O esquerdista Ollanta Humala completa um ano à frente da presidência do Peru. Um ano que passou voando. Parece que foi ontem a apertada eleição de Humala sobre Keiko Fujimori, a filha do tirano Alberto Fujimori. A vitória de Humala no Peru representou a vitória do novo da esquerda sobre o velho conservadorismo enraizado na sociedade peruana.
Para Humala vencer as arcaicas oligarquias peruanas embasadas sobre a exploração das ainda restantes jazidas de minério nos Andes e a riqueza do petróleo e do gás na Amazônia, ele precisou se comprometer a não colocar em risco o status quo da burguesia e das multinacionais que lucram bilhões de dólares no país.
Temia-se que Humala seria mais um discípulo bolivariano de Hugo Chávez, seguindo os exemplos de Rafael Correa no Equador, Evo Morales na Bolívia e Cristina Kirchner na Argentina. (Por mais que ele esteja geograficamente cercado pelos seguidores de Chávez, o Peru está ileso).
O esquerdista ganhou no segundo turno com a promessa de seguir o exemplo do Lulinha paz e amor do Brasil. Aliás, os marqueteiros de Lula fizeram a campanha de Humala.
Ele mantém o discurso da esquerda, do governo para os mais pobres, mas sem deixar de rezar a cartilha do capitalismo. Está sobrevivendo em um ano. “O Peru vai bem, estamos resolvendo os problemas, em um ano não é de se esperar que resolvamos todos, não sou mago, e acredito que as coisas estão indo bem”, disse ele durante as celebrações dos 191 anos da Independência do Peru, comemorados no sábado, 28 de junho.
Boa sorte a Humala nos próximos anos de presidência. Que continue sem fazer as magias de Chávez e companhia nos países vizinhos –com políticas populistas que mergulham suas nações ainda mais na miséria. Que de forma racional possa conciliar o desenvolvimento econômico com o social, garantindo a distribuição de renda aos mais pobres e assegurando a estabilidade do Peru para atrair investimentos.