Vereza foi meu assistente político do PCB - Rio,
na década de 60, ao lado de Paulo Pontes, Francisco Milani , Vianninha e João das Neves.
Eram parte da base de cultura do PCB - RJ
Para meu desgosto tenho observado humoristas e atores declaradamente de direita, até com ideologia fascista, burguesa, imperialista e apoiando as forças mais retrógradas do País e do Mundo.
Acostumado à luta política sempre pelo viés progressista,popular e socialista, causa-me estranheza tais posições.
Considero isto um desvio muito grande da nossa função humanista. Como o assunto é longo usarei de vários posts para falar sobre isto.
Este é o primeiro. Começa na Bahia na década de 1970:
A Escola de Teatro da Bahia fica numa avenida muito movimentada, Araújo Pinho, no bairro do Canela.
Em dado momento , por volta de 1978 os alunos resolveram denunciar a presença de um dedo-duro entre eles e colocaram uma faixa na escola, bem visível a todos os passante denunciando o fato.
A unidade e a firmeza dos artistas na luta contra a Ditadura era coisa de que todos nós da Categoria nos orgulhávamos.
Aquela faixa-denúncia, embora justa, daria a sensação de que nem todos éramos contra o regime militar. Quebrava a nossa unidade na luta.
Como dirigente cultural do Partidão fui até a Escola e pedi aos alunos que retirassem a faixa. O que foi feito.
A cidade não precisava saber que entre nós havia um rola-bosta. Da nossa merda cuidaríamos nós, entre nós mesmos.
A participação dos artistas continuou maciça até a conquista definitiva das liberdades democráticas na década de 80.
Aí começou uma mudança do quadro. Mas o assunto continua amanhã.