afirma que havia emprestado o imóvel a Ronílson Bezerra Rodrigues, apontado como um dos líderes da suposta quadrilha
247 - O Ministério Público vai investigar o empresário Marco Aurélio Garcia pela suspeita de lavagem de dinheiro do grupo de auditores da máfia dos fiscais, que atuou na Prefeitura de São Paulo. Marco Aurélio é irmão de Rodrigo Garcia, ex-aliado do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e atual secretário de Desenvolvimento do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Garcia era o locatário do escritório no centro de São Paulo onde os auditores se reuniam para discutir negócios do grupo. Ele afirma que havia emprestado o imóvel a Ronílson Bezerra Rodrigues, apontado como um dos líderes da suposta quadrilha. No local, o MP apreendeu R$ 88 mil em dinheiro e até hoje ninguém assumiu ser dono da quantia, nem Garcia nem Ronilson.
O empresário confirmou que havia vendido um flat a Ronílson e registrado a transação somente por meio de "contrato de gaveta". Além deste primeiro imóvel, Garcia ainda vendeu outros dois flats aos também auditores Eduardo Barcellos e Fábio Camargo Remesso, que também são investigados pelo esquema. Segundo o promotor Roberto Bodini, há evidências de que a transação foi feita sem registro oficial porque se tratava de dinheiro de origem ilegal. O Ministério Público conseguiu apreender o contrato de gaveta em nome de Ronilson e ainda obteve de Barcellos a confirmação da compra do flat. Um extrato bancário de Ronilson comprovou que ele enviou R$ 385 mil para a conta de uma empresa que tem Garcia como sócio.
CÚPULA DO GOVERNO ALCKMIN CAI NO PROPINODUTO
Ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer denuncia formalmente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica um forte esquema de corrupção nos governos do PSDB em São Paulo; segundo ele, Edson Aparecido, braço direito do governador Geraldo Alckmin e hoje secretário da Casa Civil recebeu propinas das multinacionais entre 1998 e 2008; propinoduto na área de transportes, segundo Rheinheimer, visava abastecer o caixa dois do PSDB e do DEM; ele apontou ainda corrupção nos governos de José Serra e Mario Covas; outros nomes citados são dos secretários José Aníbal, de Energia, Jurandir Fernandes, de Transportes, Rodrigo Garcia, de Desenvolvimento Econômico, e até do senador Aloysio Nunes e do deputado Arnaldo Jardim; strike completo?
SP 247 - É quase um strike. Um relatório entregue no dia 17 de abril deste ano ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica cita praticamente toda a cúpula do governo de Geraldo Alckmin no chamado "propinoduto tucano". A denúncia, formal, foi feita por Everton Rheinheimer, ex-diretor da Siemens, que afirmou dispor de "documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os governos (Mário) Covas, (Geraldo) Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM".
O furo de reportagem, dos jornalistas Fernando Gallo, Ricardo Chapola e Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo (leiaaqui), aponta que o lobista Arthur Teixeira, denunciado por lavagem de dinheiro na Suíça, teria pago propinas ao deputado licenciado Edson Aparecido, atual secretário da Casa Civil e braço direito de Geraldo Alckmin. O documento também cita outros nomes graúdos do tucanato paulista, como os secretários José Aníbal, de Energia, Jurandir Fernandes, dos Transportes, e Rodrigo Garcia, de Desenvolvimento Econômico. Outros nomes mencionados pelo ex-diretor da Siemens são o do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) - este, também como beneficiário das propinas.
A denúncia do ex-diretor da Siemens tem peso importante porque é o primeiro documento oficial que vem a público com referência a propinas pagas a políticos ligados a governos tucanos. Até então, apenas ex-diretores de estatais como a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) vinham sendo citados. Rheinheimer foi diretor da divisão de transportes da Siemens, onde atuou durante 22 anos. Ele disse ainda que o cartel "é um esquema de corrupção de grandes proporções, porque envolve as maiores empresas multinacionais do ramo ferroviário como Alstom, Bombardier, Siemens e Caterpillar e os governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal".
No Distrito Federal, os desvios teriam ocorrido nos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Em São Paulo, ele cita os governos de Geraldo Alckmin, José Serra e Mario Covas. O fluxo das propinas ocorria por meio da empresa Procint, do lobista Arthur Teixeira, finalmente denunciado na Suíça, após dois anos de engavetamento do caso pela procuradoria-geral da República em São Paulo, por decisão do procurador Rodrigo de Grandis (leia mais aqui).Rheinheimer está colaborando com a Justiça, no regime de delação premiada. Sobre Edson Aparecido e Reynaldo Jardim, ele sustenta que "seus nomes foram mencionados pelo diretor-presidente da Procint, Arthur Teixeira, como sendo os destinatários de parte da comissão paga pelas empresas de sistemas (Alstom, Bombardier, Siemens, CAF, MGE, T'Trans, Temoinsa e Tejofran) à Procint".
Sobre o senador Aloysio Nunes e os secretários Jurandir Fernandes e Rodrigo Garcia, o ex-diretor da Siemens diz ter tido "a oportunidade de presenciar o estreito relacionamento do diretor-presidente da Procint, Arthur Teixeira, com estes políticos". Sobre José Aníbal, mencionou um assessor: "Tratava diretamente com seu assessor, vice-prefeito de Mairiporã, Silvio Ranciaro".
PF indicia e ex-diretor da CPTM por lavagem de dinheiro e evasão de divisas
A Polícia Federal indiciou por lavagem de dinheiro e evasão de divisas o consultor Arthur Teixeira, suspeito de receber propina da multinacional Siemens, empresa que admitiu ter participado de cartel que atuou em licitações do sistema de metrô e trens do Estado de São Paulo.
Dossiê do Ministério Público da Suíça indica que Zaniboni recebeu US$ 836 mil na conta Mil-mar, de sua titularidade, no Credit Suisse de Zurique. Parte desse valor - US$ 103,5 mil - teria sido depositada em 2 de maio de 2000 por Teixeira, pela conta Rockhouse. A Suíça condenou Zaniboni por lavagem de dinheiro e aplicou multa a ele. Os procuradores de Genebra pediram "com veemência" interrogatório de Teixeira, como sendo o pagador de propinas tucanas.
Também foi indiciado pelos mesmos crimes o ex-diretor de operações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) João Roberto Zaniboni, conforme noticiado ontem pelo "Jornal Nacional", da TV Globo.
Os crimes ocorreram para compra e manutenção de composições aconteceram entre 1998 e 2008, durante governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB, no Estado.
Ex-executivo da Siemens, Ronaldo Cavalieri, que trabalhou na empresa entre 1978 e 2008, disse à PF ter autorizado pagamentos às consultorias Procint e Constech, ligadas a Teixeira e seu irmão Sérgio Teixeira, morto em 2011.
Ele disse que a justificativa para os repasses era um contrato que as duas empresas mantinham com o consórcio Sistrem, formado pela Siemens e outras companhias do setor, entre elas a multinacional francesa Alstom, para a construção da linha 5 do metrô. O primeiro trecho desse ramal, aberto em 2002, foi implantado pela CPTM.
A Procint e a Constech são apontadas como destinatárias de propinas pagas pelo cartel, investigado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Relatório do Cade afirma que o contrato foi oneroso para o governo de São Paulo, pois o preço foi definido em rodadas de negociação, e não em uma concorrência aberta, na qual os valores dificilmente seriam os mesmos.
O indiciamento foi feito pela PF após pedido do Ministério Público da Suíça, que, em outro inquérito, apura o pagamento de propinas pela Alstom em troca de contratos com o governo paulista.
Essa investigação identificou repasses da empresa a Teixeira e Zaniboni, que tiveram seus bens bloqueados, assim como Milena Zaniboni, filha do ex-diretor da estatal paulista de trens.
Dossiê do Ministério Público da Suíça indica que Zaniboni recebeu US$ 836 mil na conta Mil-mar, de sua titularidade, no Credit Suisse de Zurique. Parte desse valor - US$ 103,5 mil - teria sido depositada em 2 de maio de 2000 por Teixeira, pela conta Rockhouse. A Suíça condenou Zaniboni por lavagem de dinheiro e aplicou multa a ele. Os procuradores de Genebra pediram "com veemência" interrogatório de Teixeira, como sendo o pagador de propinas tucanas.
Também foi indiciado pelos mesmos crimes o ex-diretor de operações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) João Roberto Zaniboni, conforme noticiado ontem pelo "Jornal Nacional", da TV Globo.
Os crimes ocorreram para compra e manutenção de composições aconteceram entre 1998 e 2008, durante governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB, no Estado.
Ex-executivo da Siemens, Ronaldo Cavalieri, que trabalhou na empresa entre 1978 e 2008, disse à PF ter autorizado pagamentos às consultorias Procint e Constech, ligadas a Teixeira e seu irmão Sérgio Teixeira, morto em 2011.
Ele disse que a justificativa para os repasses era um contrato que as duas empresas mantinham com o consórcio Sistrem, formado pela Siemens e outras companhias do setor, entre elas a multinacional francesa Alstom, para a construção da linha 5 do metrô. O primeiro trecho desse ramal, aberto em 2002, foi implantado pela CPTM.
A Procint e a Constech são apontadas como destinatárias de propinas pagas pelo cartel, investigado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Relatório do Cade afirma que o contrato foi oneroso para o governo de São Paulo, pois o preço foi definido em rodadas de negociação, e não em uma concorrência aberta, na qual os valores dificilmente seriam os mesmos.
O indiciamento foi feito pela PF após pedido do Ministério Público da Suíça, que, em outro inquérito, apura o pagamento de propinas pela Alstom em troca de contratos com o governo paulista.
Essa investigação identificou repasses da empresa a Teixeira e Zaniboni, que tiveram seus bens bloqueados, assim como Milena Zaniboni, filha do ex-diretor da estatal paulista de trens.
Siemens revela caixa 2 de PSDB e DEM
Da revista CartaCapital:
Um documento entregue em 17 de abril ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da Justiça, comprova que o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer disse possuir "documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no estado de São Paulo durante os governos (Mário) Covas, (Geraldo) Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM".
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o ex-diretor da empresa alemã diz ainda que o atual secretário da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB), o deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), foi apontado pelo lobista Arthur Teixeira como recebedor de propina das multinacionais suspeitas de envolvimento com o cartel dos trens em São Paulo, no período que vai de 1998 a 2008.
O ex-executivo, que é um dos seis responsáveis por assinar um acordo com o Cade no qual a empresa alemã revela as ações do cartel de trens, cita ainda o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), aliado tucano, como mais um beneficiário.
O relatório entregue ao Cade em abril é primeiro documento oficial que faz referência a supostas propinas para políticos ligados a governos do PSDB que vem a público. Até então, o Ministério Público e a Polícia Federal apenas apontavam suspeitas de corrupção envolvendo ex-diretores de órgãos estatais, como a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
No documento, Rheinheimer descreve o cartel como "um esquema de corrupção de grandes proporções, porque envolve as maiores empresas multinacionais do ramo ferroviário como Alstom, Bombardier, Siemens e Caterpillar e os governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal".
O texto faz menção também ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e aos secretários estaduais José Aníbal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Os quatro políticos são citados pelo ex-diretor da Siemens como "envolvidos com a Procint", do lobista Arthur Teixeira e suspeita de intermediar propina a agentes públicos, segundo o MP e a PF.
Ele apontou ainda o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli (PMDB), e o ex-governador do DF José Roberto Arruda como "políticos envolvidos com a MGE Transportes (Caterpillar)". A MGE é apontada, tanto pelo MP quanto pela PF, como uma outra rota da propina, via subcontratações como fornecedora da Siemens e de outras companhias do cartel.
Rheinheimer diz, por fim, ser o autor da carta anônima que deu início à investigação do cartel dos trens. Além disso, ele se diz disposto a contar o que sabe, mas sugere receber em contrapartida sua nomeação para um alto cargo na mineradora Vale.
O documento com as acusações foi enviado pelo Cade à Polícia Federal e anexadas ao inquérito que investiga o cartel em São Paulo e no Distrito Federal. Rheinheimer foi diretor da divisão de Transportes da Siemens, empresa na qual trabalhou por 22 anos, até março de 2007. Ele prestou depoimento à PF em regime de colaboração premiada - em troca de eventual redução de pena ou até mesmo perdão judicial.
Postado há 32 minutes ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.