118 mil mortos depois e sem encontrar armas de destruição em massa, norte-americanos sairão do Iraque

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  • quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
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  • A segunda invasão norte-americana no Iraque ocorreu meses após os atentados de 11 de setembro no World Trade Center. O então presidente Bush filho alegava que Saddam Husseim escondia armas de destruição em massa capazes de afetar toda a humanidade. Aproximadamente 10 anos depois, 118 mortos depois, entre civis iraquianos e soldados do império, sem achar nenhuma arma de destruição em massa, com a sociedade iraquiana destroçada, Obama anunciou que os Estados Unidos da América finalmente deixarão o país. A presença norte-americana era tão nociva que centenas de milhares de pessoas saíram às ruas por todo o Iraque para comemorar. Avanço? Benfeitoria?

    Não. A retirada das forças norte-americanas do Iraque é tardia e tem como principal objetivo fazer com que Barack Husseim – primeiros nomes do presidente – recupere sua popularidade com vista às eleições de 2012. Nem mesmo os norte-americanos mais comuns, acostumados com uma sociedade onde uma em cada três pessoas possuem arma de fogo e sempre propensos a apoiar a invasão de algum país em nome do “American Way Of Life”, defendiam a continuidade das tropas no Iraque. Possivelmente não por respeitar a soberania de outro povo, mas porque mais de quatro mil soldados morreram em solo iraquiano e a permanência do aparato militar foi longa demais, afastando os bravos heróis do solo pátrio.

    No anúncio, Obama não citou os horrores cometidos contra civis iraquianos pelos militares na prisão de Abu Ghraib. Também não comentou a manipulação de dados que levou parcela do mundo a acreditar na existência das tais armas de destruição em massa. Nem lamentou a morte do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Melo que comandava a missão de paz da ONU naquele país. Muito menos apontou caminhos para a reestruturação de uma nação que teve sua economia, suas instituições políticas e sua cultura destruídas durante a invasão.

    O imperador norte-americano apenas repetiu a frase dita anos atrás de maneira precipitada pelo se antecessor Bush Filho: “A guerra terminou”. Deixou de lado seus discursos de campanha que condenavam a invasão e os altos gastos dos EUA para garantir a sobrevivência da indústria da guerra e afirmou que “o exército norte-americano é a maior força de combate já conhecida”.

    Embora tenha prometido o contrário, o democrata Obama deu continuidade a política intervencionista do conservador Bush filho. Sai do Iraque, mas continua no Afeganistão. Guantánamo continua aberta e seus presos, muitos inocentes, sem direto a julgamento. Nem pelas leis dos EUA, muito menos pelas leis internacionais. As bases militares continuam a se espalhar pelo mundo. A palavra democracia serviu para apoiar os ataques ao povo Líbio e os mercenários sanguinários que humilharam Kadhafi mesmo após a morte. Porém, não serviu para repreender os ataques israelenses ao povo palestino e para restabelecer o estado democrático de direito na Síria. Também não serviu para garantir eleições livres no Egito.

    De volta ao Iraque, saem os soldados. Ficam as multinacionais que usurpam do povo iraquiano milhares de barris de petróleo e o direito de se reerguer enquanto nação. Em breve, mesmo em meio a uma crise sem precedentes e uma mudança significativa na geopolítica mundial que permitiu o reconhecimento pleno da Palestina pela Unesco, o império inventará novos inimigos. Sempre no intuito de restabelecer a sua democracia, impulsionar a indústria bélica e abrir caminhos para multinacionais roubarem das nações as suas riquezas e abrir novos mercados consumidores. Assim é e sempre foi o império capitalista.
     
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