José Dirceu e Fábio Barbosa (247) |
Sob o inocente título "Veja surpreende e abre espaço para 'a defesa dos réus'", o 247 coloca lado a lado fotos de Dirceu e do executivo que preside a Abril, Fábio Barbosa, em tamanho desproporcional ao enxuto texto de três parágrafos e 131 palavras, que reproduzo a seguir:
Em sua edição deste fim de semana, a revista Veja traz uma surpresa aos seus leitores. Trata-se da seção “A defesa dos réus”, que, nesta semana, apresenta os argumentos de José Dirceu, apontado pela procuradoria-geral da República como “chefe da quadrilha”.
Tida por muitos críticos como unilateral, partidária e implacável com seus adversários políticos, Veja decidiu ouvir o “outro lado”. Segundo o diretor de Redação Eurípedes Alcântara, a seção tem a “finalidade de familiarizar o leitor com a linguagem e os conceitos que serão usados no STF durante o julgamento e de dar voz aos réus”.
Um mês atrás, o presidente da Editora Abril, Fábio Barbosa, teve um encontro secreto com José Dirceu. Tratou-se, ali, da não convocação de Roberto Civita e do jornalista Policarpo Júnior pela CPI do caso Cachoeira.
É incrível o poder que as pessoas atribuem a José Dirceu, como se ele comandasse uma legião de marionetes no PT, no governo e agora também na CPI do Cachoeira. Isso seria apenas risível, divertido ou patético, caso não tivesse o objetivo de mais uma vez colocar o ex-ministro como o conspirador mor da República e que, portanto, e isso fica nas entrelinhas, deve ser defenestrado da vida pública.
Se Civita fosse convocado agora, iria falar sobre o quê? As 200 ligações trocadas pela dupla Policarpo e Cachoeira? Sobre isso iria falar o mesmo que eu ou você (se é que falaria algo), e poderia até citar Zeca Pagodinho, em Caviar: - Nunca vi, nem comi / Eu só ouço falar. Idem o Policarpo.
Só quero ver a reação desse pessoal quando José Dirceu for absolvido pelo STF no processo do mensalão.