Márcio Miranda substitui Megale na disputa da Alepa

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  • quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
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    Márcio Miranda (DEM) substituirá Megale (PSDB) na campanha pela presidência da Assembléia Legislativa

    O deputado estadual José Megale, líder do PSDB na Assembleia Legislativa (AL), renunciou ontem (04) à disputa para presidir a casa no próximo biênio (2013-2014). O anúncio foi feito uma semana após ele ter ido à tribuna anunciar que era o candidato do partido ao cargo. Megale também assegurou, da tribuna, que poderá abrir mão do sigilo bancário e até eleitoral para provar que nada tem a ver com o processo de corrupção na AL.
    O deputado estadual Márcio Miranda (DEM) foi escolhido para substituir Megale como o candidato da base governista que vai disputar a presidência da AL em confronto com o peemedebista Martinho Carmona, candidato do bloco PMDB-PT. A decisão foi tomada ontem à noite, em reunião comandada pelo governador Simão Jatene (PSDB), realizada na sede da Polícia Militar, onde o chefe do Executivo estadual mantém escritório.
    Megale acusou o PMDB de tentar derrubar a sua candidatura à presidência da AL porque, no domingo, o DIÁRIO publicou matéria mostrando que a denúncia contra o líder tucano está parada no Ministério Público Estadual, enquanto as outras denúncias já têm decisão judicial.
    Os promotores identificaram indícios de irregularidades em 25 cheques assinados por Megale na função de vice-presidente da AL, para pagamentos a empresas prestadoras de serviço à casa e de propriedade de Daura Hage, apontada pelo MP como uma das chefes da quadrilha que se instalou no Legislativo estadual para desviar dinheiro público.
    Como parlamentar estadual tem foro privilegiado, este tipo de denúncia só pode ser ajuizado pelo segundo grau do MP. Os promotores enviaram os documentos ao atual procurador-geral de Justiça, como determina a legislação. Eduardo Barleta se julgou suspeito por ser parente de uma das denunciadas no esquema, Rosana Barleta. Repassou então os documentos ao subprocurador, Jorge Rocha, que também apresentou suspeição.
    PROCESSO
    Na edição de ontem, o DIÁRIO divulgou que Barleta informou que o processo se encontra em mãos do subprocurador Marcos Antônio das Neves, que, junto com Jorge Rocha e Almerindo Leitão, compõem chapa que disputa a elaboração da lista tríplice para formação da nova direção do MP. Além dos três, a procuradora de justiça Graça Azevedo também disputa a eleição no MP, que se realizará nesta sexta-feira, dia 7.
    Neves confirmou não ter lido o processo e justificou a demora com a informação de que ficou internado, para uma cirurgia de apendicite. Disse ao DIÁRIO que não houve tempo hábil para começar a investigação. “Temos muitos processos em andamento, não podemos dar prioridade para A ou B”, disse, acrescentando que só irá priorizar o caso quando retornar de uma licença prêmio.
    Megale admitiu que assinou os cheques, mas disse que nunca desviou nenhum recurso nem se apoderou de nenhum centavo e que, se o Banco do Estado do Pará (Banpará) pagou o valor apenas com uma assinatura, não é culpa sua. “Tenho certeza de que o Ministério Público vai dar resposta a esta causa”, acentuou Megale.
    Megale recebeu solidariedade de deputados da base aliada, entre eles, Márcio Miranda. “Lamento que vossa excelência retire sua candidatura. O que está no MP tenho certeza de que não imputa ao Megale nada de grave”. Além dele, Cilene Couto (PSDB), também denunciada no esquema de corrupção da AL; Júnior Ferrari (PSD); Cássio Andrade (PSB); Nélio Aguiar (PMN); Raimundo Santos (PEN); Tião Miranda (PTB) e Eliel Faustino (PR) apresentaram votos de solidariedade ao líder tucano.
    EM NÚMEROS
    25 cheques assinados por Megale foram alvos de investigação do Ministério Público Estadual.
    Fonte: Diário do Pará
     
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