SÃO PAULO - Milhares de pessoas participaram nesta sexta-feira, 4, de uma marcha global contra a política externa "intervencionista" do presidente venezuelano Hugo Chávez. Sob o lema "Não mais Chávez", os organizadores colombianos marcaram protestos em mais de 100 cidades. A convocação se propagou pela internet, com a criação de páginas no Facebook e no Twitter. "Estamos cansados de que o presidente Hugo Chávez nos insulte, insulte a América Latina e o mundo, e tente impor por meio de mentiras, do medo e da má educação de sua revolução anacrônica e delirante", diz o grupo organizador em sua página na internet.
Protesto em Honduras. Foto: AP
Uma multidão de hondurenhos, entre eles o presidente de facto, Roberto Micheletti, marchou em cinco cidades de Honduras. O protesto é "uma demonstração de que não queremos imposições de ninguém neste país", afirmou Micheletti, designado pelo Parlamento como presidente de Honduras no dia 28 de junho.
Em frente à sede das Nações Unidas, em Nova York, aproximadamente 200 pessoas participaram do ato. O protesto foi coordenado por venezuelanos residentes na cidade. "Parem o intervencionismo de Chávez na América Latina" e "Chávez, terrorista internacional" eram as mensagens que podiam ser lidas em alguns dos cartazes levados à manifestação, realizada um uma praça em frente aos jardins da sede da ONU em Manhattan.
Manifestação na Colômbia. Foto: Efe
Na Colômbia, um dos países latino-americanos que mais têm atritos com o governo Chávez, o ato também reuniu uma multidão em Bogotá. Alguns manifestantes se vestiram como o presidente venezuelano e líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), para simbolizar uma possível ligação entre as partes.
Protesto na Venezuela. Foto: Efe
O movimento também foi apoiado na Venezuela. Na capital Caracas, manifestantes levaram placas e faixas. Chávez, porém, não presenciou o ato, por estar na Síria. "Vejo que estão convocando uma marcha mundial contra Chávez. Eu digo: 'que coisa estúpida'!", afirmou o presidente venezuelano durante a viagem. "Vá e marche contra Chávez, porque não é contra Chávez, é contra os povos", desafiou o chefe de Estado durante entrevista coletiva transmitida pelo canal Telesur. Segundo o site da organização, um dos atos estava programado para ser realizado em São Paulo, na Avenida Paulista.