Depois de Bocalom e Marcus Alexandre, não se fala mais nada nas rodas políticas a não ser a cabeça raspada dos auxiliares do prefeito Raimundo Pinheiro, o Dindin (PSDB), presos com a boca na botija –e a mão no dinheiro. Eles foram presos em flagrante com R$ 21 mil que, segundo a polícia, teriam sido desviados dos cofres da prefeitura de Feijó.
Ao serem colocados no xilindró tiveram as cabeças raspadas pelos agentes penitenciários. O caso causou revolta e indignação diante desta tão gravíssima violação dos direitos humanos. Na minha irônica opinião, seria o caso de chamar a ONU e a Organização dos Estados Americanos parta apurar essa violação.
Todos os dias dezenas de pobres dão entrada nos presídios do Acre e passam por humilhações bem piores. Lá dentro são violentados e submetidos a verdadeiras violações aos direitos humanos. Como diz o deputado comunista Moisés Diniz, quando prendem um bacana a coisa é diferente.
Não estou defendendo a ação dos agentes ou dizendo que os acusados mereciam ficar com a cabeça pelada. Mas estão querendo usar este fato para esconder outro. Eles foram presos por um crime grave, desvio de dinheiro, e com as provas em poder da polícia. Dinheiro público surrupiado da prefeitura de um dos municípios mais pobres do Estado –se é que há algum mais rico que o outro.
Houve um crime, a prisão foi em flagrante. A prova existe. Não é porque tiveram as cabeças raspadas que iremos colocar panos quentes numa falcatrua maior. Enquanto eles estão sem cabelo –mas que breve vai crescer – muitos pobres em Feijó não têm um real para comprar um xampu –aliás, não dispõem de água encanada, rede de esgoto, asfalto...
Sabem por quê? O dinheiro foi desviado.