A Cidade do Povo é a cidade na qual todo rio-branquense sempre sonhou morar; tem asfalto, iluminação pública (não precisaremos fazer gato), posto de saúde funcionando de domingo a domingo, água na torneira e esgoto recolhido e tratado, ônibus passando na porta da casa e policiamento 24 horas. Quem não quer morar numa cidade perfeita dessa?
Enquanto isso, do lado de fora, nós continuaremos com nossa realidade: lama e poeira, os avisos semanais do extinto Saerb de falta d’’água, as lâmpadas nos postes quebradas, esgoto escorrendo pela rua e estaremos plantados num ponto de ônibus caindo aos pedaços. O sonho de todo morador de Rio Branco será obter uma casa dentro do paraíso –a Cidade do Povo.
Sabemos que temos um problema sério na habitação. Temos milhares de famílias vivendo em áreas de risco e alagadiças. Todo inverno amazônico é a mesma coisa. O rio Acre sobe e desabriga milhares de famílias. Este é um caos que nunca vai acabar pois o Taquari, o Ayrton Sena, o Quinze, o Cidade Nova, a Seis de Agosto não serão eliminados do mapa.
O R$ 1 bilhão a ser gasto no Cidade do Povo poderia ter mais eficácia se aplicado na construção de grandes conjuntos habitacionais como acontece em qualquer outra cidade do mundo, sem ser preciso criar uma cidade dentro da outra. Este investimento seria mais econômico e sobraria dinheiro para a solução dos probleminhas básicos de quem não morará na Cidade do Povo.
Mas como todo bom político, Tião Viana quer deixar sua marca como governador do Acre. A Cidade do Povo será a principal dela. Torço para que ela dê certo e de fato minimize nosso grave entrave na área habitacional, tirando os mais pobres da miséria e oferecendo a eles qualidade de vida. Se a solução é a Cidade do Povo, que renda frutos sociais –e não somente eleitorais.