SOLIDÃO

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  • sábado, 26 de março de 2011
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    Sócrates introduziu a pedagogia pública.
    Ele procurava ensinar aos homens que havia a possibilidade do conhecimento porisso tornou-se uma ameaça à democracia de Atenas, aliás, a democracia ateniense fora criada para que se pudesse sustentar a geriatria da própria Atenas.
    Sócrates deixou ao homem o saber de sua solidão.
    Ele queria o saber a serviço da igualdade, e esta igualdade tornou-se um relicário de poucos e a grande arma dos dominadores.
    Revelou-se assim, o perigo do saber em relação às posições políticas.
    Platão não queria perder o sentido da missão do mestre.
    Sobre o saber diz Platão:
    - Àqueles, os que governam não podem ser amantes do poder, porque serão sempre rivais.
    Tanto Platão ou Aristóteles não conseguiram seus lugares pretendidos entre os que governam, em suas trajetórias encontraram somente a solidão do exílio.
    Os Romanos confundiram o saber com a política e a retórica. Trouxeram mais realidade a política.
    Esta realidade trouxe solidão a existência humana, sob a pretensa forma de atitudes cívicas que serve até hoje de modelo universal de pensamentos e condutas.
    O cristianismo aumentou a distância do povo ao conhecimento, com o sacerdócio, o claustro, a apologia da verdade revelada aos que tem fé, a procura da graça alcançada em vez do trabalho, a divisão social, a mercantilização do saber.
    Os humanistas tentaram promover o divórcio da razão e da fé, mas abraçaram os poderosos da corte, vendendo-se por status, posições e moedas.
    O renascimento trouxera os gênios livres culturais, mas foi submetido aos ditames do mecenato, disfarçando suas criações subversivas sob o manto da cultura, e escapando da inquisição dissimulando seu desinteresse pelas coisas mundanas.
    O iluminismo introduziria os conceitos da tomada indireta do poder, o agir no anonimato político, suas políticas era serem apolíticos.
    O romantismo introduz os pensadores contrários ao poder, aproxima-se do povo, e passa a lutar pela liberade dos oprimidos, é a vingança do conhecimento contra o poder, com suas próprias armas.
    Os intelectuais do século 18 achavam que o erudito era o exercício da supremacia do progresso da humanidade.
    Deveriam, porisso entrar nas massas e provocar suas vontades, o saber já não é um dom é uma perspectiva que qualquer um pode alcançar, e lutar.
    Os primórdios culturais brasileiros são os jesuítas, mas escravisaram e destruiram as culturas indígenas em suas reduções.
    Após suas expulsôes criou se no Brasil uma aristocracia intelectual política que perdura até os dias de hoje.
    Em 1930 ela é institucionalizada, o saber é para as elites, e classes dominantes.
    Nesse percurso de 1964 a 1985, essa maioria de elites culturais se viram contra a ditadura e se engajam na luta pelo prestígio e posição.
    Suas missões intelectuais cedem lugar ao político profissional.
    Nesta luta desvairada os intelectuais brasileiros na busca de posições, cargos e privilégios culpam os governos passados pelos insucessos nacionais.
    Acusam Cabral, o s portugueses, o império pelas mazelas do povo.
    São servilistas do poder flexibilizando supostas moralidades completamente fora dos padrões de uma ética intelectual, para prevaricar e fazer do "lobby" e da corrupção seus andores.
    O povo está solitário, vive na condição de exilado.
    Sartre num momento mágico diz:
    -Solitário é o intelectual que tem a ilusão da autonomia.(Sartre)Essa autonomia é sua propria solidão, que alimenta suas vaidades.
    IGNORANTES SÃO AQUELES QUE NÃO LHES RETIRAM A SOBERBA E LHES DERRUBAM O ANDOR.
    A POBREZA DO POVO BRASILEIRO ESTÁ NA SOLIDÃO DO SABER.
    VSR
    BOM DIA
     
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