ATAQUE AO GUETO DE GAZA E ASSASSINATOS À DISTÂNCIA É ESTRATÉGIA ELEITORAL ISRAELENSE

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  • domingo, 18 de novembro de 2012
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  • “A decisão de Israel atacar a Faixa de Gaza a poucos meses das eleições gerais é vista por setores da esquerda local como possível estratégia para acumular popularidade nas urnas. Políticos e imprensa se questionam se Netanyahu iniciou a operação aérea na tentativa de desviar a atenção da opinião pública de outras questões prementes, como, por exemplo, a economia e a deterioração do estado de bem-estar social em Israel.


    No histórico das últimas sete eleições gerais de Israel, a operação batizada de “Pilar Defensivo” já é a quinta ofensiva militar sobre a Palestina que [sempre] eclode às vésperas do início das eleições. "Em 2009, a apenas dois meses das eleições, o então primeiro-ministro Ehud Olmert decidiu iniciar a operação ‘Chumbo Fundido’, que matou 1400 palestinos”, explica Ahmed Tibi, membro da bancada do Partido da Lista Árabe Unida no parlamento israelense.

    O mesmo ocorreu em 1981, quando Menachem Begin atacou Badgá a apenas meses dos comícios. Simón Peres também estava a alguns meses das eleições durante a operação “Uvas da Ira” no Líbano. E a lista continua. O padrão de atacar antes das eleições é muito frequente em Israel”, comenta Tibi.

    Agora, Netanyahu não terá que responder a perguntas incômodas, como a razão pela qual um quarto dos israelenses vive abaixo da linha de pobreza, ou o porquê de a maioria dos bens de consumo custar o dobro aqui do que na Europa, e mesmo a origem da escassez de moradias a preços acessíveis para jovens. Essa é uma estratégia incrível para ele: ganha um mês sem ter de oferecer explicações”, alegou Tibi.

    Outros políticos de esquerda ou centro, como Shelly Yehimovich, líder do Partido Trabalhista, comentaram à imprensa que essa operação é muito “oportuna” para "incrementar a popularidade de Netanyahu". Até Tzipi Livni, que liderou o partido oposicionista Kadima e se aposentou da política antes das eleições, criticou a decisão de iniciar uma ofensiva contra Gaza.

    O governo israelense defende a ideia de que a operação “Pilar Defensivo” é necessária para garantir a "segurança dos cidadãos do sul" do país.

    [Especialmente, a segurança dos judeus que se fixaram nos territórios da Palestina cada vez mais invadidos e ocupados por Israel. Além disso, Israel impõe bloqueio asfixiante, até de alimentos, aos pequenos trechos que restaram da Palestina, cercados como um gueto, a exemplo de Gaza. São impedidos, até, de receberem ajuda humanitária de outros países, que é interceptada e sequestrada à força pelas Forças Armadas de Israel. O poderosíssimo lobby judeu nos EUA, talvez o maior poder financeiro, econômico, industrial-militar e, especialmente, político daquele país, impõe o automático respaldo norte-americano a todas essas atrocidades. Inclusive, os EUA, formal e explicitamente, doam todos os anos cerca de US$ 3 bilhões para fortalecer, ainda mais, as já moderníssimas e poderosas forças militares israelenses, dotadas até de armamentos nucleares].

    Não, definitivamente não. A proximidade das eleições é meramente uma coincidência” disse ao “Opera Mundi” Mark Regev, porta-voz do gabinete de Netanyahu. “Esta é uma operação rápida. Não queremos que se prolongue por muito tempo. O objetivo é debilitar o Hamas para alcançar uma calma relativa para a população [invasora] do sul”.

    Einat Wilf, parlamentar do Partido Independência, que é liderado pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, concorda com Regev e assegura que esta operação foi iniciada principalmente devido à oportunidade que surgiu para "acabar com a vida" [assassinar] de Ahmed Jabari, o chefe do braço militar do [governo palestino] Hamas [não aceitam, contudo, o direito recíproco de os palestinos atacarem Israel e assassinarem o chefe do braço militar israelense].“Houve uma oportunidade para eliminar Jabari e, assim, dar um golpe, se não fatal, ao menos forte na estrutura militar do [governo] Hamas em Gaza”, comenta Wilf.

    Mas as coincidências com outras operações militares israelenses antes das eleições são muitas. Em 2002, Israel iniciou uma ofensiva contra a Cisjordânia para responder aos atentados terroristas em seu território justamente meses antes de Sharon ser reeleito pelo Likud. Nessa mesma época, argumentou-se que seria necessário proteger cidadãos israelenses da “Segunda Intifada”. Em 2006, foi lançada outra operação em Gaza, logo após o Hamas conseguir o controle da Faixa de Gaza. Isso fez com que Ehud Olmert fosse reeleito pelo partido Kadima, que Ariel Sharon havia fundado pouco tempo antes.

    ONU

    O porta-voz da ONU, Martin Nesirky, anunciou que o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, viajará ao Oriente Médio. O anúncio da visita foi feito à imprensa na sexta-feira (16) e não revelou as datas da viagem nem os lugares aos quais Ban irá. Segundo o porta-voz, o secretário-geral continua os contatos com líderes internacionais e regionais para pedir calma e contenção.

    A atual espiral de violência em Israel e Gaza aumentou na última quarta-feira (14) depois que a força aérea israelense matou, em um ataque aéreo "seletivo" [i.é., mata crianças e mulheres apenas colateralmente], o líder do braço armado do Hamas, Ahmad Jaabari, e anunciou que se tratava do início de uma operação militar mais ampla.

    Desde então, "milicianos do Hamas" [nome pejorativo dado aos patriotas palestinos que tentam resistir, até com pedras, às invasões e ataques] lançaram mais de 500 projéteis [foguetes simples, artesanais, imprecisos, de pequeno alcance, relativamente inofensivos. A Palestina é proibida de ter Forças Armadas para se defender das invasões e ataques das discrepantemente poderosas Forças Armadas de Israel] contra o território israelense [isto é, a maior parte lançada contra o próprio território que era da Palestina, mas foi invadido e ocupado por Israel], em um confronto que já tirou a vida de 20 palestinos, mais da metade deles civis, e de outros três civis israelenses.”

    FONTE: da agência espanhola de notícias EFE, com informações de “Opera Mundi” e “Terra”. Transcrito no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=199040&id_secao=9). [Imagens do google e trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política']
     
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