Serra saiu do armário em Minas e prometeu desmontar o legado de Lula.

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  • terça-feira, 20 de abril de 2010
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  • Disse o seguinte:



    a) o PAC não existe –‘é uma lista de obras’-- logo, não será continuado;

    b) todos os contratos federais assinados durante o governo Lula serão revistos, logo, vai paralisar o Estado e o país;

    c) o Mercosul só atrapalha; logo, vai desmontar apolítica externa que mudou a inserção subordinada e dependente do Brasil herdada de FHC

    d) criticou a Funasa atual, logo, vai repetir o que fez quando foi ministro da Saúde de FHC, entre 1998 a 2002. O que fez condensa em ponto pequeno o que promete agora repetir em escala amplificada, se for eleito.

    Recuerdos pedagógicos:

    I) Serra assumiu o ministério em 31 de março de 1998, em meio a uma epidemia de dengue; prometeu uma guerra das forças da saúde contra a doença;

    II) iniciou então o desmonte que ameaça agora repetir;

    III) primeiro, ignorou as linhas de ação e planos iniciados por seu antecessor , o médico Adib Jatene; paralisou a ação do governo contra a doença;

    IV) em nome de uma descentralização atabalhoada, transferiu responsabilidades da FUNASA, Fundação Nacional de Saúde, o órgão executivo do ministério, para prefeituras despreparadas e sem sincronia na ação;

    V) em junho de 1999, Serra demitiu 5.792 agentes sanitários contratados pela FUNASA em regime temporário, acelerando o desmonte do órgão, em sintonia com a agenda do Estado mínimo;

    VI) um mês depois, em 1º de julho de 1999, o procurador da República Rogério Nascimento pediu à Justiça o adiamento da dispensa dos 5.792 mata-mosquitos até que as prefeituras pudessem treinar pessoal; pedido ignorado por Serra.

    VII) Em 5 de agosto de 1999, num despacho do processo dos mata-mosquitos, a juíza federal Lana Maria Fontes Regueira escreveu: "Estamos diante de uma situação de consequências catastróficas, haja vista a iminente ocorrência de dengue hemorrágica".

    VIII) o epidemiologista Roberto Medronho, diretor do Núcleo de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, completaria: ‘"A descentralização da saúde não foi feita de forma bem planejada. O afastamento dos mata-mosquitos no Rio foi uma atitude irresponsável”

    IX) em abril de 2001, a Coordenação de Dengue do município do Rio previu uma epidemia no verão de 2002 com grande incidência de febre hemorrágica. A sugestão: contratar 1.500 agentes e compra de equipamentos de emergência; foi ignorada por Serra.

    X) O ano de 2001 foi o primeiro em que os mata-mosquitos da Funasa, dispensados por Serra não atuaram em nenhum dos 12 meses anteriores. A dengue, então, voltou de forma fulminante no Rio: 68.438 pessoas infectadas, mais que o dobro das 32.382 de 1998, quando Serra assumiu o ministério.

    XI) em 2002, quando se lançou candidato contra Lula, Serra era ovacionado no Rio como o 'Presidengue' por sua devastadora atuação na saúde pública.



    (Carta Maior, com dados colhidos nos arquivos da Folha que preferiu esquece-los; 20-04)



     
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