Articulista mostra na Folha discriminação do Judiciário contra o PT

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  • terça-feira, 26 de novembro de 2013
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  • Filósofo, professor no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e articulista semanal na Folha de S.Paulo, Vladimir Safatle, em texto publicado hoje no jornal mostra a diferença de tratamento que o Judiciário dá a denúncias e escândalos que envolvam o PT e o que dá aos outros partidos. Ele fala sobre o tratamento dado pelo Judiciário, mas a mídia igualmente confere tratamento distinto a petistas e aos outros.
    “Os eleitores do PT têm razão em se indignar com a maneira seletiva da Justiça de tratar os partidos. Se o escândalo do metrô fosse com seu partido, meus amigos, vocês poderiam esperar um comportamento bastante distinto do Judiciário”. Safatle analisa o tratamento dado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) ao chamado mensalão mineiro. “Tomado por certa paralisia e horror, é como se nosso presidente do Supremo não pudesse tocar no processo”, registra o articulista.
    “Algo semelhante – prossegue ele – ocorre com um dos mais impressionantes escândalos de corrupção do Brasil recente, o que envolve o metrô paulistano. Empresas multinacionais julgadas em tribunais suíços e franceses, pedidos de informação vindos da Justiça suíça e inacreditavelmente “esquecidos” por procuradores brasileiros, denúncias feitas por funcionários das empresas envolvidas citando nominalmente toda a cúpula dos tucanos bandeirantes (…) nada, mas absolutamente nada disso foi capaz de abrir uma reles CPI.”
    Em 20 anos de governos tucanos no Estado de São Paulo, período em que três governadores, Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra se sucederam no poder estadual – Covas duas vezes governador, Alckmin três – todos atingidos pelas denúncias de que o esquema escandaloso no setor de transportes públicos funcionou em suas administrações, eles barraram cerca de 70 pedidos de CPIs para apurar acusações de irregularidades em suas administrações.
    “Uma série de denúncias sobre assalto ao bem público durante quase duas décadas, tão bem fundamentadas que tiveram a força de abrir inquéritos em países europeus, não foi capaz de justificar uma reles CPI na província de São Paulo. Ao menos nesse ponto, os eleitores do PT têm razão em não levar a Justiça brasileira a sério. Se o escândalo do metrô fosse com seu partido, meus amigos, vocês poderiam esperar um comportamento bastante distinto da Justiça e de certos setores caninos da imprensa nacional”, conclui Vladimir Safatle.

     
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