Anúncio de Dilma premiou aqueles que acreditaram na viabilidade do metrô

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  • domingo, 16 de outubro de 2011
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  • O Palácio Piratini ficou pequeno na sexta-feira, 14/10, para ouvir o governador Tarso e a presidenta Dilma anunciarem a construção do metrô de Porto Alegre. Centenas de pessoas ouviram da presidenta a liberação de R$ 1 bilhão para a obra que mudará a mobilidade urbana na capital dos gaúchos. Outros R$ 600 milhões virão de empréstimo da Caixa Econômica Federal. Dilma também prometeu voltar em breve à Porto Alegre para anunciar o início das obras da segunda ponde do Guaíba, cujas negociações já estão em curso e deverão ser concluídas nos próximos meses.

    O metrô de Porto Alegre começou a ser planejado quando o PT ainda era governo na capital. No final dos anos 1990, grupo de trabalho composto pela gestão da Administração Popular na prefeitura e por especialistas da Ufrgs começaram a estudar o tema e sua viabilidade. O trajeto inicial previa a ligação entre a região leste, o centro e a zona norte. O metrô sairia do bairro Agronomia, passando pelo Partenon até chegar ao Centro, onde, além de se integrar ao Trensurb, seguiria para a zona norte via Farrapos e Assis Brasil.


    Fogaça apostou nos Portais da Cidade e abandonou o metrô

    Durante a primeira gestão de Fogaça na prefeitura de Porto Alegre, o projeto foi abandonado. Luiz Afonso Senna, secretário de mobilidade urbana e presidente da EPTC e o prefeito Fogaça diziam que o projeto do metrô era impossível e apostaram no projeto chamado “Portais da Cidade”. Os portais consistiam na construção de três estações de baldeação rodoviária (terminais Cairú, Azenha e Largo Zumbi dos Palmares) onde a população, vinda dos bairros, desceria de um ônibus e embarcaria em outro para acessar o centro da cidade.

    Na campanha eleitoral de 2008, Fogaça, tendo o atual prefeito José Fortunati como vice, reafirmou sua contrariedade ao metrô e sua aposta nos “Portais da Cidade”. A proposta do metrô era defendida com ênfase pela candidata Maria do Rosário (PT). Manuela D’Avila (PCdoB), também candidata, passou a defender a mesma idéia.


    A retomada do projeto

    O anúncio de Porto Alegre como uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014 fez com que o projeto do metrô voltasse à tona. Uma das exigências para a realização de jogos do mundial na cidade era da promoção de uma estrutura de mobilidade urbana adequada para o evento.

    Maria do Rosário - segunda colocada na eleição municipal de 2008 e deputada federal - propôs emenda parlamentar que previa recursos para o início do projeto. A luta passou a ser de toda a bancada federal gaúcha, mas ainda encontrava resistências na gestão Fogaça-Fortunati na prefeitura de Porto Alegre. A administração municipal era lenta, não participava de reuniões que buscavam articular o projeto, continuava apostando no sistema de baldeação rodoviária e acabou contribuindo para inviabilizar as negociações para que o metrô ficasse pronto até a Copa.


    Novo projeto e união de esforços garantiram a obra

    Com a vitória de Tarso - ainda no primeiro turno - na eleição estadual e de Dilma em nível federal, as articulações se fortaleceram. Um novo projeto, prevendo o trajeto entre a Assis Brasil e o Centro, onde haveria a interligação com a estação do Trensurb foi apresentado e ganhou o aval federal.

    No entanto, um novo entrave colocou a obra em risco. O valor do projeto estava acima dos recursos destinados para o metrô. Para garantir a viabilidade do projeto, imediatamente o governador Tarso Genro entrou em campo. O prefeito José Fortunati, que assumiu a prefeitura com a renúncia de Fogaça para concorrer ao governo estadual, já havia abandonado o projeto “Portais da Cidade” e se rendido à necessidade de construção do metrô. Em conjunto, governo estadual e prefeitura anunciaram a contratação de empréstimo para garantir os recursos que faltariam para viabilizar a obra.


    Sonho transformado em realidade

    O anúncio da presidenta Dilma transformou um sonho, uma luta de muitos anos em realidade. O metrô de Porto Alegre será construído. A lentidão e falta de articulação das últimas duas gestões na prefeitura da capital atrasaram sua execução e ele não ficará pronto até a Copa. Mas será construído e a previsão de sua inauguração é 2017. Uma conquista para todos os gaúchos e uma demonstração de que a unidade demonstrada por parlamentares, gestores e pela população neste último período foi fundamental para transformar o sonho em realidade.
     
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