Marília perseguida por ser "comunista"
Durante a Ditadura a repressão era tamanha que bastava falar em democracia ou liberdade para serem todos empurrados para o campo da esquerda, como se todos que usassem estas palavras fossem comunistas, socialistas, anarquistas, militantes marxistas ou similares.
A Ditadura na sua estupidez ideológica nos igualava. Nos irmanava. Artistas ou não. Todos juntos com um só epíteto: Comunistas ! Subversivos!
Cito como exemplo dos tempos da Ditadura a colega Marília Pera, que nunca foi política. Uma grande colega, mas completamente alheia à questão política. Mas a ditadura a tansformou quase em mártir ao invadir o espétáculo "Roda Viva" do Teatro Oficina -SP em que ela trabalhava.
Grande Marília, apolítica, não militante, perseguida pelo Comando de Caça aos Comunistas. Seria uma piada se não fosse o triste momento.
E assim, nesta unidade, caminhamos na bela campanha "Diretas Já", e nas primeiras eleições para Presidente.
Ali, na eleição de Collor, começamos a perceber a diversidade.
Lembro-me que gravando na Globo, fiquei chocado ao ver que o sábio e veterano ator Sebastião Vasconcellos votava com Collor. Era o único até então.
Collor eleito mais surpreso ainda fiquei ao ver diversos colegas apoiando-o e frequentando o Palácio, subindo a rampa com elle.
Depois veio artista namoradinha com aquela coisa de "Tenho medo" na campanha anti-Lula, que foi muito bem rebatida por Paloma Duarte.
A diversidade entre nós, artistas, aumentava conforme fortalecia-se a Democracia e suas instituições.
Amanhã vamos à terceira parte destes posts. Já focalizando os dias de hoje.