O Jornal “O Globo” de hoje traz matéria sobre o chamado “ humor sem limites”.
Claro que como toda linha editorial, ouve quem lhe interessa para direcionar a matéria aonde quer.
Rafinha Bastos e Danilo Gentilli, pivôs de casos recentes de “mau humor” , recusaram-se à entrevista. No que penso, fizeram muito bem.
Já postei anteriormente, duas vezes, posicionando-me sobre o assunto. Soube até por fofoqueiros de plantão que o jovem e amado Adnet teria ficado magoado comigo. Se verdade, isso passa. Ele é o vitorioso. Eu, já sênior, morro logo e ele vai viver muito ainda, graças a Deus.
Mas , tirante a análise econômica e marxista que fiz sobre o surgimento deste novo humor, a questão é muito simples:
Os EEUU , sociedade sabidamente doente e pervertida, é hoje origem e berço embalado do humor de insultos e ofensas. As pessoas lá, como diz o próprio “O Globo” riem um riso culpado com esse tipo de humor.
Nossa sociedade tupiniquim pode ter seus desvios e mazelas, mas ainda não chegamos ao nível doentio e malfadado da sociedade americana. Com um pouquinho mais de esforço chegaremos lá. O PIG; o assassino de Realengo; malafaias e bolsonaros que o digam.
Chegaremos.
Não precisa de análise para entender o “novo mau humor” brasileiro: se os EEUU ditam nossas roupas; nosso fast food; nossa língua; nossa medicina; nossas academias; nossa ética política – nossos lobbys ; nossa farmacologia; porque não ditariam também o nosso humor?
O Brasil de Oswald e da Semana de 22 começou a ser desconstruído durante a Ditadura, com o triste acordo MEC-USAID. Complementa-se com a economia neo-liberal.
A Mãe Pátria violada em 64 continua parindo os frutos deste estupro.
Portanto, não sou otimista em relação ao futuro do humor brasileiro. Veremos de agora em diante muito humor insultuoso e ofensivo, agradando sobretudo a classe média, neurótica, imprensada, entre classes e desejos de consumo e destruição.
Nos EEUU também existem pessoas, grupos e sociedades contra esse tipo de “mau humor”. O capitalismo se alimenta dos dois lados, como de costume.
Em próximo post pretendo expor como as piadas – hoje consideradas cafonice – fizeram parte das nossas lutas de independência e libertação.