Abalroado por dois ‘postes’ de Lula (Haddad e Dilma) num par de eleições sequenciais, José Serra tomou chá de sumiço. Ausentou-se até do Twitter, um palanque virtual no qual costumava despejar mensagens em ritmo praticamente diário.
Na última quinta (15), após um silêncio de 21 dias, Serra informou aos mais de 1 milhão de internautas que o acompanham no microblog: “Amigos e seguidores, tirei estas semanas para descansar e viajar. Voltarei a estar aqui mais adiante. Abraço a todos.” E voltou a submergir.
Pouco antes, Serra recebera um político amigo. Disse a ele que está “bem” –física e mentalmente. “Mas a poeira ainda está muito alta”, aditou, como a justificar-se. Espera o pó baixar para “ver as coisas direito.”
A despeito da visão embaçada, Serra revelou uma conclusão e uma deliberação. Concluiu que sua derrota para o petista Fernando Haddad foi provocada pela impopularidade da gestão do aliado Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura.
Sem que o interlocutor perguntasse, contou ter decidido que não deixará os quados do PSDB. Um pedaço do tucanato ruminava a suspeita de que Serra cogitava trocar de legenda. Imaginava-se que pudesse migrar para o PSD de Kassab.
Serra não disse explicitamente, mas ficou subentendido que o movimento de Kassab rumo à canoa de Dilma Rousseff trincou a relação de ambos. Ao informar que ficará no PSDB, Serra não esboçou nenhum plano. O nome do presidenciável tucano Aécio Neves não foi citado na conversa... Está no blog de Josias de Souza, que sempre fez campanha para Serra