Ele sabe pedir voto

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  • domingo, 8 de julho de 2012
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  • Na manhã de sábado pulei da cama cedo para ver o primeiro dia de campanha do tucano Tião Bocalom, o líder das pesquisas de intenção de voto em Rio Branco e vencedor da Eleição 2010 aqui na capital. Queria presenciar o comportamento dele como candidato e a receptividade do povo em mais uma vez receber o postulante.

    No dia anterior o petista Marcus Alexandre tinha andado pela mesma região que andou Bocalom: a parte efervescente do centro onde está o maior fluxo de populares, pessoas sem vínculos partidários, muitas das vezes alheias ao que está acontecendo na política. O termômetro da cidade, onde todas as classes e bairros se encontram.

    Não tive a oportunidade de acompanhar a caminhada de Marcus Alexandre e seu vice Márcio Batista (PCdoB). Portanto, aqui não cabe uma comparação entre Alexandre e Bocalom neste pontapé da campanha. Seria uma injustiça de minha parte. Mas o pouco do que vi de Alexandre como candidato a prefeito no que tange a carisma político ele fica muito atrás de Bocalom.

    O petista é um ótimo técnico. Conhece Rio Branco como a palma das mãos. Tem todos os números da cidade na ponta da língua. Mas na política só isso não basta. É preciso o contato com o eleitor, o sorriso, a simpatia, o aperto de mão, uma conversa simples e um abraço de despedida. Isso Bocalom tem de sobra.

    Nos poucos minutos que acompanhei Bocalom pelo Camelódromo percebi a quebra de qualquer barreira entre ele e os pequenos comerciantes da área. Pessoas donas do próprio negócio e que não precisam de PT ou PSDB para viver sobrevivendo. Bocalom olha o eleitor nos olhos, dar um abraço apertado e alongado, pergunta como está a vida do cidadão.

    Bocalom pode não ter a máquina do Estado a seu favor, mas absorve todo o sentimento de mudança de que o eleitor deseja na vida política do Estado. Ele capta a linguagem do povão e consegue falar de igual para igual. Na política não basta ser um burocrata, o carisma faz toda a diferença.

    Essas duas virtudes o PT reúne muito bem com Tião e Jorge Viana. Porém eles não foram capazes de transferi-las para o seu novo pupilo petista. O governo Tião Viana tem um bom índice de aprovação e aceitação, mas isto não é repassado para o plano eleitoral.

    Marcus Alexandre ainda tem tempo de mudar seu jeito desengonçado e “caipirão” para ver se daqui até o dia sete de outubro cai nas graças do povo. Se assim não for, o discurso do novo não encontrará eco no eleitorado e o velho Bocalom acabará saindo como o novo. 
     
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