Porto Alegre sem Minizoo e sem educação ambiental

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  • segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
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  • Algumas das minhas melhores lembranças da infância estão ligadas a alegria de visitar o Minizoo localizado no Parque Farroupilha, em Porto Alegre. Era um momento mágico, onde era possível admirar o pavão, conhecer um pouco dos hábitos dos animais que ali estavam. Fatores fundamentais para a minha formação, para que eu aprendesse um pouco mais sobre o respeito aos animais. Certamente, foi assim também com gerações de porto-alegrenses. Ainda nos dias de hoje, o espaço servia para que escolas desenvolvessem conteúdos ligados à educação ambiental.


    Sim. Servia, pois não serve mais.

    A decisão de fechar o Minizoo Palmira Gobbi e transferir os animais para outra cidade demonstrou a incapacidade da prefeitura de Fortunati de gerar um espaço lúdico que promovesse o bem-estar animal e, ao mesmo tempo, proporcionasse a educação ambiental. Afinal, sabemos que a convivência direta de crianças e de adultos com os animais contribui para o desenvolvimento de uma consciência de proteção. O prefeito que criou uma secretaria especial e apresentou um programa de TV sobre o tema, parece que não entendeu isso.

    Óbvio que não há quem defenda a continuidade do espaço do Minizoo como ele se encontrava. A prefeitura mantinha o espaço de maneira inadequada. Sujo, sem preservação, sem proteção aos animais. Porém, o simples fechamento do espaço não resolve o problema. Ao contrário, pode prejudicar na medida em que priva a população da convivência com diversas espécies que ali se encontravam. Não há outro local em Porto Alegre que proporcione essa convivência e seja possível promover a educação ambiental.

    Certamente, o fechamento não se deu por falta de alternativas. A transferência dos animais para outro espaço na cidade mais adequado para recebê-los poderia ser uma solução. Utilizar modelos desenvolvidos em outras cidades poderia ajudar. Inspirar-se em projetos privados mantidos por protetores dos animais também seria uma alternativa. Nada disso foi tentado. Fortunati poderia ter inovado, mas buscou uma solução simplória e econômica.

    Não acredito que a decisão de fechar o espaço foi única e exclusivamente para proteger os animais. Até porque não se protege os animais tirando das crianças a oportunidade de conhecerem as espécies, suas características e seus hábitos. Também não se promove o bem-estar animal acabando com o histórico Minizoo e permitindo maus-tratos a cavalos, pôneis e outros animais em eventos como o Acampamento Farroupilha. Muito menos se cuida deles sem projeto que leve as famílias que dependem das carroças movidas por tração animal para sobreviverem a encontrar alternativas de geração de renda.

    Agora, uma coisa é verdade. Para justificar o fim do Minizoo, pode-se utilizar o discurso do bem-estar animal de maneira demagógica. Sem apresentar um único projeto de conscientização social sobre a importância do respeito ao meio ambiente e aos direitos dos animais.
     
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