Ele não merece seu voto

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  • terça-feira, 17 de julho de 2012
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  • “Eu tenho lado”, diz deputado que deixou oposição. “Deus nos deu uma saída”, afirma após declarar que matinha candidatura até Jesus voltar 





    Este na foto acima é o deputado estadual agora pelo Partido Ecológico Nacional (PEN) e árduo defensor do governo de Tião Viana (PT), Jamyl Asfury. Em 2010 ele foi eleito com 4.672 votos pelo Democratas, um dos adversários mais ferrenhos ao petismo. Ele, por sinal, foi eleito com o duro discurso de oposição ao PT. Como chegou a declarar ao jornalista Ray Melo certa vez, “que seria mais fácil ir para o inferno que aderir à Frente Popular”.

    Agora, da noite para o dia tudo mudou. De repente ele descobriu que o grupo do qual ele fazia parte até a noite de domingo é formado por um bando de malucos, o pior tipo de gente possível. Usando uma boa expressão bíblica (livro que ele adora citar), mudou da água para o vinho – no caso do PEN da água para a cachaça 51.

    Políticos como Jamyl Asfury são figuras recorrentes na política acreana. Fazer parte da oposição não é uma boa estratégia neste mundo do troca-troca. Não se tem direito a participar das jogadas, não indica cargos, não tem o apoio do governo na eleição. Tudo é mais difícil. Para o ex-líder do Democratas, este tempo acabou, “pois o melhor de Deus está por vir”.

    Jamyl Asfury agora é situação e afirma que pode voltar a ser oposição quando o PSDB um dia assumir o poder. Ele alega ambiente insustentável para permanecer na oposição. Deixou bem claro que tucanos foram a Brasília intermediar pela “rasteira” em sua pré-candidatura à Prefeitura de Rio Branco.

    Rasteira por rasteira ele agora integra o grupo que passou a perna na pré-candidatura de Perpétua Almeida (PCdoB) e enfiou goela abaixo o petista Marcus Alexandre –para quem o “demo” promete empenho para assegurar a vitória e a derrota de Tião Bocalom. 

    Para a nossa alegria Jamyl nos dá a garantia que mudou de lado, não de ideologia. Ufa! “O deputado Jamyl Asfury tem palavra”, proclama-se ele. “São águas passadas”, diz sobre o momento turbulento pós-rasteira à tucana. “Eu tenho lado”, reafirma. “A minha postura branda, a minha postura ética e de respeitar as pessoas vai continuar. Isso não foi entendido na oposição, mas acredito que será entendido na situação.”

    “Eu não tinha como fazer outra coisa senão esta que estou fazendo agora”, diz o perseguido pelo PSDB, como ele afirma. “Deus nos deu uma saída”, comemora sobre o surgimento do PEN. Ele mesmo afirmou em março que seria candidato a prefeito “até Jesus voltar”. Jesus não voltou, ele levou um tombo e agora tem um lugar no paraíso –melhor, no Palácio Rio Branco.
     
     
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