O Brasil está se tornando um protagonista cada vez mais importante no sistema internacional. É visto hoje como uma vigorosa economia industrial, uma sociedade que se esforça para reduzir a desigualdade e retirar milhões de pessoas das zonas indignas da pobreza extrema, e que está conseguindo avançar nesta direção sem retroceder em termos políticos. Como um país que ensaia passos mais audaciosos, seja no âmbito comercial, seja em termos de política externa.Para examinar e discutir essa nova situação, o Instituto Joaquim Nabuco de Governo e Diplomacia, patrocinado pela Brazilian Endowment for the Arts, realizou nos dias 12 e 13 de setembro, na sede do Institute of International and Public Affairs, Columbia University, o Simpósio Internacional "O Novo Brasil no cenário mundial".Do evento participaram especialistas brasileiros e norte-americanos, que procuraram analisar alguns dos mais importantes aspectos da nova situação internacional e avaliar o lugar que nela ocupa o Brasil. Foram eles: o Cônsul-Geral do Brasil em New York, Luiz Felipe de Seixas Corrêa, o professorThomas Trebat, diretor executivo do Institute of Latin American Studies/Center for Brazilian Studies, Columbia University, o economista Aristides Monteiro Neto, Assessor-Chefe de Planejamento e Articulação Institucional do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-IPEA, o historiador Marshall Eakin, da Vanderbilt University e ex-Diretor Executivo da Brazilian Studies Association-BRASA, o historiador Humberto França, da Fundação Joaquim Nabuco, o economista Fernando Freire, presidente da Fundação Joaquim Nabuco, e o Ministro-Conselheiro da Missão do Brasil junto à ONU, Maurício Carvalho Lyrio.Em minha intervenção, no segundo dia do evento, procurei salientar o papel que o Brasil pode ter no terreno da integração regional. O país pode se tornar um player comercial destacado, explorando por exemplo as relações que mantém com a China e incrementando seu próprio papel como construtor do bloco BRICS. Sua política externa poderá auxiliá-lo sobremaneira, especialmente se preservar e atualizar os valores de respeito à autodeterminação e à soberania dos povos que ocupam lugar de destaque nas tradições de independência do Itamaraty. Mas também é razoável supor que boa parte de seu sucesso futuro dependerá da capacidade que tiver de praticar políticas de integração regional que se ponham num patamar mais amplo do que o intercâmbio comercial, ou seja, que aproximem de fato povos, regiões, sociedades e culturas e se sintonizem com as particularidades dos diferentes países.A intervenção pode ser assistida acima. Começa exatamente no ponto 01:00, logo após a apresentação musical.O simpósio foi encerrado por Domício Coutinho, Presidente do Instituto Nabuco e da Brazilian Endowment for the Arts, que recordou que em 2010, a BEA reuniu em Nova York um grupo de professores, diplomatas e pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos, que realizaram um simpósio de idêntica relevância. Naquela ocasião, fundou-se o Instituto Joaquim Nabuco de Governo e Diplomacia, com dois objetivos precípuos: (a) fortalecer e ampliar a democracia vigente, apoiando-a na dignidade do Homem e em governos do povo, pelo povo e para o povo; (b) contribuir para que prevaleça sempre mais no plano internacional e nos distintos planos nacionais o diálogo, a diplomacia e os esforços em prol da paz. Desde então, o Instituto Nabuco tem procurado colaborar para que os estudos de acadêmicos e cientistas brasileiros sejam mais bem conhecidos nos Estados Unidos, em correspondência com os espaços alcançados pelo Brasil no cenário global. O segundo Simpósio Internacional inseriu-se neste contexto e seu sucesso, expressado pela alta qualidade das conferências apresentadas, indica que o Instituto Nabuco está no caminho certo.
Simpósio em Nova York analisa o Brasil no mundo
Posted on sábado, 24 de setembro de 2011 by Editor in