Eleições em Fortaleza: PIG, Ferreira Gomes e compra de votos

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  • terça-feira, 6 de novembro de 2012
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  • Por Hebert Lima- hebertlima13.com
    A Executiva Municipal do PT Fortaleza decidiu acertadamente no último dia 1º de novembro que o partido será oposição ao governo de Roberto Cláudio. Não poderia ser outra a decisão uma vez que, nestas eleições, estavam em disputa dois projetos políticos totalmente opostos. Infelizmente o projeto vencedor, ainda que tenhamos o legítimo direito de questionar o resultado final face as inúmeras irregularidades no dia da votação, com explícita compra de votos e um exército de ativistas que literalmente invadiram a cidade, ocupando cada colégio eleitoral, aliciando, coagindo e fazendo boca de urna de forma acintosa e explícita, representa a união dos interesses das camadas médias, pequeno burguesas, com a alta burguesia alencarina, isto é, estes setores uniram-se numa cruzada para derrotar o projeto petista e popular: grandes empresários, banqueiros, proprietários dos meios de comunicação, profissionais liberais, médios empresários, membros das classes média e alta da sociedade representados por seus partidos políticos (da direita ultraconservadora a esquerda oportunista, leia-se do DEM ao PCdoB, passando pelo PSDB e PMDB e outras siglas menores e de aluguel).

    Sem dúvida, foi uma das eleições mais duras e mais difíceis que nosso partido enfrentou nesta cidade, mas que demonstrou, para quem ainda duvidava, a força do Partido dos Trabalhadores que enfrentou não só a máquina administrativa do Governo do Estado, mas todo o seu Aparelho Ideológico, como formulado por Althusser, isto é, instituições da sociedade civil que estão a serviço da ideologia dominante: Igrejas, Escolas, Meios de Comunicação, Judiciário, Partidos, etc. Na realidade, todo o aparelho do Estado em todas as suas dimensões foi acionado nestas eleições com a clara intenção de garantir a vitória do candidato dos Ferreira Gomes, pois vejam:
    Igrejas – nestas eleições vários pastores e líderes religiosos pregaram em seu púpito contra o PT e seu candidato, auxiliado por panfletos apócrifos onde afirmavam que, uma vez eleito, Elmano iria favorecer o aborto e se utilizaria do Hospital da Mulher para práticas abortivas;
    Judiciário – durante todo o processo eleitoral foi clara a diferença nos julgados do TRE principalmente no que diz respeito ao direito de resposta e as denúncias contra práticas ilícitas ou irregulares nas propagandas eleitorais, como o fato de permitir 10 (dez) inserções de 1 (um) minuto para a campanha adversária do PT, quando é sabido que estas inserções, praticamente no último dia de campanha televisiva, tem um efeito muito maior, configurando um vantagem desproporcional que, com certeza, influiu no voto dos até então indecisos. Sem contar que muitos servidores do TRE em alguns locais de votação estavam abordando, juntamente com os policiais militares, no dia da eleição, vários eleitores constrangendo-os por estarem usando camisas com o símbolo do PT, dizendo que a legislação não permitia o uso de camisas, só de adesivos, bandeiras e bonés.
    Meios de Comunicação – A cobertura da mídia foi completamente desfavorável ao Partido dos Trabalhadores, não apenas no que diz respeito a agenda dos candidatos, mas com relação a matérias favoráveis ao Governo do Estado e desfavoráveis a Prefeitura de Fortaleza, sem contar nas relativas ao PT, em especial a cobertura do julgamento do chamado Mensalão. Ainda podemos acrescentar as inserções institucionais do Governo do Estado, especialmente voltadas para divulgar as ações em Fortaleza casada com a propaganda eleitoral do candidato do governador.
    Nosso Partido age corretamente ao questionar o resultado das eleições denunciando os crimes eleitorais cometidos e age mais corretamente ainda quando a Executiva Municipal de Fortaleza decide que o Partido deverá fazer oposição ao próximo prefeito. Mas, é fundamental levar esta discurssão para todo o Partido, para todos os seus filiados, militantes e simpatizantes que participaram desse processo com garra e determinação.
    Cabe, agora, ao Partido dos Trabalhadores convocar uma grande Plenária dos Filiados e Militância para debater a posição do Partido não só com relação ao próximo governo municipal, mas também quanto ao governo estadual. Neste sentido, concordo com a posição do colunista de O Povo, Valdemar Meneses:
    "… ou a agremiação age como uma instância coletiva, tomando posição contra os que querem fazer do PT um partido convencional (onde alguns se achariam no direito de privilegiar projetos pessoais e grupais em detrimento do coletivo), ou deixará de ser uma referência mobilizadora e prestigiada por suas bases tradicionais, perdendo o respeito destas. (Valdemar Menezes, Coluna Concidadania – O Povo, 04/11/12, pg. 12)"
     
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