AVIBRÁS FECHA CONTRATO DE US$ 400 MILHÕES COM A INDONÉSIA

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  • sexta-feira, 23 de novembro de 2012
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  • Astros 2 Mk-6

    Fabricante de São José dos Campos (SP) fornecerá a versão mais avançada do lançador de foguetes de artilharia Astros-2 para batalhões especiais do Exército do país asiático; para cumprir o contrato, empresa abrirá escritório na capital Jacarta

    Por ROBERTO GODOY, no “Estadão”

    “A versão mais avançada do lançador de foguetes de artilharia Astros-2 vai equipar batalhões especializados do Exército da Indonésia. Há duas semanas, em Jacarta, a Avibrás Aeroespacial, de São José dos Campos (SP), assinou o acordo comercial para fornecer pouco mais de US$ 400 milhões - cerca de R$ 800 milhões - em unidades do sistema de armas.

    O contrato é amplo: envolve dois grupos completos do Astros - carretas lançadoras, blindados de comunicações, comando e controle, e viaturas para o radar de coordenação, junto das centrais de meteorologia.

    O tamanho exato do pacote está protegido por cláusula de confidencialidade. No entanto, o número é estimado em 40 veículos. O sigilo protege também as especificações do tipo de munição escolhido. O sistema emprega foguetes com alcance entre 9 e 100 quilômetros. Os modelos maiores, SS-60 e SS-80, podem receber ogivas múltiplas, levando até 70 pequenas granadas, dispersadas sobre o alvo.

    A versão selecionada pelos indonésios é a Mk-6, a mais avançada do portfólio da Avibrás. Ainda não é a "série 2020", definida pelo Exército brasileiro, e que utilizará mísseis de cruzeiro para atingir objetivos a 300 quilômetros, além de foguete guiado com possibilidade variada de configuração. O programa é prioritário no Ministério da Defesa, incluído no “PAC-Equipamentos” pela presidente Dilma Rousseff. Foram liberados R$ 45,3 milhões para a fase inicial. O custo total é de R$ 1,09 bilhão.

    O Astros da Indonésia sairá da fábrica com pesada carga eletrônica. Isso permitirá a futura incorporação da nova munição inteligente que cumpre atualmente as etapas de certificação - é o caso do míssil, por exemplo.

    Para o ministro da Defesa, Celso Amorim, "o negócio mostra a importância de o Brasil dedicar-se ao trabalho com novos protagonistas e parceiros". Para Amorim, "a Indonésia tem grande importância no contexto mundial e já adquiriu aviões Super Tucano da Embraer". A aviação de Jacarta adquiriu 16 turboélices, no arranjo de ataque leve, vigilância eletrônica e apoio à tropa terrestre.

    CONCORRÊNCIA PESADA

    Para cumprir o contrato, a Avibrás vai instalar um escritório técnico na capital indonésia. É o segundo da empresa na região. O primeiro é o de Kuala Lumpur, na Malásia, país onde o Astros faz parte de um comando estratégico desde 2010. A encomenda do exército malaio bateu em R$ 500 milhões.

    "A concorrência na Indonésia foi muito pesada", diz o presidente da empresa, Sami Hassuani. A negociação começou em 2008 e exigiu "agilidade e prova de capacidade técnica o tempo todo". O resultado, entretanto, é bastante bom. Sami estima que os documentos finais serão firmados em, no máximo, 90 dias e as entregas finalizadas em três anos, "mas a convivência com o cliente vai se estender por até 30 anos".

    Esse tempo, no entendimento do mercado de equipamento militar, é o que é dedicado ao aperfeiçoamento tecnológico, encomendas suplementares e, sobretudo, ao atendimento da abertura de novas parcerias. O impacto da encomenda indonésia será grande no polo industrial de São José dos Campos. Na Avibrás, já se sabe, serão criados 300 empregos diretos - e 600 outros na cadeia dos fornecedores, quase todos da região do Vale do Paraíba.

    A assinatura do protocolo inicial foi no dia 8, em Jacarta, pelo diretor da Agência de Aquisições do Ministério da Defesa indonésio, Ediwan Prabowo, e por Sami Hassuani. Dois dias depois, o presidente do país, Susilo Bambang Yudhoyono, viu uma carreta lançadora do Astros, já pintada com as cores do exército local e armada com quatro foguetes SS-80.

    A apresentação, na feira de material de Defesa Indo Defence, implicou operação complexa. A fabricante não tinha um veículo de demonstração. Mandou para a Indonésia uma unidade operacional, de série - um carro de guerra, pronto para o combate.

    O prazo era curto. Um jato cargueiro Boeing 747 foi fretado pela Avibrás para levar toneladas de material por metade do planeta sem risco. Deu certo.”

    FONTE: escrito por Roberto Godoy, no “Estadão”. Transcrito no portal da FAB  (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?page=notimp) [Imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
     
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